Esse garotão vale um bilhão
da BBC, em Londres
Os Ronaldos podem estar jogando um bolão. Ronaldo Gaúcho, Ronaldo Gordo e Cristiano Ronaldo, do Manchester United.
Ganham bem, merecem e tudo de bom para eles. Mas o tutu, o tutu firmíssimo, está com o Andy Murray.
Quem é e por que é Andy Murray? Um rapazinho escocês de 19 anos que joga tênis. Eu disse, joga tênis. Só isso.
Não é nenhuma maravilha, não chega mesmo a estar a altura de gandula de nosso (lembram, ó esquecidos ingratos?) Guga.
No ano passado, Andy Murray conseguiu, verdade seja dita, a façanha de ganhar do primeirão mundial, o bom Roger Federer. De resto, conseguiu chegar a uma modesta quarta rodada no Masters de Cincinnati (onde eu cheguei até a sexta), mesma classificação no Aberto Americano e em Wimbledon.
Sou justo: Andy ganhou a final do ATP (Quem? Que?) em San José, na Califórnia, diante dos olhos semi-cerrados de 12 sonolentos assistentes que pensavam estar assistindo uma partida de baseball.
Andy Murray, lá pelas contas de quem responde por essas coisas (escoceses, por certo), é o 17º colocado no ranking mundial, dois lugarzinhos na minha frente.
Não guardo ressentimento. Andy Murray tem o que é preciso para ser sucesso hoje em dia, tanto em quadra de tênis quanto em palco de rock: temperamento.
Ou seja, é chato e desaforado. Não que ele chegue a jogar a raquete em chamas no público, ou a confunda com guitarra elétrica (parece que uma vez… não, deve ser boato), mas é mal-educado e careteiro.
Quer dizer, o futuro, a vida, tudo lhe sorri. O presente então é uma gostosa gargalhada.
Com esse mínimo das mais dúbias credenciais, no momento em que digito estas mal batidas, Andy Murray vale um mínimo de 160 milhões de dólares em dinheiro batido hoje mesmo neste ano que mal (mal, muito mal) se inicia.
Quem banca o esquema
Esporte é patrocínio, todos nós sabemos. Esporte é a mala de dinheiro que cada atleta carrega para casa. Seja correndo, nadando ou passando pelos marcadores.
Andy Murray, por fazer gênero ou tipo, vale muito mais do que quanto pesa. Pôs à venda praticamente cada centímetro de seu corpo de atleta, cada gesto, cada passo e cada uniforme, incluindo quepe e óculos escuros.
Qualidade de sua modalidade esportiva? Secundário. Isso depois se acerta. Primeiro, o tutu.
Vejamos: pelo logotipo de 10 cm da água mineral (escocesa) Highland Spring, costurado à altura do ombro esquerdo de sua camiseta do uniforme, o garotão pegou um contrato no valor de 160 milhões de dólares, por tempo indeterminado, pode ser qualquer coisa entre dois meses e dois anos, enquanto durar seu jogo e (rá!) “carisma”.
Sempre que possível, claro, ele deve sorver, com cara de prazer, a água mineral em questão. Menos em Wimbledon, que essa já tem contrato de bebericações gazeifícadas por conta própria e os atletas que se danem.
Mas o remendão continuará lá firme e nada impede Andy de fazer uma careta quanto provar do líquido wimblediano obrigatório. Não duvido que ele não faça isso...
Mais uns trocados
O resto da dinheirama vem distribuída assim: raquete feita sob medida, 500 mil dólares. Mas tem que exibir logo, desnecessário acrescentar.
Relógio é Tag Heuer, aquele suíço adotado também por Tiger Woods e Brad Pitt. Vai lhe render por volta de dois milhões de dólares.
Na manga direita (lembrem-se, a esquerda é da água mineral), o Royal Bank of Scotland, que sempre apoiou o Andy, e agora quer também incentivar toda a garotada escocesa, garante mais 8 milhões de dólares.
Incentivo aos jovens é isso aí e se escreve com $. Mais uns 2 milhões de dólares por ano pelo que ainda sobrou do uniforme de trabalho, durante quatro anos.
Isso tudo, sem falar nos direitos autorais ligados à sua autobiografia para a editora Random House. O tomo caminha a voleios rápidos, ao que parece.
O moço treinou, tem experiência, conhece a quadra. Trata-se do terceiro volume a ser publicado pelo atleta que ainda não completou 20 anos. Ronaldos de todas as cores e países: roei-vos de inveja.
Ganham bem, merecem e tudo de bom para eles. Mas o tutu, o tutu firmíssimo, está com o Andy Murray.
Quem é e por que é Andy Murray? Um rapazinho escocês de 19 anos que joga tênis. Eu disse, joga tênis. Só isso.
Não é nenhuma maravilha, não chega mesmo a estar a altura de gandula de nosso (lembram, ó esquecidos ingratos?) Guga.
No ano passado, Andy Murray conseguiu, verdade seja dita, a façanha de ganhar do primeirão mundial, o bom Roger Federer. De resto, conseguiu chegar a uma modesta quarta rodada no Masters de Cincinnati (onde eu cheguei até a sexta), mesma classificação no Aberto Americano e em Wimbledon.
Sou justo: Andy ganhou a final do ATP (Quem? Que?) em San José, na Califórnia, diante dos olhos semi-cerrados de 12 sonolentos assistentes que pensavam estar assistindo uma partida de baseball.
Andy Murray, lá pelas contas de quem responde por essas coisas (escoceses, por certo), é o 17º colocado no ranking mundial, dois lugarzinhos na minha frente.
Não guardo ressentimento. Andy Murray tem o que é preciso para ser sucesso hoje em dia, tanto em quadra de tênis quanto em palco de rock: temperamento.
Ou seja, é chato e desaforado. Não que ele chegue a jogar a raquete em chamas no público, ou a confunda com guitarra elétrica (parece que uma vez… não, deve ser boato), mas é mal-educado e careteiro.
Quer dizer, o futuro, a vida, tudo lhe sorri. O presente então é uma gostosa gargalhada.
Com esse mínimo das mais dúbias credenciais, no momento em que digito estas mal batidas, Andy Murray vale um mínimo de 160 milhões de dólares em dinheiro batido hoje mesmo neste ano que mal (mal, muito mal) se inicia.
Quem banca o esquema
Esporte é patrocínio, todos nós sabemos. Esporte é a mala de dinheiro que cada atleta carrega para casa. Seja correndo, nadando ou passando pelos marcadores.
Andy Murray, por fazer gênero ou tipo, vale muito mais do que quanto pesa. Pôs à venda praticamente cada centímetro de seu corpo de atleta, cada gesto, cada passo e cada uniforme, incluindo quepe e óculos escuros.
Qualidade de sua modalidade esportiva? Secundário. Isso depois se acerta. Primeiro, o tutu.
Vejamos: pelo logotipo de 10 cm da água mineral (escocesa) Highland Spring, costurado à altura do ombro esquerdo de sua camiseta do uniforme, o garotão pegou um contrato no valor de 160 milhões de dólares, por tempo indeterminado, pode ser qualquer coisa entre dois meses e dois anos, enquanto durar seu jogo e (rá!) “carisma”.
Sempre que possível, claro, ele deve sorver, com cara de prazer, a água mineral em questão. Menos em Wimbledon, que essa já tem contrato de bebericações gazeifícadas por conta própria e os atletas que se danem.
Mas o remendão continuará lá firme e nada impede Andy de fazer uma careta quanto provar do líquido wimblediano obrigatório. Não duvido que ele não faça isso...
Mais uns trocados
O resto da dinheirama vem distribuída assim: raquete feita sob medida, 500 mil dólares. Mas tem que exibir logo, desnecessário acrescentar.
Relógio é Tag Heuer, aquele suíço adotado também por Tiger Woods e Brad Pitt. Vai lhe render por volta de dois milhões de dólares.
Na manga direita (lembrem-se, a esquerda é da água mineral), o Royal Bank of Scotland, que sempre apoiou o Andy, e agora quer também incentivar toda a garotada escocesa, garante mais 8 milhões de dólares.
Incentivo aos jovens é isso aí e se escreve com $. Mais uns 2 milhões de dólares por ano pelo que ainda sobrou do uniforme de trabalho, durante quatro anos.
Isso tudo, sem falar nos direitos autorais ligados à sua autobiografia para a editora Random House. O tomo caminha a voleios rápidos, ao que parece.
O moço treinou, tem experiência, conhece a quadra. Trata-se do terceiro volume a ser publicado pelo atleta que ainda não completou 20 anos. Ronaldos de todas as cores e países: roei-vos de inveja.