Turistas têm de seguir 'regras de sobrevivência' no Rio, diz jornal

da BBC, em Londres

A violência fora de controle no Rio de Janeiro vem forçando os moradores e turistas a seguir algumas regras de sobrevivência para enfrentar a criminalidade, segundo afirma reportagem publicada nesta segunda-feira pelo diário alemão Berliner Zeitung.

“Não reaja!”, diz o título da reportagem, enunciando a primeira das regras de sobrevivência a serem seguidas na cidade.

O jornal observa que uma das razões para a alta criminalidade é o fato de que “em poucas cidades do mundo a miséria e a prosperidade contrasta de maneira tão forte como no Rio, e isso em meio ao fascinante cenário de uma das cidades mais belas do mundo”.

Segundo a reportagem, “o dinheiro rápido e farto do tráfico de drogas contrasta com a renda modesta daqueles que querem se manter honestos”.

O texto cita a recente onda de violência que tomou conta da cidade, com 24 mortes desde o dia 28 de dezembro, e que levou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prometer ajuda federal ao governo do Estado.

O Berliner Zeitung relata o caso de seis turistas alemães e croatas assaltado na semana passada ao terem o carro em que eram transportados parado por criminosos na Linha Vermelha e diz que o caso mostra a primeira regra de sobrevivência na cidade: “Não reaja – é pouco provável que a pistola seja só de brinquedo”.

A segunda regra, segundo a reportagem, é “não chamar a atenção”. “No Rio, até os milionários dirigem Fusca”, diz o texto, afirmando que a cidade tem “provavelmente a maior proporção mundial de carros cinza”.

O texto termina dizendo que por tudo isso é que se brinca que “a razão pela qual o Rio é conhecido como a capital mundial da cirurgia plástica é porque, ao contrário de jóias caras, seios não podem ser roubados”.

IMC nas escolas

Reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal americano The New York Times relata a prática cada vez mais disseminada de escolas enviarem aos pais, junto com os boletins com as notas dos alunos, seus índices de massa corporal (IMC).

“A prática de relatar a massa corporal dos estudantes aos pais começou há poucos anos apenas como uma tática na guerra contra a obesidade infantil, que seria combatida com produtos frescos e com baixo teor de gordura nos refeitórios e mais educação física”, diz o texto.

A prática, porém, é alvo de críticas. “Mesmo as autoridades de saúde que apóiam a distribuição dos índices dos estudantes temem sobre essas mensagens inconsistentes, dizendo que elas podem resultar em desordens alimentares e estigmas sociais, má interpretação dos números que os especialistas dizem ser confusos e uma sensação de impotência diante de índices altos.”

A reportagem cita o caso de uma menina de 6 anos que vem se alimentando menos desde que descobriu uma carta aos pais dizendo que seu IMC estava no 80º percentil (dentro dos padrões para 80% das pessoas).

“Ela não sabia o que significava ‘índice’ ou ‘percentil’, ou que as crianças entre o 5º e o 85º percentil são consideradas normais, enquanto que aquelas com índices maiores correm risco de serem ou se tornarem obesas”, diz o texto. “Ainda assim, ela se convenceu que seus professores a estavam castigando por comer demais.”

Segundo o jornal, “muitos pais jogam fora os papéis com os números, ultrajados de serem avisados sobre quanto seus filhos deveriam pesar ou pouco convencidos de que as crianças que parecem bem pelos padrões locais sejam grandes pelos padrões oficiais”. “E mais do que um punhado de crianças não quer mais comer, dizem alunos e pais.”

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