Ortega toma posse 'entre novo amigo e antigo inimigo', diz 'FT'
da BBC, em Londres
A posse do ex-líder guerrilheiro Daniel Ortega na Presidência da Nicarágua, nesta quarta-feira, representa “um dos mais extraordinários retornos políticos dos tempos modernos”, segundo comentário publicado pelo jornal londrino Financial Times.
Ortega, de 61 anos, foi um dos líderes da guerrilha sandinista que derrubou o ditador Anastásio Somoza, em 1979, e manteve o poder até 1990, quando foi derrotado nas urnas pela antiga aliada Violeta Chamorro.
Para o FT, a Nicarágua ficará agora presa entre “o novo amigo” Hugo Chávez e o “antigo inimigo” Estados Unidos.
Como observa o jornal, “Washington primeiro tentou prejudicar o governo de Ortega durante os anos 1980, quando o governo Reagan financiou ilegalmente os grupos contra-revolucionários dos ‘Contras’ na sangrenta guerra civil nicaragüense, e depois disso trabalhou para evitar sua volta ao poder”.
“Uma das preocupações de Washington é se Ortega estabelecerá laços mais estreitos com Hugo Chávez, o presidente esquerdista e antiamericano da Venezuela, permitindo ao último exportar seu estilo de populismo pela América Central”, diz o jornal.
Ajuda venezuelana
O texto observa que Chávez manifestou apoio a Ortega durante a campanha e que o governo venezuelano já adiantou que anunciará um pacote de ajuda econômica e social à Nicarágua.
“Há poucas dúvidas de que Ortega aproveitará a oportunidade. Apesar de um impressionante crescimento macroeconômico, o país de 5,2 milhões de habitantes permanece como um dos mais pobres da América Latina”, comenta o FT.
Para o jornal, a segunda preocupação americana em relação a Ortega é se ele “se mostrará o mesmo guerrilheiro desenfreado que derrubou a sangrenta ditadura Somoza à bala em 1979, entoando ‘Nós combatemos os ianques, inimigos da humanidade’”, ou se ele se mostrará “um populista moderado, temente a Deus, que fez campanha com promessas de reconciliação nacional e prometeu respeitar a propriedade privada e as empresas”.
A indicação de Arturo Cruz, “uma figura identificada com a centro-direita da Nicarágua”, como embaixador em Washington, seria uma indicação de que Ortega pretende manter boas relações com os Estados Unidos, segundo um analista político ouvido pelo jornal.
Ainda assim, como observa um ex-embaixador nicaragüense, “o retorno de Ortega demonstra um fato vergonhoso para Washington” e “implica a perda de hegemonia dos Estados Unidos sobre a região, algo a que o governo americano precisará se acostumar”.
Ortega, de 61 anos, foi um dos líderes da guerrilha sandinista que derrubou o ditador Anastásio Somoza, em 1979, e manteve o poder até 1990, quando foi derrotado nas urnas pela antiga aliada Violeta Chamorro.
Para o FT, a Nicarágua ficará agora presa entre “o novo amigo” Hugo Chávez e o “antigo inimigo” Estados Unidos.
Como observa o jornal, “Washington primeiro tentou prejudicar o governo de Ortega durante os anos 1980, quando o governo Reagan financiou ilegalmente os grupos contra-revolucionários dos ‘Contras’ na sangrenta guerra civil nicaragüense, e depois disso trabalhou para evitar sua volta ao poder”.
“Uma das preocupações de Washington é se Ortega estabelecerá laços mais estreitos com Hugo Chávez, o presidente esquerdista e antiamericano da Venezuela, permitindo ao último exportar seu estilo de populismo pela América Central”, diz o jornal.
Ajuda venezuelana
O texto observa que Chávez manifestou apoio a Ortega durante a campanha e que o governo venezuelano já adiantou que anunciará um pacote de ajuda econômica e social à Nicarágua.
“Há poucas dúvidas de que Ortega aproveitará a oportunidade. Apesar de um impressionante crescimento macroeconômico, o país de 5,2 milhões de habitantes permanece como um dos mais pobres da América Latina”, comenta o FT.
Para o jornal, a segunda preocupação americana em relação a Ortega é se ele “se mostrará o mesmo guerrilheiro desenfreado que derrubou a sangrenta ditadura Somoza à bala em 1979, entoando ‘Nós combatemos os ianques, inimigos da humanidade’”, ou se ele se mostrará “um populista moderado, temente a Deus, que fez campanha com promessas de reconciliação nacional e prometeu respeitar a propriedade privada e as empresas”.
A indicação de Arturo Cruz, “uma figura identificada com a centro-direita da Nicarágua”, como embaixador em Washington, seria uma indicação de que Ortega pretende manter boas relações com os Estados Unidos, segundo um analista político ouvido pelo jornal.
Ainda assim, como observa um ex-embaixador nicaragüense, “o retorno de Ortega demonstra um fato vergonhoso para Washington” e “implica a perda de hegemonia dos Estados Unidos sobre a região, algo a que o governo americano precisará se acostumar”.