A saída do jogador inglês David Beckham do Real Madrid parece revelar uma importante mudança de filosofia na equipe espanhola: uma mudança da era galáctica para outra, mais pragmática, sob o comando do impiedoso Fábio Capello.

O astro inglês deixa para trás um período amargo de conquistas menores, que acrescentaram peças de prata à sua vasta coleção dourada acumulada em Old Trafford, casa do Manchester United.

O homem que adora as grandes entradas – e uma grande saída, a julgar por seu emocionado discurso de despedida como capitão da Inglaterra na Copa da Alemanha – está agora diante de uma partida desonrosa do Santiago Bernabeu.

Beckham não será acusado de um fracasso pessoal no Real Madrid, apesar de sua carreira na Espanha coincidir com uma ausência de sucessos quase sem paralelos para o clube.

Os torcedores do Real não se lembrarão dele como um dos seus grandes, mas como um profissional honesto e dedicado que quase sempre se comprometeu com a causa mais do que outros que jogaram ao seu lado.

Mas Beckham nunca brilhou tanto quanto no Manchester. Recentemente, seu desempenho dava a impressão de um jogador outrora excepcional, cujos dias de glórias ficaram no passado.

Na última Copa do Mundo, ele fez pouco para dispersar essa teoria. Em vez disso, Beckham parece ter feito uma escolha intrigante acerca de seu futuro.

É como se ele tivesse admitido que sua carreira séria se acabou, e por isso opta por um último quinhão do estilo de vida badalado do show business nos Estados Unidos.

Dizem que nove outros clubes estavam interessados em Beckham. Sem dúvida, os suspeitos costumeiros de Itália, Inglaterra e França. Mas não é surpresa que sua volta à terra natal esteja descartada.

Era improvável que Beckham atraísse as atenções dos quatro principais clube do futebol inglês. Embora a idéia de jogar pelo Tottenham em Londres pudesse atrair Beckham e sua esposa Victoria, as coisas não pareciam destinadas a ser assim.