Blair defende uso da força na política externa
da BBC, em Londres
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, defendeu nesta sexta-feira o uso da força na política externa britânica.
"O público precisa estar preparado para ver nossa participação em conflitos não como uma tentativa equivocada ou recorrente de recuperar glórias passadas, mas como um comprometimento necessário para nos proteger e promover nossos interesses no mundo moderno", afirmou Blair.
A uma audiência de acadêmicos e militares na cidade de Plymouth – sede de uma importante base naval britânica – o líder trabalhista, que deixa o poder este ano, defendeu que o próximo governo mantenha a mesma linha militar.
Tendo enviado tropas britânicas a Kosovo, Serra Leoa, Afeganistão e Iraque, Tony Blair já é considerado um dos primeiros-ministros mais intervencionistas da Grã-Bretanha.
Ele admitiu que sua linha militar é "polêmica", mas disse que seria uma "catástrofe" recuar no que chamou de guerra contra o terrorismo.
Aliança
O primeiro-ministro reforçou sua posição no campo militar apesar de críticas de que os Estados Unidos têm sido unilaterais na suposta aliança com a Grã-Bretanha contra o terrorismo.
Ainda assim, Blair defendeu "uma política externa britânica que mantenha forte a aliança com os Estados Unidos", e disse que o país deveria pagar o preço da guerra contra o terrorismo a qualquer custo.
"Minha escolha é que as Forças Armadas estejam preparadas para se envolver nesta campanha difícil, dura e desafiadora (contra o terrorismo), para lutar em guerras assim como pela paz", afirmou Blair.
"O terrorismo não pode ser derrotado apenas por meios militares, mas não pode ser derrotado sem eles."
No entanto, o premiê reconheceu que os combates em duas frentes simultâneas – no Iraque e no Afeganistão – estão elevando "comprometimentos operacionais (…) a um nível mais alto que o originalmente planejado".
O especialista de política da BBC Jon Devitt, disse que, com o orçamento militar da Grã-Bretanha em seu nível mais baixo desde 1930, o Exército britânico está trabalhando "no nível máximo de tensão".
Reações
Políticos criticaram o discurso militar de Blair.
O parlamentar trabalhista John McDonnell afirmou que Blair "usou as Forças Armadas britânicas para impressionar no cenário mundial, e cometeu os mais catastróficos erros de política externa ao levar o país à guerra no Iraque e no Afeganistão".
Já a ex-secretária trabalhista de Desenvolvimento Internacional Clare Short, que hoje engrossa a fileira dos parlamentares independentes, disse que as decisões militares de Blair "tornaram o mundo muito mais perigoso, muito mais dividido".
O líder do Partido Nacional escocês, Alex Salmond, acusou o premiê britânico de "claramente tentar impor seu legado ao seu sucessor".
"O público precisa estar preparado para ver nossa participação em conflitos não como uma tentativa equivocada ou recorrente de recuperar glórias passadas, mas como um comprometimento necessário para nos proteger e promover nossos interesses no mundo moderno", afirmou Blair.
A uma audiência de acadêmicos e militares na cidade de Plymouth – sede de uma importante base naval britânica – o líder trabalhista, que deixa o poder este ano, defendeu que o próximo governo mantenha a mesma linha militar.
Tendo enviado tropas britânicas a Kosovo, Serra Leoa, Afeganistão e Iraque, Tony Blair já é considerado um dos primeiros-ministros mais intervencionistas da Grã-Bretanha.
Ele admitiu que sua linha militar é "polêmica", mas disse que seria uma "catástrofe" recuar no que chamou de guerra contra o terrorismo.
Aliança
O primeiro-ministro reforçou sua posição no campo militar apesar de críticas de que os Estados Unidos têm sido unilaterais na suposta aliança com a Grã-Bretanha contra o terrorismo.
Ainda assim, Blair defendeu "uma política externa britânica que mantenha forte a aliança com os Estados Unidos", e disse que o país deveria pagar o preço da guerra contra o terrorismo a qualquer custo.
"Minha escolha é que as Forças Armadas estejam preparadas para se envolver nesta campanha difícil, dura e desafiadora (contra o terrorismo), para lutar em guerras assim como pela paz", afirmou Blair.
"O terrorismo não pode ser derrotado apenas por meios militares, mas não pode ser derrotado sem eles."
No entanto, o premiê reconheceu que os combates em duas frentes simultâneas – no Iraque e no Afeganistão – estão elevando "comprometimentos operacionais (…) a um nível mais alto que o originalmente planejado".
O especialista de política da BBC Jon Devitt, disse que, com o orçamento militar da Grã-Bretanha em seu nível mais baixo desde 1930, o Exército britânico está trabalhando "no nível máximo de tensão".
Reações
Políticos criticaram o discurso militar de Blair.
O parlamentar trabalhista John McDonnell afirmou que Blair "usou as Forças Armadas britânicas para impressionar no cenário mundial, e cometeu os mais catastróficos erros de política externa ao levar o país à guerra no Iraque e no Afeganistão".
Já a ex-secretária trabalhista de Desenvolvimento Internacional Clare Short, que hoje engrossa a fileira dos parlamentares independentes, disse que as decisões militares de Blair "tornaram o mundo muito mais perigoso, muito mais dividido".
O líder do Partido Nacional escocês, Alex Salmond, acusou o premiê britânico de "claramente tentar impor seu legado ao seu sucessor".