Desigualdade se agravou na AL, diz Conferência Episcopal
da BBC, em Londres
A desigualdade social se agravou na América Latina, apesar de muitos países terem governos socialistas, segundo Padre David Gutierrez, porta-voz da Conferência Episcopal Latino-Americana - o Celam, que organiza o 5° Encontro Geral dos bispos do continente - de 13 a 31 de maio em Aparecida.
O encontro será inaugurado pelo papa Bento 16.
Na avaliação do religioso a globalização e a economia neoliberal agravaram as condições da população mais pobre e os governos de esquerda provocaram desilusão.
"A aplicação de muitas medidas neoliberais fez com que as desigualdades entre ricos e pobres se tornassem mais profundas em muitos países da América Latina. Este é um tema constante nas reuniões dos bispos do continente. Muitas pessoas pensaram que governos de esquerda trariam soluções. Lamentavelmente nem todos os países solucionaram os problemas sociais", afirmou o porta-voz do Celam durante encontro com jornalistas no Vaticano, nesta sexta-feira.
Sem nomes
Padre Gutierrez não disse a quais países se refere. Ele garantiu que a Igreja continua trabalhando com os setores menos favorecidos e que a vocação social dos encontros do episcopado latino-americano - como ocorreu com a Conferência de Medellín, na Colômbia em 1968 e a de Puebla no México, em 79 - vai continuar.
"A conferência terá um forte impacto social, como sempre teve. Medellín marcou uma linha que podemos chamar de linha da Igreja latino-americana, de compromisso e presença, sobretudo nos setores mais marginalizados e que, de alguma forma, concretizou a opção preferencial pelos pobres”, disse o religioso.
De acordo com o porta-voz da Celam, o objetivo do encontro de Aparecida é aprofundar este compromisso e dar algumas indicações que o atualizem, já que "a realidade atual não é a mesma de 68 e as condições dos pobres são diferentes".
No encontro do Vaticano, Padre Guitierrez forneceu detalhes sobre a 5ª Conferência do Episcopado Latino-americano, que vai analisar os principais problemas religiosos, sociais e políticos do continente.
Os participantes serão 270, representando 35 países, entre bispos, cardeais, sacerdotes, laicos e estudiosos. O Brasil, por sediar o encontro, vai contar com o maior numero de bispos - 20.
Além dos religiosos latino-americanos, participam do encontro representantes do episcopado dos Estados Unidos e do Canadá, e bispos da Espanha e Portugal, por causa do papel que estes países tiveram na evangelização do continente.
Orientação
No final do encontro será votado um documento que servirá como orientação para o clero.
"O documento não traz mudanças doutrinais nem dita regras mas apenas dá indicação, idéias e sugestões pastorais", esclarece padre Gutierrez.
O religioso informou que logo em seguida será colocado em prática um processo pastoral, que definiu como "a grande missão evangelizadora continental para reforçar a permanência dos católicos e da sua fé".
A diminuição de católicos e a ameaça das seitas, que foram apontados como sendo um dos principais problemas da Igreja na América Latina pelo cardeal brasileiro D. Claudio Hummes, terão grande destaque nos debates.
Outros temas que vão ser tratados pelos bispos são a família e os casamentos entre homossexuais, as legislações pró-aborto, violência e tráfico de droga, o papel da mulher na Igreja, e a situação política na América Latina.
O encontro será inaugurado pelo papa Bento 16.
Na avaliação do religioso a globalização e a economia neoliberal agravaram as condições da população mais pobre e os governos de esquerda provocaram desilusão.
"A aplicação de muitas medidas neoliberais fez com que as desigualdades entre ricos e pobres se tornassem mais profundas em muitos países da América Latina. Este é um tema constante nas reuniões dos bispos do continente. Muitas pessoas pensaram que governos de esquerda trariam soluções. Lamentavelmente nem todos os países solucionaram os problemas sociais", afirmou o porta-voz do Celam durante encontro com jornalistas no Vaticano, nesta sexta-feira.
Sem nomes
Padre Gutierrez não disse a quais países se refere. Ele garantiu que a Igreja continua trabalhando com os setores menos favorecidos e que a vocação social dos encontros do episcopado latino-americano - como ocorreu com a Conferência de Medellín, na Colômbia em 1968 e a de Puebla no México, em 79 - vai continuar.
"A conferência terá um forte impacto social, como sempre teve. Medellín marcou uma linha que podemos chamar de linha da Igreja latino-americana, de compromisso e presença, sobretudo nos setores mais marginalizados e que, de alguma forma, concretizou a opção preferencial pelos pobres”, disse o religioso.
De acordo com o porta-voz da Celam, o objetivo do encontro de Aparecida é aprofundar este compromisso e dar algumas indicações que o atualizem, já que "a realidade atual não é a mesma de 68 e as condições dos pobres são diferentes".
No encontro do Vaticano, Padre Guitierrez forneceu detalhes sobre a 5ª Conferência do Episcopado Latino-americano, que vai analisar os principais problemas religiosos, sociais e políticos do continente.
Os participantes serão 270, representando 35 países, entre bispos, cardeais, sacerdotes, laicos e estudiosos. O Brasil, por sediar o encontro, vai contar com o maior numero de bispos - 20.
Além dos religiosos latino-americanos, participam do encontro representantes do episcopado dos Estados Unidos e do Canadá, e bispos da Espanha e Portugal, por causa do papel que estes países tiveram na evangelização do continente.
Orientação
No final do encontro será votado um documento que servirá como orientação para o clero.
"O documento não traz mudanças doutrinais nem dita regras mas apenas dá indicação, idéias e sugestões pastorais", esclarece padre Gutierrez.
O religioso informou que logo em seguida será colocado em prática um processo pastoral, que definiu como "a grande missão evangelizadora continental para reforçar a permanência dos católicos e da sua fé".
A diminuição de católicos e a ameaça das seitas, que foram apontados como sendo um dos principais problemas da Igreja na América Latina pelo cardeal brasileiro D. Claudio Hummes, terão grande destaque nos debates.
Outros temas que vão ser tratados pelos bispos são a família e os casamentos entre homossexuais, as legislações pró-aborto, violência e tráfico de droga, o papel da mulher na Igreja, e a situação política na América Latina.