Lucas Mendes: Derrame de dólares no Beabá
da BBC, em Londres
Na última terça-feira, os jornais do Rio e de Nova York deram manchetes sobre o mesmo assunto: educação.
No Rio, cortes. Em Nova York, um derrame de dólares.
Nunca na história do Estado um governador propôs jogar tanto dinheiro em escolas primárias e secundárias.
Nova York é um Estado que se distingue por boas universidades públicas e privadas, mas o ensino pré-universitário apresenta níveis semelhantes aos de Estados medíocres.
O governo municipal, com 1,1 milhão de estudantes nas escolas públicas, vivia em constantes conflitos com o Estado, os sindicatos e organizações escolares que protegiam professores e diretores incompetentes.
A situação começou a mudar com as pauladas de Giuliani e fez grande progresso com a diplomacia e os dólares de Bloomberg.
Agora veio esta chuva de dólares do novo governador Eliot Spitzer.
Nos próximos sete anos, as escolas públicas estaduais vão receber mais US$ 7 bilhões do Estado, e o grosso - US$ 3,1 bilhões - serão destinados à cidade de Nova York.
Com outros US$ 2,2 bilhões do prefeito, são US$ 5,3 bilhões.
Representa um aumento de mais de 30% no orçamento só nas escolas da cidade.
O aumento do governador veio com um desafio: ele quer aumentar o número das escolas "charter" de 100 para 250.
É um choque para as escolas públicas porque uma escola "charter" funciona com verba do Estado mas é administrada por particulares.
O Estado entrega o dinheiro para um grupo privado e no fim do ano cobra e compara os resultados: quem ensina melhor?
Por enquanto não há conclusões definitivas.
Algumas escolas públicas são excepcionais e ganham das "charters" nos testes, mas o número de escolas privadas ainda é baixo para permitir uma conclusão.
Duas escolas no Harlem, uma ao lado da outra, num belo prédio antigo da rua 123, estão em destaque nos noticiários e nos debates sobre educação.
A escola "charter" KIPPs (iniciais de "Knowledge Is Power Program" - Programa Conhecimento é Poder) teve um dos índices mais altos de leitura da cidade.
Na escola pública, só 36% por cento atingiram o nível o padrão estabelecido pela cidade.
KIPPs tem um lema - "Work Hard and Be Nice". Simples: estude muito e seja gentil.
Os horários das escolas são mais longos, as férias são três semanas mais curtas, a disciplina é rígida e os resultados acadêmicos aparecem a curto prazo.
Outras escolas "charter" não têm resultados tão eficientes como as KIPPs que começaram num dos bairros mais pobres de Houston, no Texas, em 95.
Com esta chuva de dólares em cima das escolas públicas e a multiplicação das escolas "charter" em todos os bairros e níveis sociais, daqui a pouco tempo vamos saber quem ensina melhor: as públicas ou as privadas?
No Rio, cortes. Em Nova York, um derrame de dólares.
Nunca na história do Estado um governador propôs jogar tanto dinheiro em escolas primárias e secundárias.
Nova York é um Estado que se distingue por boas universidades públicas e privadas, mas o ensino pré-universitário apresenta níveis semelhantes aos de Estados medíocres.
O governo municipal, com 1,1 milhão de estudantes nas escolas públicas, vivia em constantes conflitos com o Estado, os sindicatos e organizações escolares que protegiam professores e diretores incompetentes.
A situação começou a mudar com as pauladas de Giuliani e fez grande progresso com a diplomacia e os dólares de Bloomberg.
Agora veio esta chuva de dólares do novo governador Eliot Spitzer.
Nos próximos sete anos, as escolas públicas estaduais vão receber mais US$ 7 bilhões do Estado, e o grosso - US$ 3,1 bilhões - serão destinados à cidade de Nova York.
Com outros US$ 2,2 bilhões do prefeito, são US$ 5,3 bilhões.
Representa um aumento de mais de 30% no orçamento só nas escolas da cidade.
O aumento do governador veio com um desafio: ele quer aumentar o número das escolas "charter" de 100 para 250.
É um choque para as escolas públicas porque uma escola "charter" funciona com verba do Estado mas é administrada por particulares.
O Estado entrega o dinheiro para um grupo privado e no fim do ano cobra e compara os resultados: quem ensina melhor?
Por enquanto não há conclusões definitivas.
Algumas escolas públicas são excepcionais e ganham das "charters" nos testes, mas o número de escolas privadas ainda é baixo para permitir uma conclusão.
Duas escolas no Harlem, uma ao lado da outra, num belo prédio antigo da rua 123, estão em destaque nos noticiários e nos debates sobre educação.
A escola "charter" KIPPs (iniciais de "Knowledge Is Power Program" - Programa Conhecimento é Poder) teve um dos índices mais altos de leitura da cidade.
Na escola pública, só 36% por cento atingiram o nível o padrão estabelecido pela cidade.
KIPPs tem um lema - "Work Hard and Be Nice". Simples: estude muito e seja gentil.
Os horários das escolas são mais longos, as férias são três semanas mais curtas, a disciplina é rígida e os resultados acadêmicos aparecem a curto prazo.
Outras escolas "charter" não têm resultados tão eficientes como as KIPPs que começaram num dos bairros mais pobres de Houston, no Texas, em 95.
Com esta chuva de dólares em cima das escolas públicas e a multiplicação das escolas "charter" em todos os bairros e níveis sociais, daqui a pouco tempo vamos saber quem ensina melhor: as públicas ou as privadas?