Venda de 'crânio de santo' deixa Igreja Ortodoxa indignada

da BBC, em Londres

A Igreja Ortodoxa Russa manifestou indignação com a tentativa de venda pela internet de um crânio e osso supostamente pertencentes a São Felipe.

O anúncio apareceu em um website russo.

Ele descreve a relíquia como "despojos de um santo ortodoxo, em boas condições, com uma inscrição no crânio confirmando o nome do santo".

A igreja não disse se acredita que os ossos são verdadeiros, mas qualificou o anúncio como "imoral".

O vendedor, Boris Georgiev, um coronel aposentado do Exército soviético, disse à BBC que está "atuando em nome de um amigo".

De acordo com Georgiev, a relíquia do século 16 foi trazida para São Petersburgo no auge da campanha bolchevique contra a religião na década de 20.

Museu

Os restos mortais supostamente chegaram de Novgorod, uma cidade antiga no norte da Rússia, e se tornaram parte do Museu do Ateísmo de São Petersburgo.

Mas depois da desintegração da União Soviética o museu foi fechado. Os ossos de Novgorod e vários outros itens foram, supostamente, colocados em uma caixa e armazenados em uma sala no topo da Catedral Kazan, em São Petersburgo.

Georgiev disse à BBC que o atual proprietário dos despojos conseguiu resgatar uma das caixas quando o acervo do museu foi destruído, em meados da década de 90.

"Inicialmente não havia preço definido para a relíquia", disse Georgiev. "Mas eu sugeri ao proprietário que vendesse por pelo menos 1.000 euros (o equivalente a cerca de R$ 2,7 mil). Não é muito dinheiro, mas nossa página de web está disponível há 18 meses e nós tivemos pouca procura até agora."

Georgiev afirmou que o telefone dele começou a tocar bastante, mas acabou sendo obrigado a "desapontar os potenciais compradores" porque o proprietário decidiu tirar a suposta relíquia do mercado.

Então por enquanto os ossos provavelmente vão ficar onde estão, em um apartamento em São Petersburgo. O proprietário, cujo nome Georgiev se recusa a revelar, teria dito que não sabe o que fazer com os despojos.

A Igreja Ortodoxa Russa se recusou a confirmar se os restos mortais são genuínos. Mas seus representates qualificaram o anúncio como "blasfêmia".

"Seja qual for o tema deste anúncio - uma relíquia sagrada ou restos mortais humanos descritos como despojos de um santo para razões comerciais - a tentativa de venda é imoral", disse a igreja em nota divulgada em seu website nesta segunda-feira.

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