Bactéria da úlcera acompanha homem 'há 60 mil anos'

da BBC, em Londres

A bactéria que causa a maior parte dos casos de úlcera estomacal está presente no sistema digestivo humano desde que o Homo sapiens saiu da África, há 60 mil anos, segundo uma pesquisapublicada nesta quarta-feira na revista científica Nature.

Cientistas liderados por Mark Achtman, do Instituto Max Planck para Infecções Biológicas na Alemanha, compararam variações no genoma do Helicobacter pylori com as variações encontradas no código genético humano.

A equipe de Achtman descobriu padrões quase idênticos quando analisaram a variedade genética entre 769 amostras do Helicobacter pylori, retiradas de voluntários do mundo todo, pertencentes a 51 etnias diferentes.

Colocados em um modelo de computador, os dados mostraram que a bactéria migrou do leste da África há cerca de 58 mil anos, o que coincide com a época em que os humanos começaram a se espalhar pelo mundo.

África

"Humanos anatomicamente modernos já eram infectados pela Helicobacter pylori antes de saírem da África. A Helicobacter pylori permaneceu intimamente associada com a população hospedeira humana desde então", afirma a pesquisa.

Seguindo o modelo evolutivo "Saído da África", o Homo sapiens teria surgido no leste do continente por volta de 200 mil anos atrás.

A saída da África é, variavelmente, colocada entre 50 e 70 mil anos atrás.

Mas as rotas e a cronologia da grande diáspora não são bem entendidas, e a saída da África pode ter ocorrido em várias ondas.

Se a Helicobacter pylori é um indicador confiável da migração humana, a bactéria pode ajudar a esclarecer estes pontos obscuros, segundo o estudo.

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