Mineiros bolivianos chegam a acordo com Morales

da BBC, em Londres

As manifestações de milhares de mineiros na Bolívia foram suspensas depois de um acordo da Federação de Cooperativas Mineiras (Fencomin) com o presidente Evo Morales, nesta quarta-feira.

Os mineiros cooperativistas do país realizaram gigantescos protestos nos últimos dois dias na capital, La Paz, que incluíram o uso de explosivos e enfrentamento que deixou dois policiais feridos nesta quarta-feira.

O governo boliviano prometeu um fundo de US$ 10 milhões para melhorar as condições de trabalho em cooperativas independentes.

Após seis horas de negociações, também foi acertado um congelamento do aumento tributário previsto pelo Executivo, segundo o dirigente da Fencomin, Andris Villca.

Morales qualificou o acordo como uma reconciliação entre o seu governo e os mineiros, que apoiaram o presidente esquerdista até outubro, quando acusaram-no de ficar do lado dos mineiros assalariados em uma violenta disputa em que 21 pessoas morreram.

O conflito começou no dia 25 de janeiro, quando o governo de Evo Morales anunciou um plano para aumentar o Imposto Complementar da Mineração (ICM) em mais de 100%.

Os cooperativistas são trabalhadores independentes que não queriam ver um aumento de seu encargo fiscal.

Funcionam na Bolívia dois sistemas de exploração de minérios. De um lado estão as empresas e a estatal mineradora com trabalhadores assalariados e, de outro, mais de 60 mil mineiros agrupados em mais de 500 cooperativas.

Com o acordo desta quarta-feira, o aumento de impostos se aplicará apenas às empresas mineradoras, muitas delas estrangeiras.

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