Brasil e Bolívia fecham acordo sobre gás

da BBC, em Londres

O assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, confirmou nesta quinta-feira à noite que houve um acordo entre Brasil e Bolívia a respeito do gás importado pela Petrobras. Ele não detalhou se o acordo envolve o aumento de preço reivindicado pelo governo boliviano.

“Nós estamos satisfeitos, tanto os bolivianos quanto os brasileiros”, afirmou Garcia à imprensa, numa entrevista improvisada, às 22h30. “Conseguimos uma fórmula técnica que consagra o respeito aos contratos”, disse ele.

A Petrobras paga US$ 4,30 por BTU (unidade de medida térmica), e o governo boliviano tem dito que gostaria de receber um “preço justo”, citando o preço de US$ 5,00 pago pela Argentina.

Garcia disse que a “excelente fórmula” encontrada pelos negociadores atende aos interesses dos dois países e cria um espaço de cooperação entre Brasil e Bolívia, inclusive para investimentos futuros.

A Petrobras tem investimentos planejados na Bolívia, que ficaram congelados a partir da nacionalização do setor de hidrocarbonetos anunciada no ano passado.

Detalhes

Os detalhes do acordo, segundo Garcia, serão divulgados nesta quinta-feira de manhã, numa cerimônia com a presença dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales e ministros dos dois países.

O acordo já foi totalmente fechado, segundo Garcia, e só não foi divulgado nesta quinta-feira, como previsto, porque as reuniões terminaram muito tarde e o assunto não teria o espaço desejado pelo governo na imprensa.

“Conhecemos as regras da mídia, e não teríamos a repercussão nos jornais que gostaríamos de ter”, afirmou Garcia.

O assessor da Presidência reconheceu que houve uma negociação política sobre o gás, contrariando declarações anteriores do governo brasileiro de que o assunto deveria ser negociado de maneira técnica entre a Petrobras e a YPFB, a estatal boliviana de hidrocarbonetos.

“Quem disse que não haveria negociação política. Se não houvesse não teríamos feito esta reunião”, respondeu.

Cuiabá

O que já ficou definido nas reuniões desta quinta-feira é o aumento do preço do gás importado da Bolívia pela termoelétrica de Cuiabá, que passou de US$ 1,09 por BTU (unidade de medida térmica) para US$ 4,20 por BTU.

Este contrato é com empresas privadas e não passa pela Petrobras.

Além dos acordos sobre gás, Brasil e Bolívia vão assinar nesta quinta-feira vários outros acordos de cooperação.

Morales veio a Brasília acompanhado de seis ministros e o presidente da YPFB, além de vários vice-ministros e assessores. A visita deveria ser de apenas um dia, mas vai se prolongar até o dia seguinte.

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