Acordo sobre gás sela 'paz' entre Lula e Morales
da BBC, em Londres
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente boliviano, Evo Morales, selaram a paz e prometeram cooperação mútua na cerimônia em que anunciaram um acordo para o reajuste do preço do gás importado pelo Brasil, nesta quinta-feira.
Morales disse que “não vai faltar gás ao Brasil” e Lula disse que o país “não quer ser imperialista” e “tem que prestar solidariedade e generosidade” às economias menores da região.
“Este acordo nos fortalece. E nos permite aprofundar as transformações democráticas no nosso país”, afirmou Morales, em cerimônia junto com Lula no Palácio do Planalto.
Disse que “sempre considerou que o Brasil é um país irmão e que o presidente Lula é um companheiro”.
Lula lembrou que os dois já se conhecem há muito tempo, desde o tempo em que eram sindicalistas e que se no momento “estão presidentes” não podiam permitir que a relação inicial entre eles fosse diminuída.
“Porque o que nós somos mesmo é trabalhadores e quando terminar o nosso mandato poderemos nos encontrar em qualquer parte do mundo e dizer que governamos pensando nos mais pobres e fazendo justiça social, e podemos nos encontrar de cabeça tranqüila, muitas vezes sabendo que não fizemos tudo o que queríamos fazer, mas que fizemos tudo o que foi possível fazer”, disse Lula.
O presidente disse que reconhecia “a justeza de todos os pleitos bolivianos para melhorar a condição de vida do seu povo”, mas que “nem sempre poderia atender a todas as demandas”.
Desgaste
As relações entre os dois países vinham num processo de desgaste desde o ano passado, quando Morales anunciou medidas que contrariavam os interesses da Petrobras no país e vinha pressionando para um aumento no preço do gás vendido à empresa.
O presidente Lula foi muito criticado, inclusive na campanha eleitoral, por não ter tomado medidas contra o país e dizer que o Brasil tinha que ajudar a Bolívia, o país mais pobre da América do Sul.
No início da semana, Morales ameaçou cancelar a visita a Brasília, sua primeira ao país como chefe de Estado, se não houvesse a sinalização de que voltaria para casa com um acordo sobre o gás.
O governo brasileiro vinha afirmando que não aceitaria pressão, que o assunto seria estaria na pauta das conversas entre os dois presidentes e que a negociação era técnica, mas na quarta-feira à noite o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais Marco Aurélio Garcia admitiu que a negociação tinha sido política.
Repercussão na imprensa
Os dois presidentes assinaram 12 acordos de cooperação em sete áreas. O governo brasileiro vai financiar projetos de infra-estrutura no país vizinho.
Já foi fechado um acordo para a construção de uma ponte sobre o Rio Mamoré, ligando as cidades de Guajará-Mirim e Guayaramerín e assinado um protocolo de intenções para cooperação técnica numa rodovia que vai ligar La Paz ao norte do país.
O Brasil também doou um milhão de doses de vacina contra a febre aftosa para ajudar a controlar a doença no país.
O presidente Lula também disse que vai propor a eliminação total das tarifas aos produtos bolivianos no âmbito do Mercosul, para facilitar a entrada do país como membro pleno do bloco.
Prometeu ainda eliminar os entraves para absorver as exportações bolivianas ameaçadas com os cortes das preferências comerciais oferecidas atualmente pelos países desenvolvidos.
“Lula me dizia que ganhar é fácil, governar é difícil. Esses acordos me permitem ir resolvendo os problemas de governar bem”, afirmou.
Na avaliação do governo boliviano, os reajustes do preço conseguidos na viagem devem render ao país este ano uma receita extra de mais de US$ 140 milhões este ano.
Os acordos foram fechados na quarta-feira à noite, mas só foram anunciados nesta quinta-feira porque o governo avaliou que eles teriam pouca repercussão na imprensa se fossem divulgados depois das 21 horas.
Com isso, Morales estendeu a visita que em princípio duraria apenas algumas horas.
Morales disse que “não vai faltar gás ao Brasil” e Lula disse que o país “não quer ser imperialista” e “tem que prestar solidariedade e generosidade” às economias menores da região.
“Este acordo nos fortalece. E nos permite aprofundar as transformações democráticas no nosso país”, afirmou Morales, em cerimônia junto com Lula no Palácio do Planalto.
Disse que “sempre considerou que o Brasil é um país irmão e que o presidente Lula é um companheiro”.
Lula lembrou que os dois já se conhecem há muito tempo, desde o tempo em que eram sindicalistas e que se no momento “estão presidentes” não podiam permitir que a relação inicial entre eles fosse diminuída.
“Porque o que nós somos mesmo é trabalhadores e quando terminar o nosso mandato poderemos nos encontrar em qualquer parte do mundo e dizer que governamos pensando nos mais pobres e fazendo justiça social, e podemos nos encontrar de cabeça tranqüila, muitas vezes sabendo que não fizemos tudo o que queríamos fazer, mas que fizemos tudo o que foi possível fazer”, disse Lula.
O presidente disse que reconhecia “a justeza de todos os pleitos bolivianos para melhorar a condição de vida do seu povo”, mas que “nem sempre poderia atender a todas as demandas”.
Desgaste
As relações entre os dois países vinham num processo de desgaste desde o ano passado, quando Morales anunciou medidas que contrariavam os interesses da Petrobras no país e vinha pressionando para um aumento no preço do gás vendido à empresa.
O presidente Lula foi muito criticado, inclusive na campanha eleitoral, por não ter tomado medidas contra o país e dizer que o Brasil tinha que ajudar a Bolívia, o país mais pobre da América do Sul.
No início da semana, Morales ameaçou cancelar a visita a Brasília, sua primeira ao país como chefe de Estado, se não houvesse a sinalização de que voltaria para casa com um acordo sobre o gás.
O governo brasileiro vinha afirmando que não aceitaria pressão, que o assunto seria estaria na pauta das conversas entre os dois presidentes e que a negociação era técnica, mas na quarta-feira à noite o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais Marco Aurélio Garcia admitiu que a negociação tinha sido política.
Repercussão na imprensa
Os dois presidentes assinaram 12 acordos de cooperação em sete áreas. O governo brasileiro vai financiar projetos de infra-estrutura no país vizinho.
Já foi fechado um acordo para a construção de uma ponte sobre o Rio Mamoré, ligando as cidades de Guajará-Mirim e Guayaramerín e assinado um protocolo de intenções para cooperação técnica numa rodovia que vai ligar La Paz ao norte do país.
O Brasil também doou um milhão de doses de vacina contra a febre aftosa para ajudar a controlar a doença no país.
O presidente Lula também disse que vai propor a eliminação total das tarifas aos produtos bolivianos no âmbito do Mercosul, para facilitar a entrada do país como membro pleno do bloco.
Prometeu ainda eliminar os entraves para absorver as exportações bolivianas ameaçadas com os cortes das preferências comerciais oferecidas atualmente pelos países desenvolvidos.
“Lula me dizia que ganhar é fácil, governar é difícil. Esses acordos me permitem ir resolvendo os problemas de governar bem”, afirmou.
Na avaliação do governo boliviano, os reajustes do preço conseguidos na viagem devem render ao país este ano uma receita extra de mais de US$ 140 milhões este ano.
Os acordos foram fechados na quarta-feira à noite, mas só foram anunciados nesta quinta-feira porque o governo avaliou que eles teriam pouca repercussão na imprensa se fossem divulgados depois das 21 horas.
Com isso, Morales estendeu a visita que em princípio duraria apenas algumas horas.