Retirada britânica não significa Basra sob controle, dizem analistas
da BBC, em Londres
O anúncio da retirada parcial de tropas britânicas do Iraque pode não significar que a situação de segurança na região da cidade de Basra, onde estão os soldados britânicos, esteja sob controle, segundo especialistas consultados pela BBC.
Para Yahia Said, do Centro de Estudos sobre Governança Global da London School of Economics, Basra, no sul do Iraque, é “um caldeirão”, com facções armadas competindo por poder, gangues envolvidas em contrabando de petróleo e milícias religiosas.
Segundo ele, a tensão na região já havia levado a Grã-Bretanha e as Nações Unidas a retirarem seu pessoal civil por questões de segurança.
Ainda assim, Said considera positiva a retirada das tropas britânicas. Para ele, os menos de oito mil soldados sob comando britânico na região são insuficientes para lidar com os problemas enfrentados em Basra, e a retirada é “o reconhecimento pelo governo britânico da futilidade de tentar reverter a situação” militarmente.
Wathib al-Amood, membro do Conselho Municipal de Basra, admite que há milícias em atividade na região, mas diz acreditar que não haverá um enfrentamento entre elas após a retirada britânica.
“Será um bom teste para avaliar a situação, até mesmo porque a retirada será gradual, não de um dia para o outro”, afirmou.
Segundo ele, a situação hoje em Basra é “particularmente boa”, e a decisão britânica foi recebida “com alegria e satisfação”.
Alvo de ataques
A retirada do primeiro contingente do Iraque deixará o restante do efetivo que permanecerá no país por mais tempo sob um maior risco de ataques, na avaliação do porta-voz para questões de segurança do Partido Liberal Democrata (que, depois do Partido Conservador, é o mais importante de oposição na Grã-Bretanha), Tim Garden.
Para ele, a parcela que ficará no país continuará sendo vista como responsável pela segurança na região. “Seria melhor optar por uma retirada total ao final do ano, passando a responsabilidade pela segurança aos Estados Unidos”, disse.
Garden disse que, ao dividir seus esforços militares entre o Iraque e o Afeganistão, o Exército britânico corre o risco de fracassar em ambos. Para ele, o mais sensato para a Grã-Bretanha seria concentrar seus esforços no Afeganistão.
Para a deputada americana Loretta Sanchez, do Partido Democrata, a decisão britânica pela retirada é “um sinal de que as coisas não estão indo bem no Iraque” e que os Estados Unidos têm pouco apoio em sua empreitada no país.
“A maioria dos países quer suas tropas fora do país, e certamente o público americano sinalizou isso ao nosso presidente, que não acredita que ele tenha um plano para o Iraque e que prefere que ele retire também nossas tropas”, disse.
Para Yahia Said, do Centro de Estudos sobre Governança Global da London School of Economics, Basra, no sul do Iraque, é “um caldeirão”, com facções armadas competindo por poder, gangues envolvidas em contrabando de petróleo e milícias religiosas.
Segundo ele, a tensão na região já havia levado a Grã-Bretanha e as Nações Unidas a retirarem seu pessoal civil por questões de segurança.
Ainda assim, Said considera positiva a retirada das tropas britânicas. Para ele, os menos de oito mil soldados sob comando britânico na região são insuficientes para lidar com os problemas enfrentados em Basra, e a retirada é “o reconhecimento pelo governo britânico da futilidade de tentar reverter a situação” militarmente.
Wathib al-Amood, membro do Conselho Municipal de Basra, admite que há milícias em atividade na região, mas diz acreditar que não haverá um enfrentamento entre elas após a retirada britânica.
“Será um bom teste para avaliar a situação, até mesmo porque a retirada será gradual, não de um dia para o outro”, afirmou.
Segundo ele, a situação hoje em Basra é “particularmente boa”, e a decisão britânica foi recebida “com alegria e satisfação”.
Alvo de ataques
A retirada do primeiro contingente do Iraque deixará o restante do efetivo que permanecerá no país por mais tempo sob um maior risco de ataques, na avaliação do porta-voz para questões de segurança do Partido Liberal Democrata (que, depois do Partido Conservador, é o mais importante de oposição na Grã-Bretanha), Tim Garden.
Para ele, a parcela que ficará no país continuará sendo vista como responsável pela segurança na região. “Seria melhor optar por uma retirada total ao final do ano, passando a responsabilidade pela segurança aos Estados Unidos”, disse.
Garden disse que, ao dividir seus esforços militares entre o Iraque e o Afeganistão, o Exército britânico corre o risco de fracassar em ambos. Para ele, o mais sensato para a Grã-Bretanha seria concentrar seus esforços no Afeganistão.
Para a deputada americana Loretta Sanchez, do Partido Democrata, a decisão britânica pela retirada é “um sinal de que as coisas não estão indo bem no Iraque” e que os Estados Unidos têm pouco apoio em sua empreitada no país.
“A maioria dos países quer suas tropas fora do país, e certamente o público americano sinalizou isso ao nosso presidente, que não acredita que ele tenha um plano para o Iraque e que prefere que ele retire também nossas tropas”, disse.