Empregadores russos querem legalizar polígrafo, diz jornal

da BBC, em Londres

Além de apresentar um currículo, um candidato a um emprego na Rússia poderá ser obrigado passar por um teste com polígrafo (popularmente chamado de detector de mentiras), de acordo com reportagem na edição deste sábado do jornal britânico The Times.

Propostas nesse sentido estão sendo analisadas pelo Conselho Municipal de Moscou, e permitirão que a administração pública e empresas privadas submetam os candidatos ao teste.

Os polígrafos baseiam suas conclusões no ritmo dos batimentos cardíacos e em mudanças na pressão sangüínea, na respiração e no suor dos entrevistados.

Os partidários da proposta dizem que as leis trabalhistas em vigor na cidade deveriam ser adaptadas para regulamentar o uso de polígrafos porque milhares de testes já são realizados informalmente todos os anos, inclusive por bancos e outras instituições financeiras.

Isso abre caminho para que funcionários insatisfeitos ou candidatos que não conseguiram o emprego processem a companhia, diz a reportagem.

Forças Armadas

Segundo o Times, membros da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento da Rússia, também estão trabalhando com o Serviço Federal de Segurança (que substituiu a KGB) para elaborar um projeto-de-lei que torne obrigatório o uso deste tipo de teste em contratações realizadas por determinados órgãos de Estado.

Os serviços de segurança e as Forças Armadas são os únicos órgãos oficialmente autorizados a empregar os testes até agora.

Yuri Kholdony, um professor de criminologia da academia do Serviço Federal de Segurança, estima que 50 mil testes com polígrafo sejam realizados anualmente na Rússia, diz o jornal.

O Ministério da Defesa pediu permissão à Duma, no ano passado, para introduzir testes com o detector de mentiras em centros de alistamento militar, com o objetivo de excluir da força recrutas potencialmente instáveis.

Grupos de defesa de direitos humanos temem que as reformas levem milhões de trabalhadores vulneráveis a abuso por parte de empregadores desconfiados, diz o Times.

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