Brasil escutou o que queria do Uruguai, diz jornal
da BBC, em Londres
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva “ouviu o que queria” durante seu encontro com o presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, na segunda-feira, segundo o jornal uruguaio El País em sua edição desta terça-feira.
“O governo da Frente Ampla (a coalizão que sustenta o governo de Vázquez) não deixará o Mercosul, ainda que não renuncie à busca de novos mercados fora do bloco” afirma o jornal.
A reportagem observa que Lula “ratificou sua postura a respeito de que cada integrante do bloco tem a liberdade de buscar novos acordos comerciais, desde que não afetem o Mercosul”.
O diário argentino La Nación, por sua vez, comenta que “até há pouco distanciados, os presidentes do Uruguai e do Brasil deram ontem sinais de coincidências políticas e comerciais, em uma reunião em Colônia destinada a reforçar a relação bilateral e a dar um novo impulso ao Mercosul”.
“Em uma reunião com muitas mensagens nas entrelinhas, o presidente uruguaio expressou seu ‘grande agradecimento’ pelo que considerou ‘a compreensão do irmão maior para os países de economia menor’”, diz a reportagem.
O jornal observa que “o objetivo da viagem do mandatário brasileiro foi dar vigor à integração regional, em um momento em que os Estados Unidos tentam seduzir o Uruguai com um tratado de livre comércio”.
"Lula mais tranqüilo"
O também argentino Clarín afirma que “Lula voltou mais tranqüilo para Brasília e sabe que poderá receber seu colega Bush no dia 8 de março sem passar pelo mau momento de ter de admitir que o Mercosul anda tão aos trancos e barrancos que há um país que quer sair”.
O jornal afirma que, logo após o encontro entre os presidentes, o ministro da Economia uruguaio, Danilo Astori, mudou seu discurso e passou a dizer que o Uruguai pode avançar nas negociações com os Estados Unidos, mas sem sair do Mercosul.
O diário econômico argentino El Cronista Comercial relata que “Lula só esteve no Uruguai por seis horas, mas nesse tempo conseguiu mostrar toda a potência de sua diplomacia”.
“Ele levou investimentos de empresas estatais e privadas, créditos do BNDES e até medicamentos para conter um recente foco de tuberculose. Depois passou a fatura, ao pedir que Montevidéu não assine nada mais com Washington sem consultar seus sócios”, diz a reportagem.
Rodada de Doha
Uma reportagem no diário britânico Financial Times nesta terça-feira afirma que as conversações secretas na semana passada em Londres entre representantes de diversos países, entre eles o Brasil, terminou sem um avanço concreto nas negociações comerciais da Rodada de Doha.
Segundo o jornal, o encontro produziu “um engajamento construtivo”, mas nenhum acordo.
As conversações teriam se concentrado nas questões de tarifas para produtos agrícolas, principalmente nas diferentes categorias de isenções aos cortes de tarifas que serão permitidas aos países ricos e aos países pobres, segundo o jornal.
A reportagem afirma que o principal avanço nas negociações foi a participação mais ativa da Índia, que vinha se mantendo à parte desde a retomada do diálogo acertada durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, no mês passado.
Apesar disso, o jornal relata que “os participantes disseram que, apesar de a Índia estar na mesa de negociações, ainda tem um papel secundário”.
“Em uma entrevista no fim de semana, a representante de comércio americana, Susan Schwab, disse que o progresso com os europeus e com os brasileiros não foi seguido de uma vontade de Nova Déli em fazer concessões”, diz o FT.
CVRD
O Wall Street Journal relata em reportagem nesta terça-feira o anúncio, pela Companhia Vale do Rio Doce, da compra da produtora australiana de carvão AMCI Holdings Australia, por US$ 661 milhões.
“Segundo a CVRD, a AMCI tem participação em vários projetos conjuntos que produzem 8 milhões de toneladas por ano, com reservas de 103 milhões de toneladas”, diz a reportagem.
O jornal observa que “o carvão metalúrgico, ou carvão-coque, é uma das únicas matérias primas para a siderurgia que não é encontrada no Brasil”. “As siderúrgicas brasileiras importam todo o carvão-coque que utilizam”, afirma.
Segundo o jornal, “a CVRD, maior produtora e exportadora mundial de minério de ferro e de ferro comprimido, tem trabalhado fortemente para expandir seu portfolio de minerais nos últimos anos, especialmente na produção de carvão”.
“O governo da Frente Ampla (a coalizão que sustenta o governo de Vázquez) não deixará o Mercosul, ainda que não renuncie à busca de novos mercados fora do bloco” afirma o jornal.
A reportagem observa que Lula “ratificou sua postura a respeito de que cada integrante do bloco tem a liberdade de buscar novos acordos comerciais, desde que não afetem o Mercosul”.
O diário argentino La Nación, por sua vez, comenta que “até há pouco distanciados, os presidentes do Uruguai e do Brasil deram ontem sinais de coincidências políticas e comerciais, em uma reunião em Colônia destinada a reforçar a relação bilateral e a dar um novo impulso ao Mercosul”.
“Em uma reunião com muitas mensagens nas entrelinhas, o presidente uruguaio expressou seu ‘grande agradecimento’ pelo que considerou ‘a compreensão do irmão maior para os países de economia menor’”, diz a reportagem.
O jornal observa que “o objetivo da viagem do mandatário brasileiro foi dar vigor à integração regional, em um momento em que os Estados Unidos tentam seduzir o Uruguai com um tratado de livre comércio”.
"Lula mais tranqüilo"
O também argentino Clarín afirma que “Lula voltou mais tranqüilo para Brasília e sabe que poderá receber seu colega Bush no dia 8 de março sem passar pelo mau momento de ter de admitir que o Mercosul anda tão aos trancos e barrancos que há um país que quer sair”.
O jornal afirma que, logo após o encontro entre os presidentes, o ministro da Economia uruguaio, Danilo Astori, mudou seu discurso e passou a dizer que o Uruguai pode avançar nas negociações com os Estados Unidos, mas sem sair do Mercosul.
O diário econômico argentino El Cronista Comercial relata que “Lula só esteve no Uruguai por seis horas, mas nesse tempo conseguiu mostrar toda a potência de sua diplomacia”.
“Ele levou investimentos de empresas estatais e privadas, créditos do BNDES e até medicamentos para conter um recente foco de tuberculose. Depois passou a fatura, ao pedir que Montevidéu não assine nada mais com Washington sem consultar seus sócios”, diz a reportagem.
Rodada de Doha
Uma reportagem no diário britânico Financial Times nesta terça-feira afirma que as conversações secretas na semana passada em Londres entre representantes de diversos países, entre eles o Brasil, terminou sem um avanço concreto nas negociações comerciais da Rodada de Doha.
Segundo o jornal, o encontro produziu “um engajamento construtivo”, mas nenhum acordo.
As conversações teriam se concentrado nas questões de tarifas para produtos agrícolas, principalmente nas diferentes categorias de isenções aos cortes de tarifas que serão permitidas aos países ricos e aos países pobres, segundo o jornal.
A reportagem afirma que o principal avanço nas negociações foi a participação mais ativa da Índia, que vinha se mantendo à parte desde a retomada do diálogo acertada durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, no mês passado.
Apesar disso, o jornal relata que “os participantes disseram que, apesar de a Índia estar na mesa de negociações, ainda tem um papel secundário”.
“Em uma entrevista no fim de semana, a representante de comércio americana, Susan Schwab, disse que o progresso com os europeus e com os brasileiros não foi seguido de uma vontade de Nova Déli em fazer concessões”, diz o FT.
CVRD
O Wall Street Journal relata em reportagem nesta terça-feira o anúncio, pela Companhia Vale do Rio Doce, da compra da produtora australiana de carvão AMCI Holdings Australia, por US$ 661 milhões.
“Segundo a CVRD, a AMCI tem participação em vários projetos conjuntos que produzem 8 milhões de toneladas por ano, com reservas de 103 milhões de toneladas”, diz a reportagem.
O jornal observa que “o carvão metalúrgico, ou carvão-coque, é uma das únicas matérias primas para a siderurgia que não é encontrada no Brasil”. “As siderúrgicas brasileiras importam todo o carvão-coque que utilizam”, afirma.
Segundo o jornal, “a CVRD, maior produtora e exportadora mundial de minério de ferro e de ferro comprimido, tem trabalhado fortemente para expandir seu portfolio de minerais nos últimos anos, especialmente na produção de carvão”.