Queda nas Bolsas não é nova crise asiática, diz 'FT'
da BBC, em Londres
A queda generalizada nas Bolsas de Valores pelo mundo, ocorrida na terça-feira, não deve se espalhar e se acentuar da mesma maneira que a crise asiática de dez anos atrás, na avaliação de reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal econômico britânico Financial Times.
O jornal, que ouviu analistas sobre o assunto, disse que “na superfície, há semelhanças com a crise asiática de 1997, que deu aos mercados a palavra ‘contágio’”.
Na ocasião, o que ocorreu foram "crises financeiras e cambiais que se espalharam de um país com fundamentos econômicos pobres para outro, até que os mercados da Europa e dos Estados Unidos também sofressem”, explica a reportagem.
Desta vez, porém, os analistas consideram que a causa das quedas nos mercados é diferente, segundo o texto.
“Ao invés de um contágio começando na China, onde os mercados caíram 9% ontem, eles sugerem que havia uma queda correlacionada envolvendo vários ativos que pareciam supervalorizados e, por isso, pouco atraentes para os investidores que ficaram mais nervosos sobre os riscos econômicos”, diz o Financial Times.
Aversão ao risco
Em outro texto, o jornal observa que, “com os mercados mundiais mais interconectados, graças ao crescimento de instrumentos financeiros, é mais fácil para um investidor com aversão ao risco atuar”.
“Na terça-feira, os modelos dos investidores disseram a eles para vender ativos de risco – e isso significou vendas súbitas de ações chinesas e depois americanas”, observa o artigo.
O jornal observa, porém, que “após uma alta prolongada, os eventos de ontem ainda não dão nenhuma grande razão para temer um mercado em baixa”, mas que “essa correção pode se transformar em algo pior”.
“Os mercados emergentes podem sofrer mais do que os outros, mas isso vai depender principalmente dos países desenvolvidos e particularmente dos Estados Unidos e de seu mercado de crédito”, observa o FT.
Greenspan
O americano The Wall Street Journal, por sua vez, observa que os investidores continuam tão atentos às declarações do ex-presidente do Fed (o Banco Central americano) Alan Greenspan quanto antes, mesmo um ano após ele deixar o cargo.
O jornal afirma que declarações de Greenspan em uma teleconferência na segunda-feira, mal interpretadas por um analista de um banco de investimentos, levou o mercado a acreditar que ele teria previsto que uma recessão nos Estados Unidos é “provável”.
Segundo o jornal, Greenspan disse que uma recessão é “possível”, não “provável”. “De fato, ele disse que a maioria dos analistas não prevê uma recessão, que o ambiente global é ‘benigno’ e que não tem havido nenhum ‘transbordamento significativo’ da contração no mercado imobiliário”, diz a reportagem.
Segundo a reportagem, “as últimas 48 horas deixaram claro que os investidores podem dar tanta atenção ao que ele fala quanto antes, deixando mais difícil se concentrar no que o seu sucessor, Ben Bernanke, tem a dizer”.
Segundo o jornal, “o poder das declarações de Greenspan apavorou e frustrou algumas pessoas no mercado”. Um analista ouvido pela reportagem comentou que, apesar de Bernanke ter o poder, muitos ainda dão mais valor à “bola de cristal” de Greenspan.
“Sinal positivo”
Reportagem publicada pelo diário argentino La Nación nesta quarta-feira diz que o governo do presidente Néstor Kirchner recebeu como um “sinal positivo para a consolidação do Mercosul” o resultado do encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Tabaré Vázquez, do Uruguai, na segunda-feira.
Segundo o jornal, “altas fontes do governo disseram ao La Nación que as propostas globais feitas por Lula a Vázquez haviam sido negociadas com o governo argentino dias antes da cúpula, com o que, apesar de Kirchner não ter participado da reunião, a Casa Rosada deu seu respaldo aos gestos de entendimento esboçados pelos dois mandatários”.
Segundo o jornal, uma delegação de oito diplomatas brasileiros se reuniu com membros do governo argentino na quinta-feira para discutir as propostas que seriam feitas ao Uruguai durante o encontro dos presidentes.
A reportagem afirma que nesta reunião a Argentina acabou convencendo o Brasil a deixar de lado uma proposta que faria ao Uruguai em relação à flexibilização das regras de origem, que “permitiria aos países menores do bloco incorporar produtos de terceiros países pagando somente a tarifa externa comum do Mercosul”.
Disputa por sorvete
Outro jornal argentino, o econômico El Cronista Comercial, relata nesta quarta-feira uma disputa entre Argentina, Brasil e México para sediar uma nova fábrica de sorvetes da marca americana Häagen Dasz e que serviria de base para toda a América Latina.
“A briga argentina pelos sorvetes não é simples. As filiais do Brasil e do México também reclamam seu lugar como novo centro de fabricação regional. E, diferentemente da Argentina, têm imensos mercados internos, que são dez vezes maiores que o local”, diz a reportagem.
O jornal relata que, atualmente, a produção da Häagen Dasz está concentrada em três fábricas pelo mundo – nos Estados Unidos, no Japão e na França.
A reportagem observa ainda que a Argentina já venceu outra disputa envolvendo a General Mills, dona da marca Häagen Dasz, para a construção de uma fábrica de barras de cereais da marca Nature Valley.
“O baixo preço da aveia, um insumo chave para a elaboração desses produtos, teria influenciado a decisão da multinacional. O Brasil também participou do processo, mas foi deixado de lado”, diz o jornal.
O jornal, que ouviu analistas sobre o assunto, disse que “na superfície, há semelhanças com a crise asiática de 1997, que deu aos mercados a palavra ‘contágio’”.
Na ocasião, o que ocorreu foram "crises financeiras e cambiais que se espalharam de um país com fundamentos econômicos pobres para outro, até que os mercados da Europa e dos Estados Unidos também sofressem”, explica a reportagem.
Desta vez, porém, os analistas consideram que a causa das quedas nos mercados é diferente, segundo o texto.
“Ao invés de um contágio começando na China, onde os mercados caíram 9% ontem, eles sugerem que havia uma queda correlacionada envolvendo vários ativos que pareciam supervalorizados e, por isso, pouco atraentes para os investidores que ficaram mais nervosos sobre os riscos econômicos”, diz o Financial Times.
Aversão ao risco
Em outro texto, o jornal observa que, “com os mercados mundiais mais interconectados, graças ao crescimento de instrumentos financeiros, é mais fácil para um investidor com aversão ao risco atuar”.
“Na terça-feira, os modelos dos investidores disseram a eles para vender ativos de risco – e isso significou vendas súbitas de ações chinesas e depois americanas”, observa o artigo.
O jornal observa, porém, que “após uma alta prolongada, os eventos de ontem ainda não dão nenhuma grande razão para temer um mercado em baixa”, mas que “essa correção pode se transformar em algo pior”.
“Os mercados emergentes podem sofrer mais do que os outros, mas isso vai depender principalmente dos países desenvolvidos e particularmente dos Estados Unidos e de seu mercado de crédito”, observa o FT.
Greenspan
O americano The Wall Street Journal, por sua vez, observa que os investidores continuam tão atentos às declarações do ex-presidente do Fed (o Banco Central americano) Alan Greenspan quanto antes, mesmo um ano após ele deixar o cargo.
O jornal afirma que declarações de Greenspan em uma teleconferência na segunda-feira, mal interpretadas por um analista de um banco de investimentos, levou o mercado a acreditar que ele teria previsto que uma recessão nos Estados Unidos é “provável”.
Segundo o jornal, Greenspan disse que uma recessão é “possível”, não “provável”. “De fato, ele disse que a maioria dos analistas não prevê uma recessão, que o ambiente global é ‘benigno’ e que não tem havido nenhum ‘transbordamento significativo’ da contração no mercado imobiliário”, diz a reportagem.
Segundo a reportagem, “as últimas 48 horas deixaram claro que os investidores podem dar tanta atenção ao que ele fala quanto antes, deixando mais difícil se concentrar no que o seu sucessor, Ben Bernanke, tem a dizer”.
Segundo o jornal, “o poder das declarações de Greenspan apavorou e frustrou algumas pessoas no mercado”. Um analista ouvido pela reportagem comentou que, apesar de Bernanke ter o poder, muitos ainda dão mais valor à “bola de cristal” de Greenspan.
“Sinal positivo”
Reportagem publicada pelo diário argentino La Nación nesta quarta-feira diz que o governo do presidente Néstor Kirchner recebeu como um “sinal positivo para a consolidação do Mercosul” o resultado do encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Tabaré Vázquez, do Uruguai, na segunda-feira.
Segundo o jornal, “altas fontes do governo disseram ao La Nación que as propostas globais feitas por Lula a Vázquez haviam sido negociadas com o governo argentino dias antes da cúpula, com o que, apesar de Kirchner não ter participado da reunião, a Casa Rosada deu seu respaldo aos gestos de entendimento esboçados pelos dois mandatários”.
Segundo o jornal, uma delegação de oito diplomatas brasileiros se reuniu com membros do governo argentino na quinta-feira para discutir as propostas que seriam feitas ao Uruguai durante o encontro dos presidentes.
A reportagem afirma que nesta reunião a Argentina acabou convencendo o Brasil a deixar de lado uma proposta que faria ao Uruguai em relação à flexibilização das regras de origem, que “permitiria aos países menores do bloco incorporar produtos de terceiros países pagando somente a tarifa externa comum do Mercosul”.
Disputa por sorvete
Outro jornal argentino, o econômico El Cronista Comercial, relata nesta quarta-feira uma disputa entre Argentina, Brasil e México para sediar uma nova fábrica de sorvetes da marca americana Häagen Dasz e que serviria de base para toda a América Latina.
“A briga argentina pelos sorvetes não é simples. As filiais do Brasil e do México também reclamam seu lugar como novo centro de fabricação regional. E, diferentemente da Argentina, têm imensos mercados internos, que são dez vezes maiores que o local”, diz a reportagem.
O jornal relata que, atualmente, a produção da Häagen Dasz está concentrada em três fábricas pelo mundo – nos Estados Unidos, no Japão e na França.
A reportagem observa ainda que a Argentina já venceu outra disputa envolvendo a General Mills, dona da marca Häagen Dasz, para a construção de uma fábrica de barras de cereais da marca Nature Valley.
“O baixo preço da aveia, um insumo chave para a elaboração desses produtos, teria influenciado a decisão da multinacional. O Brasil também participou do processo, mas foi deixado de lado”, diz o jornal.