Morte de franceses deixa Rio em choque, diz jornal
da BBC, em Londres
Os detalhes do assassinato dos três franceses mortos a facadas em um apartamento em Copacabana nesta semana deixou a cidade do Rio, já acostumada com a violência, chocada, segundo reportagem publicada pelo diário britânico The Times.
“Mesmo pelos terríveis padrões da reputação sangrenta do Rio, o fato de uma das vítimas francesas ter sido torturada e decapitada deixou até os endurecidos policiais chocados”, relata o jornal.
“As duas outras vítimas foram esfaqueadas seguidamente, em meio a gritos agudos, enquanto seu filho de dois anos, Max, dormia no andar de cima”, continua o texto.
O jornal observa ainda que o principal acusado pelo crime, Társio Wilson Ramires, foi ajudado nos últimos dez anos pela organização criada pelos franceses para auxiliar menores carentes nas favelas do Rio.
“Eles deram a ele um trabalho, mas ele começou recentemente a roubar dinheiro da organização, somando dezenas de milhares de dólares”, diz a reportagem.
Fim trágico
O também britânico The Guardian comenta que “Delphine Douyère não foi ao Rio de Janeiro pelas praias e pelo sol”. “Após períodos em trabalho de caridade na Bósnia e no México, a assistente social francesa esperava ajudar a resgatar jovens brasileiros de uma vida de crime e pobreza em uma das cidades mais violentas do mundo”, diz a reportagem.
“Mas nesta semana, após quase uma década dedicada às crianças da América do Sul, ela teve o fim mais trágico imaginável – cortada à morte com facas de cozinha em sua casa em Copacabana ao lado de seu marido e de um colega, aparentemente por um dos menores de rua que ela havia tentado salvar”, relata o Guardian.
O jornal afirma que os assassinatos pontuam um recente aumento da violência na cidade, “onde cerca de 6 mil homicídios são cometidos a cada ano”.
O diário francês Le Figaro observa que “o crime provocou uma grande agitação na comunidade francesa do Rio de Janeiro, que tem 7,5 mil pessoas” e que “mesmo para os padrões brasileiros, o crime é de uma brutalidade rara”.
“O drama ilustra a banalização da violência no país”, segundo o jornal, que afirma que, com uma taxa de homicídios anual de 27 mortos por 100 mil habitantes, o Brasil é o quarto país mais violento do mundo, atrás somente de Colômbia, Rússia e Venezuela.
O jornal observa que “a segurança pública é uma questão abandonada pelo Estado, o que vem provocando uma insatisfação popular” e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta semana que o tema será debatido em seu encontro com os governadores nesta quarta-feira.
Mortes no interior
A violência no Brasil também é tema de uma reportagem do diário espanhol El País, que destaca os dados que mostram o aumento no número de mortes violentas de jovens nas cidades do interior do país.
Segundo o jornal, apesar de os crimes de maior destaque ocorrerem nas grandes cidades, como no caso do assassinato dos franceses no Rio de Janeiro, “as grandes cidade como Rio e São Paulo conseguiram estabilizar ou reduzir as taxas de violência entre 1999 e 2004, enquanto ela cresce nos pequenos municípios”.
“Morrem mais jovens nas cidades do interior do país do que nas grandes cidades. Esta é uma das conclusões de um relatório do Ministério da Saúde e da Organização dos Estados Iberoamericanos para a Educação, a Ciência e a Cultura”, relata o jornal.
Segundo um sociólogo ouvido pelo diário, a razão desse aumento pode ser o crescimento econômico verificado no interior do país, com maior riqueza e mais tráfico de drogas, além do investimento do Estado para controlar a violência nas grandes cidades.
A reportagem comenta que a questão da violência será tema de debate entre Lula e os governadores nesta quarta-feira e que o presidente terá que explicar por que a segurança pública acaba sempre relegada nos Orçamentos federais.
Investimentos em infra-estrutura
Reportagem do diário financeiro britânico Financial Times relata a recomendação do Banco Mundial para que o Brasil remova barreiras regulatórias ao investimento privado em infra-estrutura para reverter o baixo grau de investimentos no setor.
Segundo o jornal, o relatório do Banco Mundial, a ser divulgado nesta semana, “aumentará as preocupações de que o plano recentemente anunciado pelo governo para aumentar o crescimento econômico por meio de investimentos do setor público não conseguirá cumprir as expectativas e deixará o país para trás em relação aos demais países emergentes”.
O FT relata que o Banco Mundial dirá que o investimento em infra-estrutura no Brasil está hoje em cerca de 1% do PIB, muito aquém dos 3,2% que a instituição diz ser necessários para evitar uma maior deterioração das estruturas e dos serviços já existentes, considerando um crescimento anual do PIB de apenas 2%.
A reportagem lembra que o plano econômico de Lula promete elevar a taxa de crescimento para 5% anuais e observa que o relatório aponta que, com esse nível de expansão, os gastos em infra-estrutura teriam que estar entre 5% e 9% do PIB.
Segundo o jornal, o relatório observa “a necessidade de reduzir as incertezas provocadas pelas leis imprecisas e por mudanças de políticas, e de melhorar a qualidade dos contratos de concessão e melhorar o desempenho das agências reguladoras para reduzir o risco de interpretações arbitrárias das leis e de contratos”.
“Mesmo pelos terríveis padrões da reputação sangrenta do Rio, o fato de uma das vítimas francesas ter sido torturada e decapitada deixou até os endurecidos policiais chocados”, relata o jornal.
“As duas outras vítimas foram esfaqueadas seguidamente, em meio a gritos agudos, enquanto seu filho de dois anos, Max, dormia no andar de cima”, continua o texto.
O jornal observa ainda que o principal acusado pelo crime, Társio Wilson Ramires, foi ajudado nos últimos dez anos pela organização criada pelos franceses para auxiliar menores carentes nas favelas do Rio.
“Eles deram a ele um trabalho, mas ele começou recentemente a roubar dinheiro da organização, somando dezenas de milhares de dólares”, diz a reportagem.
Fim trágico
O também britânico The Guardian comenta que “Delphine Douyère não foi ao Rio de Janeiro pelas praias e pelo sol”. “Após períodos em trabalho de caridade na Bósnia e no México, a assistente social francesa esperava ajudar a resgatar jovens brasileiros de uma vida de crime e pobreza em uma das cidades mais violentas do mundo”, diz a reportagem.
“Mas nesta semana, após quase uma década dedicada às crianças da América do Sul, ela teve o fim mais trágico imaginável – cortada à morte com facas de cozinha em sua casa em Copacabana ao lado de seu marido e de um colega, aparentemente por um dos menores de rua que ela havia tentado salvar”, relata o Guardian.
O jornal afirma que os assassinatos pontuam um recente aumento da violência na cidade, “onde cerca de 6 mil homicídios são cometidos a cada ano”.
O diário francês Le Figaro observa que “o crime provocou uma grande agitação na comunidade francesa do Rio de Janeiro, que tem 7,5 mil pessoas” e que “mesmo para os padrões brasileiros, o crime é de uma brutalidade rara”.
“O drama ilustra a banalização da violência no país”, segundo o jornal, que afirma que, com uma taxa de homicídios anual de 27 mortos por 100 mil habitantes, o Brasil é o quarto país mais violento do mundo, atrás somente de Colômbia, Rússia e Venezuela.
O jornal observa que “a segurança pública é uma questão abandonada pelo Estado, o que vem provocando uma insatisfação popular” e que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta semana que o tema será debatido em seu encontro com os governadores nesta quarta-feira.
Mortes no interior
A violência no Brasil também é tema de uma reportagem do diário espanhol El País, que destaca os dados que mostram o aumento no número de mortes violentas de jovens nas cidades do interior do país.
Segundo o jornal, apesar de os crimes de maior destaque ocorrerem nas grandes cidades, como no caso do assassinato dos franceses no Rio de Janeiro, “as grandes cidade como Rio e São Paulo conseguiram estabilizar ou reduzir as taxas de violência entre 1999 e 2004, enquanto ela cresce nos pequenos municípios”.
“Morrem mais jovens nas cidades do interior do país do que nas grandes cidades. Esta é uma das conclusões de um relatório do Ministério da Saúde e da Organização dos Estados Iberoamericanos para a Educação, a Ciência e a Cultura”, relata o jornal.
Segundo um sociólogo ouvido pelo diário, a razão desse aumento pode ser o crescimento econômico verificado no interior do país, com maior riqueza e mais tráfico de drogas, além do investimento do Estado para controlar a violência nas grandes cidades.
A reportagem comenta que a questão da violência será tema de debate entre Lula e os governadores nesta quarta-feira e que o presidente terá que explicar por que a segurança pública acaba sempre relegada nos Orçamentos federais.
Investimentos em infra-estrutura
Reportagem do diário financeiro britânico Financial Times relata a recomendação do Banco Mundial para que o Brasil remova barreiras regulatórias ao investimento privado em infra-estrutura para reverter o baixo grau de investimentos no setor.
Segundo o jornal, o relatório do Banco Mundial, a ser divulgado nesta semana, “aumentará as preocupações de que o plano recentemente anunciado pelo governo para aumentar o crescimento econômico por meio de investimentos do setor público não conseguirá cumprir as expectativas e deixará o país para trás em relação aos demais países emergentes”.
O FT relata que o Banco Mundial dirá que o investimento em infra-estrutura no Brasil está hoje em cerca de 1% do PIB, muito aquém dos 3,2% que a instituição diz ser necessários para evitar uma maior deterioração das estruturas e dos serviços já existentes, considerando um crescimento anual do PIB de apenas 2%.
A reportagem lembra que o plano econômico de Lula promete elevar a taxa de crescimento para 5% anuais e observa que o relatório aponta que, com esse nível de expansão, os gastos em infra-estrutura teriam que estar entre 5% e 9% do PIB.
Segundo o jornal, o relatório observa “a necessidade de reduzir as incertezas provocadas pelas leis imprecisas e por mudanças de políticas, e de melhorar a qualidade dos contratos de concessão e melhorar o desempenho das agências reguladoras para reduzir o risco de interpretações arbitrárias das leis e de contratos”.