Bush vai à América Latina 'de mãos vazias', diz democrata
da BBC, em Londres
O deputado democrata Gregory Meeks disse nesta quinta-feira que o presidente George W. Bush está usando ''muita retórica'' para falar de sua viagem ao Brasil, no próximo dia 8 de março, e a outros países da América Latina, mas que está indo à região de ''mãos vazias''.
O comentário foi feito durante uma audiência realizada nesta quinta-feira no Congresso americano sobre a política dos Estados Unidos para a América Latina.
Vários deputados manifestaram preocupação com os cortes de investimentos e ajuda à região, dizendo que o governo de Bush não tem demonstrado empenho em fortalecer os laços com a América Latina e insistido no discurso crítico ao papel supostamente "desestabilizador" de líderes esquerdistas na região.
Meeks disse que ''as pessoas não falam muito sobre o porquê de a América Latina estar dando uma guinada para a esquerda'' e acrescentou: ''Eu não concordo com a retórica de Hugo Chávez (o presidente da Venezuela), mas ele tem um objetivo social, e para os pobres da região, o que importa é quem irá ajudá-los a sobreviver.''
O presidente do subcomitê de Hemisfério Ocidental, o deputado Eliot Engel, que comandou a audiência de quinta, fez coro às críticas de seu colega, através de um carta enviada ao presidente americano.
O documento, do qual Engel é um co-signatário juntamente com o republicano Dan Burton, expressa preocupação com o fato de que investimentos na região sofreram uma redução de US$ 70 milhões no orçamento previsto para 2008.
A carta menciona ainda ''grande preocupação'' com o corte de US$ 36 milhões em programas de saúde na região e a eliminação quase que total do financiamento de programas militares dos países latino-americanos, à exceção de Colômbia e El Salvador.
Regimes represssivos
Durante uma de suas intervenções na audiência de quinta, Gregory Meeks disse que ''agora nós nos queixamos de que a região está cheia de regimes esquerdistas, mas ironicamente nos alinhamos a regimes repressivos latino-americanos no passado''.
Segundo Meeks, o argumento dado nos anos 70 pelo presidente republicano Richard Nixon ao então funcionário da Casa Branca Donald Rumsfeld para apoiar regimes militares na América Latina foi o de que ''ninguém dá a mínima para a América Latina''.
O democrata Donald Payne disse que ''a América Latina está se afundando no ressentimento'' contra os Estados Unidos e disse ser importante levar isso em conta para entender ''por que eles estão dando apoio a líderes populistas''.
Segundo Payne, esse ressentimento se deve, em boa parte, a ações tomadas na América Latina pelos Estados Unidos, como o reconhecimento aos autores do golpe contra Hugo Chávez, em 2002.
''Nosso Departamento de Estado reconheceu o governo que assumiu após o golpe, mas ele acabou não se firmando e isso foi constrangedor e exacerbou uma situação que já era ruim'', disse Payne.
A deputada do Partido Democrata Gabrielle Giffords afirmou que a suposta negligência em relação a região não pode ser atribuída somente ao governo Bush. ''Este congresso e esta administração realmente ignoraram a América Latina.''
Donald Payne disse que agora, sob Thomas Shannon, o subsecretário para o Hemisfério Ocidental do governo americano, o país está mais bem servido, porque ''no passado, não é que tivéssemos apenas uma política ruim para a América Latina, nós não tínhamos política alguma''.
O comentário foi feito durante uma audiência realizada nesta quinta-feira no Congresso americano sobre a política dos Estados Unidos para a América Latina.
Vários deputados manifestaram preocupação com os cortes de investimentos e ajuda à região, dizendo que o governo de Bush não tem demonstrado empenho em fortalecer os laços com a América Latina e insistido no discurso crítico ao papel supostamente "desestabilizador" de líderes esquerdistas na região.
Meeks disse que ''as pessoas não falam muito sobre o porquê de a América Latina estar dando uma guinada para a esquerda'' e acrescentou: ''Eu não concordo com a retórica de Hugo Chávez (o presidente da Venezuela), mas ele tem um objetivo social, e para os pobres da região, o que importa é quem irá ajudá-los a sobreviver.''
O presidente do subcomitê de Hemisfério Ocidental, o deputado Eliot Engel, que comandou a audiência de quinta, fez coro às críticas de seu colega, através de um carta enviada ao presidente americano.
O documento, do qual Engel é um co-signatário juntamente com o republicano Dan Burton, expressa preocupação com o fato de que investimentos na região sofreram uma redução de US$ 70 milhões no orçamento previsto para 2008.
A carta menciona ainda ''grande preocupação'' com o corte de US$ 36 milhões em programas de saúde na região e a eliminação quase que total do financiamento de programas militares dos países latino-americanos, à exceção de Colômbia e El Salvador.
Regimes represssivos
Durante uma de suas intervenções na audiência de quinta, Gregory Meeks disse que ''agora nós nos queixamos de que a região está cheia de regimes esquerdistas, mas ironicamente nos alinhamos a regimes repressivos latino-americanos no passado''.
Segundo Meeks, o argumento dado nos anos 70 pelo presidente republicano Richard Nixon ao então funcionário da Casa Branca Donald Rumsfeld para apoiar regimes militares na América Latina foi o de que ''ninguém dá a mínima para a América Latina''.
O democrata Donald Payne disse que ''a América Latina está se afundando no ressentimento'' contra os Estados Unidos e disse ser importante levar isso em conta para entender ''por que eles estão dando apoio a líderes populistas''.
Segundo Payne, esse ressentimento se deve, em boa parte, a ações tomadas na América Latina pelos Estados Unidos, como o reconhecimento aos autores do golpe contra Hugo Chávez, em 2002.
''Nosso Departamento de Estado reconheceu o governo que assumiu após o golpe, mas ele acabou não se firmando e isso foi constrangedor e exacerbou uma situação que já era ruim'', disse Payne.
A deputada do Partido Democrata Gabrielle Giffords afirmou que a suposta negligência em relação a região não pode ser atribuída somente ao governo Bush. ''Este congresso e esta administração realmente ignoraram a América Latina.''
Donald Payne disse que agora, sob Thomas Shannon, o subsecretário para o Hemisfério Ocidental do governo americano, o país está mais bem servido, porque ''no passado, não é que tivéssemos apenas uma política ruim para a América Latina, nós não tínhamos política alguma''.