Ministro francês diz que Brasil é 'predador agrícola'
da BBC, em Londres
O ministro francês da Agricultura, Dominique Bussereau, qualificou o Brasil de "verdadeiro predador agrícola" e declarou que a França vai manter sua posição nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC) retomadas nesta segunda-feira em Genebra.
A França se recusa a aceitar novas reduções das tarifas de importação de produtos agrícolas e promete fazer pressão nas discussões para que o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, não proponha outras concessões aos países emergentes.
Em entrevista a uma rádio francesa na manhã desta segunda-feira, Dominique Bussereau afirmou que as grande potências agroindustriais, como Brasil, Argentina, Austrália e Nova Zelândia, querem colocar seus produtos na Europa, mas não oferecem acesso aos seus mercados internos.
"Esses países querem que a Europa reduza suas tarifas de importação sem dar a menor contrapartida para que nós entremos em seus mercados", afirmou o ministro francês, que chamou esses países de "verdadeiros predadores".
"É por este motivo que a França e a Europa são inflexíveis nas negociações da OMC. Nós temos um sistema de regras e não queremos acabar com nossas fronteiras para destruir uma parte de nossa agricultura."
Segundo Bussereau, se a Europa permitir a entrada da carne bovina brasileira, "será a destruição completa da produção francesa".
Sem garantia
Além disso, disse o ministro, "será terrível também para os consumidores europeus", já que a carne bovina brasileira não teria nenhuma garantia de rastreamento de todo o processo produtivo nem sanitário.
Bussereau diz que a Europa tem "aliados" nas negociações, que não desejam que essa situação ocorra. De acordo com o ministro francês, "a maioria" dos 27 membros da União Européia, além de grandes importadores, como Japão e Suíça, apoiariam a posição da França.
O governo francês voltou a criticar os Estados Unidos e disse que os americanos defendem sua agricultura mais do que os europeus.
"Nós estamos de acordo para realizar mudanças, mas, senhores americanos, mexam-se primeiro", disse Bussereau.
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, disse também nesta segunda-feira que a França não deseja bloquear as negociações na OMC, mas sim "trazer um pouco de bom senso às discussões".
"A agricultura não tem vocação para ser a única variável de ajuste das negociações. É preciso progredir nas áreas industrial e de serviços, mas não é necessário por causa disso fazer uma liquidação da agricultura", declarou Villepin.
O Brasil, por sua vez, condiciona novas vantagens em relação a produtos industriais e serviços aos avanços que seriam obtidos primeiro na área agrícola.
Villepin fez essas declarações sobre a rodada de Doha da OMC, para a liberalização do comércio mundial, após as críticas feitas pelo presidente Jacques Chirac ao comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, durante a abertura do Salão da Agricultura em Paris, no último sábado.
A França se recusa a aceitar novas reduções das tarifas de importação de produtos agrícolas e promete fazer pressão nas discussões para que o comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, não proponha outras concessões aos países emergentes.
Em entrevista a uma rádio francesa na manhã desta segunda-feira, Dominique Bussereau afirmou que as grande potências agroindustriais, como Brasil, Argentina, Austrália e Nova Zelândia, querem colocar seus produtos na Europa, mas não oferecem acesso aos seus mercados internos.
"Esses países querem que a Europa reduza suas tarifas de importação sem dar a menor contrapartida para que nós entremos em seus mercados", afirmou o ministro francês, que chamou esses países de "verdadeiros predadores".
"É por este motivo que a França e a Europa são inflexíveis nas negociações da OMC. Nós temos um sistema de regras e não queremos acabar com nossas fronteiras para destruir uma parte de nossa agricultura."
Segundo Bussereau, se a Europa permitir a entrada da carne bovina brasileira, "será a destruição completa da produção francesa".
Sem garantia
Além disso, disse o ministro, "será terrível também para os consumidores europeus", já que a carne bovina brasileira não teria nenhuma garantia de rastreamento de todo o processo produtivo nem sanitário.
Bussereau diz que a Europa tem "aliados" nas negociações, que não desejam que essa situação ocorra. De acordo com o ministro francês, "a maioria" dos 27 membros da União Européia, além de grandes importadores, como Japão e Suíça, apoiariam a posição da França.
O governo francês voltou a criticar os Estados Unidos e disse que os americanos defendem sua agricultura mais do que os europeus.
"Nós estamos de acordo para realizar mudanças, mas, senhores americanos, mexam-se primeiro", disse Bussereau.
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, disse também nesta segunda-feira que a França não deseja bloquear as negociações na OMC, mas sim "trazer um pouco de bom senso às discussões".
"A agricultura não tem vocação para ser a única variável de ajuste das negociações. É preciso progredir nas áreas industrial e de serviços, mas não é necessário por causa disso fazer uma liquidação da agricultura", declarou Villepin.
O Brasil, por sua vez, condiciona novas vantagens em relação a produtos industriais e serviços aos avanços que seriam obtidos primeiro na área agrícola.
Villepin fez essas declarações sobre a rodada de Doha da OMC, para a liberalização do comércio mundial, após as críticas feitas pelo presidente Jacques Chirac ao comissário europeu para o Comércio, Peter Mandelson, durante a abertura do Salão da Agricultura em Paris, no último sábado.