Bush compete com Chávez por 'corações e mentes' latinos, diz jornal
da BBC, em Londres
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, viaja nesta semana para a América Latina adotando uma retórica espelhada no populismo do venezuelano Hugo Chávez para competir com ele pelos “corações e mentes” dos países da região, segundo afirma reportagem publicada nesta terça-feira pelo diário The Washington Post.
“Ele falou sobre a pobreza opressiva e classificou como ‘um escândalo’ que a democracia e o capitalismo não tenham concedido mais aos latino-americanos. Os pobres trabalhadores precisam de uma mudança, ele declarou. Ele invocou Simón Bolívar, o ‘grande libertador’, e prometeu ‘completar a revolução’ e trazer ‘justiça social’ à região. Hugo Chávez? Não, George W. Bush”, ironiza a reportagem.
Para o jornal, o presidente americano “está lançando uma nova campanha para competir com Chávez pelos corações e mentes da região, empregando uma linguagem que espelha o populismo de esquerda do líder venezuelano, mas enraizada no tradicional conservadorismo americano”.
A reportagem comenta, porém, que após muitas promessas não cumpridas em relação à América Latina muitos na região já não esperam mais nada do presidente americano e somente aguardam por seu sucessor.
Aquém de Chávez
O New York Times, por sua vez, observa que “a viagem de Bush será sua viagem mais longa à região, mas suas promessas de apoio e ajuda americana devem ficar aquém do que Chávez, com sua riqueza petrolífera, vem dando recentemente”.
O jornal observa que “desde 1990, quando o pai de Bush estava na Casa Branca, a política americana em relação à região tem se baseado em acordos de livre comércio e medidas econômicas relacionadas, com uma ênfase secundária no combate às drogas”.
“Mas a crescente onda esquerdista e anti-americana na política regional, liderada por Chávez, levou a uma mudança de agenda e a um esforço renovado para rebater as reclamações dos latino-americanos de que o presidente ignorou suas preocupações em favor da campanha contra o terrorismo”, diz o diário.
Reportagem do Wall Street Journal comenta que Bush pode “ter de passar a maior parte de sua viagem se defendendo contra as acusações de que suas próprias políticas econômicas prejudicaram a região”.
Segundo o jornal, a mensagem de Bush na segunda-feira, prometendo ajuda à região, “procura responder às reclamações generalizadas na região de que a globalização e as políticas de desenvolvimento internacional – das quais ele é visto como o principal defensor – têm feito pouco para melhorar as vidas das pessoas comuns na região”.
A reportagem diz que “a parada mais importante de Bush será no Brasil, a maior economia latino-americana”, e que “em São Paulo, a maior cidade da América do Sul, Bush deve poder olhar em primeira mão a pobreza da região, ressaltando sua preocupação com o desenvolvimento econômico”.
Tarde demais
Na Argentina, país que não está entre os que serão visitados por Bush, o diário La Nación comenta que a preocupação manifestada por Bush pela América Latina em seu discurso de segunda-feira é demasiadamente tardia.
“Quando o presidente dos Estados Unidos precisa demonstrar que algo lhe interessa, mais de seis anos depois de ter chegado à Casa Branca, é porque algo falhou: ou não demonstrou antes esse interesse ou jamais o teve”, diz a análise do jornal.
“Isso é, em resumo, o que dizem seus críticos. Alguns deles crêem que Bush segue a tradição dos presidentes considerados ‘patos mancos’, que gostam de viajar para lugares exóticos ou pouco comuns porque já não podem fazer diferença nas regiões mais quentes”, afirma o texto.
O jornal considera que, apesar disso, Brasil e Uruguai, que receberão Bush nesta semana, “concluíram que seus interesses estratégicos estão mais próximos do que afastados dos Estados Unidos”. “Ao fim e ao cabo, é a única superpotência econômica deste planeta”, conclui.
“Ele falou sobre a pobreza opressiva e classificou como ‘um escândalo’ que a democracia e o capitalismo não tenham concedido mais aos latino-americanos. Os pobres trabalhadores precisam de uma mudança, ele declarou. Ele invocou Simón Bolívar, o ‘grande libertador’, e prometeu ‘completar a revolução’ e trazer ‘justiça social’ à região. Hugo Chávez? Não, George W. Bush”, ironiza a reportagem.
Para o jornal, o presidente americano “está lançando uma nova campanha para competir com Chávez pelos corações e mentes da região, empregando uma linguagem que espelha o populismo de esquerda do líder venezuelano, mas enraizada no tradicional conservadorismo americano”.
A reportagem comenta, porém, que após muitas promessas não cumpridas em relação à América Latina muitos na região já não esperam mais nada do presidente americano e somente aguardam por seu sucessor.
Aquém de Chávez
O New York Times, por sua vez, observa que “a viagem de Bush será sua viagem mais longa à região, mas suas promessas de apoio e ajuda americana devem ficar aquém do que Chávez, com sua riqueza petrolífera, vem dando recentemente”.
O jornal observa que “desde 1990, quando o pai de Bush estava na Casa Branca, a política americana em relação à região tem se baseado em acordos de livre comércio e medidas econômicas relacionadas, com uma ênfase secundária no combate às drogas”.
“Mas a crescente onda esquerdista e anti-americana na política regional, liderada por Chávez, levou a uma mudança de agenda e a um esforço renovado para rebater as reclamações dos latino-americanos de que o presidente ignorou suas preocupações em favor da campanha contra o terrorismo”, diz o diário.
Reportagem do Wall Street Journal comenta que Bush pode “ter de passar a maior parte de sua viagem se defendendo contra as acusações de que suas próprias políticas econômicas prejudicaram a região”.
Segundo o jornal, a mensagem de Bush na segunda-feira, prometendo ajuda à região, “procura responder às reclamações generalizadas na região de que a globalização e as políticas de desenvolvimento internacional – das quais ele é visto como o principal defensor – têm feito pouco para melhorar as vidas das pessoas comuns na região”.
A reportagem diz que “a parada mais importante de Bush será no Brasil, a maior economia latino-americana”, e que “em São Paulo, a maior cidade da América do Sul, Bush deve poder olhar em primeira mão a pobreza da região, ressaltando sua preocupação com o desenvolvimento econômico”.
Tarde demais
Na Argentina, país que não está entre os que serão visitados por Bush, o diário La Nación comenta que a preocupação manifestada por Bush pela América Latina em seu discurso de segunda-feira é demasiadamente tardia.
“Quando o presidente dos Estados Unidos precisa demonstrar que algo lhe interessa, mais de seis anos depois de ter chegado à Casa Branca, é porque algo falhou: ou não demonstrou antes esse interesse ou jamais o teve”, diz a análise do jornal.
“Isso é, em resumo, o que dizem seus críticos. Alguns deles crêem que Bush segue a tradição dos presidentes considerados ‘patos mancos’, que gostam de viajar para lugares exóticos ou pouco comuns porque já não podem fazer diferença nas regiões mais quentes”, afirma o texto.
O jornal considera que, apesar disso, Brasil e Uruguai, que receberão Bush nesta semana, “concluíram que seus interesses estratégicos estão mais próximos do que afastados dos Estados Unidos”. “Ao fim e ao cabo, é a única superpotência econômica deste planeta”, conclui.