Papa pode anunciar novo arcebispo de SP nesta quarta

da BBC, em Londres

O sucessor de Cláudio Hummes no comando da maior arquidiocese católica do Brasil poderá ser conhecido nesta quarta-feira.

Tanto em São Paulo como em Roma, fala-se em muitos nomes e uma única certeza: o novo arcebispo de São Paulo será moralmente afinado com as posturas do Vaticano, característica de todas as nomeações do papa Bento 16 e do antecessor João Paulo 2º.

Entre os mais cotados por especialistas e religiosos consultados pela BBC Brasil estão:

  • o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Odilo Pedro Scherer, por sua proximidade com o Vaticano e juventude (ele tem 57 anos);
  • o arcebispo metropolitano de Belém, Orani João Tempesta, devido ao engajamento em causas sociais e firmeza na defesa da doutrina católica;
  • Pedro Luiz Stringhini, bispo-auxiliar de São Paulo, conhecido pelo bom trânsito entre diferentes alas da igreja.


Também são citados como candidatos o arcebispo de Fortaleza, José Tosi Marques, o arcebispo de Florianópolis, Murilo Krieger, e o presidente da CNBB e cardeal arcebispo de Salvador, Geraldo Majella Agnelo.

Dom Raymundo Damasceno, ex-secretário-geral da CNBB e arcebispo de Aparecida, ganhou força devido à experiência na organização de grandes eventos, como a visita do papa, entre 9 e 13 de maio.

O espanhol Manuel Parrado Carral, ao assumir como administrador apostólico da arquidiocese paulistana, é outro na disputa.

Sugestões

Vaticanistas italianos acreditam que o papa Bento 16 queira apresentar já nesta quarta-feira a nomeacão. Assim, o arcebispo teria tempo, segundo o direito canônico, de ser empossado antes da viagem do papa ao Brasil.

Nada impede, no entanto, que o papa faça o anúncio em uma das próximas quartas-feiras (quando é costume no Vaticano este tipo de nomeação) ou mesmo nos próximos anos.

Desde 30 de outubro do ano passado, quando foi anunciada a nomeação de dom Cláudio como prefeito da Congregação para o Clero, sugestões foram entregues ao pontífice.

Oficialmente, todos os bispos do Brasil têm chance, mas as particularidades da arquidiocese com seus 6 milhões de católicos limitam as escolhas.

"Estamos rezando e esperando ansiosos pelo novo arcebispo", disse, sem citar nomes, o padre Ricardo Dias da Silva, responsável pela edição brasileira do jornal oficial do Vaticano.

Eleição silenciosa

Diferente das eleições políticas, a campanha de um arcebispo é silenciosa e impessoal. São os grupos religiosos ligados aos religiosos que se mobilizam.

"Todas as forças estão preocupadas com esta escolha", disse Fernando Altemeyer Júnior, professor e ouvidor da PUC-SP e ex-assessor da arquidiocese.

"Membros da Opus Dei defendem um arcebispo comprometido com eles. O mesmo fazem os carismáticos, os libertadores e outros."

"A melhor aposta no momento é aguardar", disse. "Nomes bem cotados já desapareceram do cenário. A decisão está nas mãos do papa."

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