Casal de irmãos quer mudar lei alemã do incesto
da BBC, em Londres
Quem vê Patrick Stuebing e Susan Karolewski brincar com o seu filho no chão da cozinha do apartamento do casal, em Leipzig, na ex-Alemanha Oriental, pode pensar que está diante de uma cena familiar comum.
A diferença é que os dois são irmãos biológicos e desafiam não só o tabu como a legislação contra o incesto no país. Para o casal, que já teve quatro filhos, nada mais natural.
"Muitos vêem isso como um crime, mas não fizemos nada de errado", afirma Stuebing, um chaveiro desempregado de 30 anos.
"Somos um casal normal. Queremos constituir uma família. A nossa família se despedaçou quando éramos crianças e, depois disso, Susan e eu nos aproximamos."
Quando a família se dissolveu, o menino Patrick Stuebing foi adotado por outra família e criado em Potsdam.
Paixão
Ele só se reencontrou com a irmã Susan aos 23 anos, quando viajou até Leipzig em 2000 para conhecer a sua família biológica.
Depois da morte da mãe, os dois contam ter se apaixonado.
"Eu não sabia que tinha um irmão quando era mais nova. Conheci Patrick e fiquei surpresa", admite Susan Karolewski, de 22 anos.
Ela diz não sentir culpa pelo relacionamento incestuoso, e espera conseguir mudar a legislação alemã.
"Só quero viver com a minha família e ser deixada em paz pelas autoridades e pela Justiça."
Os dois irmãos moram juntos há seis anos. Dos quatro filhos que tiveram, apenas a mais nova, Sofia, permanece com o casal.
O primeiro, Eric, foi designado pela Justiça a uma família adotiva. Os outros dois estão sob os cuidados do Estado alemão.
Os advogados do casal defendem o fim da lei que proíbe o incesto na Alemanha, que data de 1871, e prevê até três anos de prisão.
Patrick Stuebling foi condenado e cumpriu pena de dois anos. Ele ainda luta contra uma outra condenação, baseada na mesma lei.
Problemas genéticos
Para o geneticista Juergen Kunze, do Hospital Charité, de Berlim, a lei do incesto não tem nada de ultrapassada.
"Precisamos dela na Alemanha e em toda a Europa", diz Kunze. "Isso é baseado em antigas tradições das civilizações ocidentais, e a lei existe por um bom motivo."
O cientista afirma que pesquisas médicas indicam que há maiores riscos de anomalias genéticas em filhos de casais de uma mesma família.
"No caso de irmãos, a probabilidade é de 50% de que o filho terá problemas."
Patrick Stuebling, que decidiu fazer uma operação de vasectomia em 2004, rebate as acusações e diz que, se irmãos são proibidos de ter filhos por causa de potenciais problemas de saúde, casais mais velhos e excepcionais também deveriam ser.
O primeiro filho do casal incestuoso sofre de epilepsia e tem problemas de aprendizado. A filha mais velha, Sarah, é excepcional.
A Justiça deve decidir, nos próximos meses, se o casal poderá continuar junto, já que, nas palavras do advogado, ninguém vai poder provar que eles formam um casal se eles não tiverem mais filhos.
A diferença é que os dois são irmãos biológicos e desafiam não só o tabu como a legislação contra o incesto no país. Para o casal, que já teve quatro filhos, nada mais natural.
"Muitos vêem isso como um crime, mas não fizemos nada de errado", afirma Stuebing, um chaveiro desempregado de 30 anos.
"Somos um casal normal. Queremos constituir uma família. A nossa família se despedaçou quando éramos crianças e, depois disso, Susan e eu nos aproximamos."
Quando a família se dissolveu, o menino Patrick Stuebing foi adotado por outra família e criado em Potsdam.
Paixão
Ele só se reencontrou com a irmã Susan aos 23 anos, quando viajou até Leipzig em 2000 para conhecer a sua família biológica.
Depois da morte da mãe, os dois contam ter se apaixonado.
"Eu não sabia que tinha um irmão quando era mais nova. Conheci Patrick e fiquei surpresa", admite Susan Karolewski, de 22 anos.
Ela diz não sentir culpa pelo relacionamento incestuoso, e espera conseguir mudar a legislação alemã.
"Só quero viver com a minha família e ser deixada em paz pelas autoridades e pela Justiça."
Os dois irmãos moram juntos há seis anos. Dos quatro filhos que tiveram, apenas a mais nova, Sofia, permanece com o casal.
O primeiro, Eric, foi designado pela Justiça a uma família adotiva. Os outros dois estão sob os cuidados do Estado alemão.
Os advogados do casal defendem o fim da lei que proíbe o incesto na Alemanha, que data de 1871, e prevê até três anos de prisão.
Patrick Stuebling foi condenado e cumpriu pena de dois anos. Ele ainda luta contra uma outra condenação, baseada na mesma lei.
Problemas genéticos
Para o geneticista Juergen Kunze, do Hospital Charité, de Berlim, a lei do incesto não tem nada de ultrapassada.
"Precisamos dela na Alemanha e em toda a Europa", diz Kunze. "Isso é baseado em antigas tradições das civilizações ocidentais, e a lei existe por um bom motivo."
O cientista afirma que pesquisas médicas indicam que há maiores riscos de anomalias genéticas em filhos de casais de uma mesma família.
"No caso de irmãos, a probabilidade é de 50% de que o filho terá problemas."
Patrick Stuebling, que decidiu fazer uma operação de vasectomia em 2004, rebate as acusações e diz que, se irmãos são proibidos de ter filhos por causa de potenciais problemas de saúde, casais mais velhos e excepcionais também deveriam ser.
O primeiro filho do casal incestuoso sofre de epilepsia e tem problemas de aprendizado. A filha mais velha, Sarah, é excepcional.
A Justiça deve decidir, nos próximos meses, se o casal poderá continuar junto, já que, nas palavras do advogado, ninguém vai poder provar que eles formam um casal se eles não tiverem mais filhos.