Combate à corrupção 'estanca' no Brasil, diz Transparência Internacional
O combate à corrupção "parece ter estancado" no Brasil nos últimos anos, segundo o relatório anual da organização Transparência Internacional (TI), divulgado nesta terça-feira.
O índice de percepção de corrupção - que reflete como cidadãos em diversos países vêem o combate a este mal - calculado para o Brasil permaneceu em 3,5 pontos, intocado em relação ao ano passado, em uma escala que varia de 0 a 10.
Segundo a ONG, a situação do Brasil é ilustrativa da regional: 22 dos 32 países da região incluídos no levantamento ficaram abaixo dos 5 pontos, o que indica problemas sérios de corrupção.
Destes, 11 sequer passaram dos 3 pontos, marco indicativo de corrupção desenfreada.
Em sua análise para as Américas, a TI qualificou os resultados como "tendência infeliz para a região nos últimos anos".
"Os esforços anticorrupção parecem ter estancado, o que é particularmente perturbador à luz dos programas de reformas de muitos governos", afirma o comunicado da ONG.
Judiciário
A pontuação foi obtida pela análise de diversos indicadores - no caso brasileiro, sete foram utilizados como fonte.
As pesquisas mostraram que a América Latina tem o pior nível de confiança no seu Judiciário: quase três em cada quatro latino-americanos entrevistados em dez países da região declararam acreditar que existe corrupção nesta esfera de poder, afirmou a TI.
Alem disso, 54% dos entrevistados em uma pesquisa no ano passado disseram esperar que a corrupção aumente nos próximos três anos - uma proporção que era de 43% há quatro anos.
"Esses elementos comuns parecem ser fatores determinantes no perpétuo sentimento de impasse na luta contra a corrupção na América Latina e no Caribe", afirmou o documento.
"A região avançou significativamente na adoção de convenções e instrumentos legais contra a corrupção, mas está claro que muitos países ainda carecem da aplicação efetiva da lei."
O professor Johann Graf Lambsdorff, da Universidade de Passau, que elabora o Índice para a TI, diz que há evidências de que melhorar um ponto no índice de percepção da corrupção aumenta as receitas de um país em até 4%, e a afluência de capital em até 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
'Desastre humanitário'
No mundo, a lista dos países com melhores e piores índices foi pouco alterada em relação ao ano passado. Dinamarca e Suécia lideram o ranking, desta vez ao lado da Nova Zelândia - o antigo terceiro lugar, a Noruega, ficou em 14º e foi uma queda marcante no relatório deste ano, notou a ONG.
Já a Somália, Mianmar, Iraque e Haiti registraram os piores índices.
A Transparência Internacional procurou destacar o que chamou de "relação fatal" entre pobreza, instituições decadentes e corrupção.
O mal adicionará US$ 50 bilhões - cerca de metade do volume de ajuda econômica anual global - ao custo de alcançar os Objetivos do Milênio em acesso a água e saneamento básico, estimou a ONG.
"Nos países mais pobres, os níveis de corrupção podem ser a diferença entre a vida e a morte quando está em jogo o dinheiro vai para hospitais ou para água potável", disse a presidente da TI, Huguette Labelle.
"Os altos e persistentes níveis de corrupção e pobreza que assolam muitas das sociedades mundiais são o equivalente a um desastre humanitário e não podem ser tolerados."
Ela notou que mesmo nos países ricos o problema é preocupante, normalmente por falta de uma legislação que fiscalize a atuação das grandes companhias em outros países.
Veja a relação completa:
1. Dinamarca
1. Suécia
1. Nova Zelândia
4. Cingapura
5. Finlândia
5. Suíça
7. Islândia
7. Holanda
9. Austrália
9. Canadá
11. Luxemburgo
12. Áustria
12. Hong Kong
14. Alemanha
14. Noruega
16. Irlanda
16. Reino Unido
18. EUA
18. Japão
18. Bélgica
21. Santa Lúcia
22. Barbados
23. França
23. Chile
23. Uruguai
26. Eslovênia
27. Estônia
28. Espanha
28. Qatar
28. São Vicente e Granadinas
31. Chipre
32. Portugal
33. Israel
33. Dominica
35. Emirados Árabes Unidos
36. Botsuana
36. Porto Rico
36. Malta
39. Taiwan
40. Coréia do Sul
41. Maurício
41. Omã
43. Macau
43. Bahrein
45. Butão
45. República Tcheca
47. Malásia
47. Costa Rica
47. Hungria
47. Jordânia
47. Cabo Verde
52. Eslováquia
52. Letônia
54. África do Sul
55. Seicheles
55. Itália
57. Grécia
58. Turquia
58. Lituânia
58. Polônia
61. Namíbia
62. Samoa
62. Croácia
62. Tunísia
65. Kuwait
65. Cuba
67. Gana
67. Geórgia
67. El Salvador
70. Romênia
70. Colômbia
72. Bulgária
72. Macedônia
72. Peru
72. México
72. China
72. Suriname
72. Trinidade e Tobabo
72. Suazilândia
80. Burkina Faso
80. Brasil
80. Arábia Saudita
80. Tailândia
80. Marrocos
85. Senegal
85. Panamá
85. Sérvia
85. Montenegro
85. Madagascar
85. Albânia
85. Índia
92. Argélia
92. Bósnia Herzegóvina
92. Sri Lanka
92. Lesoto
96. Gabão
96. Mali
96. Jamaica
96. Guatemala
96. Benin
96. Kiribati
102. Tanzânia
102. Líbano
102. Ruanda
102. República Dominicana
102. Bolívia
102. Djibuti
102. Mongólia
109. Armênia
109. Belize
109. Argentina
109. Vanuatu
109. Ilhas Salomão
109. Moldávia
115. Mauritânia
115. Maldivas
115. Nigéria
115. Malauí
115. Zâmbia
115. Egito
121. Togo
121. Vietnã
121. Nigéria
121. Sao Tomé e Príncipe
121. Nepal
126. Indonésia
126. Honduras
126. Etiópia
126. Uganda
126. Guiana
126. Líbia
126. Eritréia
126. Moçambique
134. Nicarágua
134. Paquistão
134. Comores
134. Ucrânia
138. Paraguai
138. Libéria
138. Tonga
141. Iêmen
141. Camarões
141. Irã
141. Filipinas
145. Cazaquistão
145. Timor Leste
147. Síria
147. Bangladesh
147. Rússia
147. Quênia
151. Laos
151. Equador
151. Papua Nova Guiné
151. Tadjiquistão
151. República da África Central
151. Costa do Marfim
151. Belarus
158. Azerbaijão
158. Burundi
158. Congo
158. Serra Leoa
158. Venezuela
158. Guiné Bissau
158. Angola
158. Gâmbia
166. Uzbequistão
166. Turcomenistão
166. Zimbábue
166. Camboja
166. Quirguistão
171. República Democrática do Congo
171. Guiné Equatorial
173. Guiné
173. Chade
173. Sudão
176. Afeganistão
177. Haiti
178. Iraque
178. Mianmar
180. Somália
O índice de percepção de corrupção - que reflete como cidadãos em diversos países vêem o combate a este mal - calculado para o Brasil permaneceu em 3,5 pontos, intocado em relação ao ano passado, em uma escala que varia de 0 a 10.
Segundo a ONG, a situação do Brasil é ilustrativa da regional: 22 dos 32 países da região incluídos no levantamento ficaram abaixo dos 5 pontos, o que indica problemas sérios de corrupção.
Destes, 11 sequer passaram dos 3 pontos, marco indicativo de corrupção desenfreada.
Em sua análise para as Américas, a TI qualificou os resultados como "tendência infeliz para a região nos últimos anos".
"Os esforços anticorrupção parecem ter estancado, o que é particularmente perturbador à luz dos programas de reformas de muitos governos", afirma o comunicado da ONG.
Judiciário
A pontuação foi obtida pela análise de diversos indicadores - no caso brasileiro, sete foram utilizados como fonte.
As pesquisas mostraram que a América Latina tem o pior nível de confiança no seu Judiciário: quase três em cada quatro latino-americanos entrevistados em dez países da região declararam acreditar que existe corrupção nesta esfera de poder, afirmou a TI.
Alem disso, 54% dos entrevistados em uma pesquisa no ano passado disseram esperar que a corrupção aumente nos próximos três anos - uma proporção que era de 43% há quatro anos.
"Esses elementos comuns parecem ser fatores determinantes no perpétuo sentimento de impasse na luta contra a corrupção na América Latina e no Caribe", afirmou o documento.
"A região avançou significativamente na adoção de convenções e instrumentos legais contra a corrupção, mas está claro que muitos países ainda carecem da aplicação efetiva da lei."
O professor Johann Graf Lambsdorff, da Universidade de Passau, que elabora o Índice para a TI, diz que há evidências de que melhorar um ponto no índice de percepção da corrupção aumenta as receitas de um país em até 4%, e a afluência de capital em até 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
'Desastre humanitário'
No mundo, a lista dos países com melhores e piores índices foi pouco alterada em relação ao ano passado. Dinamarca e Suécia lideram o ranking, desta vez ao lado da Nova Zelândia - o antigo terceiro lugar, a Noruega, ficou em 14º e foi uma queda marcante no relatório deste ano, notou a ONG.
Já a Somália, Mianmar, Iraque e Haiti registraram os piores índices.
A Transparência Internacional procurou destacar o que chamou de "relação fatal" entre pobreza, instituições decadentes e corrupção.
O mal adicionará US$ 50 bilhões - cerca de metade do volume de ajuda econômica anual global - ao custo de alcançar os Objetivos do Milênio em acesso a água e saneamento básico, estimou a ONG.
"Nos países mais pobres, os níveis de corrupção podem ser a diferença entre a vida e a morte quando está em jogo o dinheiro vai para hospitais ou para água potável", disse a presidente da TI, Huguette Labelle.
"Os altos e persistentes níveis de corrupção e pobreza que assolam muitas das sociedades mundiais são o equivalente a um desastre humanitário e não podem ser tolerados."
Ela notou que mesmo nos países ricos o problema é preocupante, normalmente por falta de uma legislação que fiscalize a atuação das grandes companhias em outros países.
Veja a relação completa:
1. Dinamarca
1. Suécia
1. Nova Zelândia
4. Cingapura
5. Finlândia
5. Suíça
7. Islândia
7. Holanda
9. Austrália
9. Canadá
11. Luxemburgo
12. Áustria
12. Hong Kong
14. Alemanha
14. Noruega
16. Irlanda
16. Reino Unido
18. EUA
18. Japão
18. Bélgica
21. Santa Lúcia
22. Barbados
23. França
23. Chile
23. Uruguai
26. Eslovênia
27. Estônia
28. Espanha
28. Qatar
28. São Vicente e Granadinas
31. Chipre
32. Portugal
33. Israel
33. Dominica
35. Emirados Árabes Unidos
36. Botsuana
36. Porto Rico
36. Malta
39. Taiwan
40. Coréia do Sul
41. Maurício
41. Omã
43. Macau
43. Bahrein
45. Butão
45. República Tcheca
47. Malásia
47. Costa Rica
47. Hungria
47. Jordânia
47. Cabo Verde
52. Eslováquia
52. Letônia
54. África do Sul
55. Seicheles
55. Itália
57. Grécia
58. Turquia
58. Lituânia
58. Polônia
61. Namíbia
62. Samoa
62. Croácia
62. Tunísia
65. Kuwait
65. Cuba
67. Gana
67. Geórgia
67. El Salvador
70. Romênia
70. Colômbia
72. Bulgária
72. Macedônia
72. Peru
72. México
72. China
72. Suriname
72. Trinidade e Tobabo
72. Suazilândia
80. Burkina Faso
80. Brasil
80. Arábia Saudita
80. Tailândia
80. Marrocos
85. Senegal
85. Panamá
85. Sérvia
85. Montenegro
85. Madagascar
85. Albânia
85. Índia
92. Argélia
92. Bósnia Herzegóvina
92. Sri Lanka
92. Lesoto
96. Gabão
96. Mali
96. Jamaica
96. Guatemala
96. Benin
96. Kiribati
102. Tanzânia
102. Líbano
102. Ruanda
102. República Dominicana
102. Bolívia
102. Djibuti
102. Mongólia
109. Armênia
109. Belize
109. Argentina
109. Vanuatu
109. Ilhas Salomão
109. Moldávia
115. Mauritânia
115. Maldivas
115. Nigéria
115. Malauí
115. Zâmbia
115. Egito
121. Togo
121. Vietnã
121. Nigéria
121. Sao Tomé e Príncipe
121. Nepal
126. Indonésia
126. Honduras
126. Etiópia
126. Uganda
126. Guiana
126. Líbia
126. Eritréia
126. Moçambique
134. Nicarágua
134. Paquistão
134. Comores
134. Ucrânia
138. Paraguai
138. Libéria
138. Tonga
141. Iêmen
141. Camarões
141. Irã
141. Filipinas
145. Cazaquistão
145. Timor Leste
147. Síria
147. Bangladesh
147. Rússia
147. Quênia
151. Laos
151. Equador
151. Papua Nova Guiné
151. Tadjiquistão
151. República da África Central
151. Costa do Marfim
151. Belarus
158. Azerbaijão
158. Burundi
158. Congo
158. Serra Leoa
158. Venezuela
158. Guiné Bissau
158. Angola
158. Gâmbia
166. Uzbequistão
166. Turcomenistão
166. Zimbábue
166. Camboja
166. Quirguistão
171. República Democrática do Congo
171. Guiné Equatorial
173. Guiné
173. Chade
173. Sudão
176. Afeganistão
177. Haiti
178. Iraque
178. Mianmar
180. Somália