Netanyahu demite ministro da Defesa de Israel

Netanyahu demite ministro da Defesa de Israel - Primeiro-ministro citou "diferenças significativas" e "crise de confiança" na relação com ministro Yoav Gallant. Políticos discordavam sobre condução da guerra em Gaza, que se arrasta há mais de um ano.O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, demitiu nesta terça-feira (05/11) o ministro da Defesa do país, Yoav Gallant, após meses de tensão e desentendimentos sobre a condução da guerra em Gaza, que já deixou dezenas de milhares de mortos.

"Nos últimos meses, essa confiança se desgastou. Diante disso, decidi hoje encerrar o mandato do ministro da Defesa”, disse Netanyahu em um comunicado divulgado por seu gabinete.

Gallant foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Israel Katz.

Enquanto isso, Gideon Saar assumirá o cargo de Katz como ministro das Relações Exteriores.

"A segurança do Estado de Israel foi e sempre será a missão da minha vida", disse Gallant, que serviu por mais de 30 anos na marinha israelense, logo após o anúncio.

Netanyahu também citou "diferenças significativas" e uma "crise de confiança" entre ele e Gallant, que também é seu colega de partido, o Likud.

"Em meio a uma guerra, mais do que nunca, é necessária total confiança entre o primeiro-ministro e o ministro da Defesa", disse Netanyahu. “Infelizmente, embora nos primeiros meses da campanha houvesse essa confiança e houvesse um trabalho muito frutífero, nos últimos meses essa confiança se rompeu entre mim e o ministro da Defesa.”

O distanciamento entre os dois aumentou à medida que a guerra em Gaza se arrasta. O conflito no enclave palestino está em andamento desde a ofensiva terrorista do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Os dois homens tinham diferenças táticas, com Gallant criticando abertamente a insistência de Netanyahu em continuar a pressão militar sobre o Hamas. Em vez disso, ele favorecia um acordo diplomático que, segundo ele, poderia trazer de volta os reféns ainda mantidos em Gaza.

Continua após a publicidade

Netanyahu afirmou que havia tentado resolver as diferenças com Gallant várias vezes.

"Mas elas continuaram a se ampliar. Elas também chegaram ao conhecimento do público de uma forma inaceitável e, pior do que isso, chegaram ao conhecimento do inimigo – nossos inimigos gostaram e se beneficiaram muito com isso", disse ele.

Netanyahu já havia tentado demitir Gallant antes, em março de 2023, mas a medida provocou protestos de rua generalizados contra o primeiro-ministro. Ele também flertou com a ideia de demitir Gallant durante o verão, mas adiou até o anúncio até esta terça-feira.

jps (AFP, AP, Reuters)

Deixe seu comentário

Só para assinantes