Primeiras horas da votação de referendo egípcio registra longas filas
Cairo, 22 dez (EFE).- A movimentação nas zonas eleitorais do Egito foi intensa nas primeiras horas da votação da segunda fase do referendo sobre a nova Constituição, realizado em dezessete províncias do país e que por enquanto transcorre sem incidentes.
A televisão egípcia mostrou longas filas de eleitores em Suez, Fayum, Damieta e Giza, entre outros lugares onde o plebiscito esta sendo realizado.
Segundo constatou a Agência Efe, em dois centros eleitorais do bairro de Dokhi, no Cairo, muitas pessoas foram participar da votação. Nos dois locais as opiniões estavam divididas.
A médica Huyam Mohammed Ibrahim, de 35 anos, explicou que apoia o "sim" porque após não encontrou nenhum defeito no texto, "como a oposição faz parecer".
"A Constituição é muito racional e inclui várias conquistas, é muito melhor do que a Constituição anterior. Diminuiu muito os poderes do presidente e aborda liberdades que não existiam antes", opinou Huyam.
Já para o jovem Ahmed Khaled, de 18 anos, estudante da Faculdade de Engenharia da Universidade do Cairo, a Constituição tem "frases frouxas e não goza do consenso de todo o povo, só uma facção a aceitou".
Segundo sua opinião, "há muitos artigos que se contradizem e há outros que não mencionam a mulher. E sobre a economia, não se informa se será socialista ou liberal".
Por enquanto uma das irregularidades denunciadas na imprensa local foi o atraso na abertura de alguns centros. O referendo transcorre em meio ao boicote de grande parte dos juízes que devem supervisionar a votação.
Durante o primeiro turno da consulta, realizada há uma semana, o opositor Movimento Juvenil 6 de Abril denunciou que sua equipe de observadores detectou funcionários do governo se fazendo passar por juízes em algumas zonas eleitorais do Cairo.
Cerca de 25,5 milhões de egípcios foram convocados a votar hoje em 6.724 zonas eleitorais. As Forças Armadas estão garantindo a segurança da eleição.
O "sim", apoiado pelos islamitas, triunfou no primeiro turno do referendo, realizado no sábado passado em dez províncias. A Frente de Salvação Nacional (FSN), que reúne grande parte da oposição, defende o "não" ao afirmar que a redação da Constituição foi monopolizada pelos islamitas.