Funcionários de Allende mortos pela ditadura são reconhecidos 39 anos depois


Em Santiago do Chile

Trinta e nove anos depois, os restos mortais de três integrantes da equipe de segurança do ex-presidente Salvador Allende foram entregues aos seus familiares pelo Serviço Médico Legal (SML) do Chile.

Carlos Alfonso Cruz Zavala, Juan Pedro Garcés e Óscar Marambio Araya foram encontrados mortos após o golpe de estado de 1973 e até hoje o processo de identificação de seus corpos não tinha sido concluído.

Os três tinham na época 29, 25 e 20 anos, respectivamente, e eram militantes socialistas e membros do GAP, o grupo de amigos do presidente Allende, que também morreu em 1973.

Os homens foram detidos em 11 de setembro de 1973 nos arredores do Palácio dela Moeda, onde se consumou o golpe de Estado de Augusto Pinochet.

O corpo do primeiro apareceu alguns dias depois, mas dos outros dois permaneceram desaparecidos por vários anos.

Seus restos foram encontrados no Pátio 29 do Cemitério Geral de Santiago, em 1991, quando foram descobertas valas comuns com mais de cem desaparecidos políticos da época da ditadura.

A maioria foi identificada pelos peritos do SML, mas em 2006 foi revelado que o processo de reconhecimento teve erros significativos e o trabalho foi reiniciado.

Com estas três vítimas, sobe para 46, de um total de 124, o número de corpos que estavam no Pátio 29 e que foram identificados.

O reconhecimento foi possível graças às análises genéticas realizadas na University of North Texas, nos Estados Unidos, com os ossos das vítimas e amostras de sangue de seus familiares.

"A perícia estabeleceu que a causa da morte foi o disparo de um projétil, produto da ação de terceiros", explicou o SML. Os restos de Cruz, Marambio e Garcés serão velados 39 anos depois numa sede sindical na capital do Chile, Santiago.

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