Irã: urnas são abertas para a escolha de 290 deputados
As urnas foram abertas às 8h desta sexta-feira (1h30 de Brasília) no Irã para que 48,2 milhões de eleitores elejam os 290 deputados do nono Parlamento consultivo dos 33 anos de história da República Islâmica.
Os eleitores poderão comparecer a 47 mil colégios eleitorais, que devem fechar às 18h30 (11h30 de Brasília), embora o horário possa ser ampliado se ainda houver eleitores nas filas, para optar entre os 3.467 candidatos aprovados definitivamente pelo Conselho de Guardiães da Revolução.
Este conselho religioso, que é encabeçado pelo líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, e que tem poder de veto sobre os órgãos políticos, desqualificou 1.130 aspirantes, entre eles 30 deputados do atual Legislativo, enquanto outros 785 se retiraram por vontade própria.
Dos novos deputados, 285 serão muçulmanos, a grande maioria de confissão xiita, e há cinco cadeiras reservadas para minorias religiosas: três para os cristãos, uma para os judeus e outra para os zoroástricos.
O Conselho de Guardiães espera anunciar o resultado definitivo do pleito no fim do ano persa, que se encerra em 19 de março, mas há a possibilidade de um segundo turno, antes de dois meses, se não for alcançado o número mínimo de votos exigido em algumas circunscrições.
Estas eleições são as primeiras realizadas pelo Irã desde as presidenciais de 2009, vencidas pelo atual governante, Mahmoud Ahmadinejad, nas quais a oposição reformista denunciou fraude e convocou manifestações que foram duramente reprimidas.
Este pleito é o mais restritivo desde que foi instaurado o sistema teocrático no Irã, em 1979, pois os reformistas do regime foram marginalizados e muitos deles estão presos, como é o caso de seus principais líderes, Mehdi Karroubi e Mir Hossein Mousavi, há mais de um ano em prisão domiciliar
Segundo pesquisas da imprensa local, a participação em Teerã deve ficar entre 35% e 40%, subindo a 55% e 60% em todo o país.