EUA não mudarão estratégia no Afeganistão apesar de massacre de civis


Washington, 12 mar (EFE).- Os Estados Unidos não alterarão sua estratégia no Afeganistão apesar dos incidentes das últimas semanas, agravados pelo massacre realizado neste domingo, quando um soldado americano matou 16 civis afegãos, assegurou nesta segunda-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

O funcionário ressaltou em sua entrevista coletiva diária que os objetivos e a estratégia dos EUA no país asiático não vão mudar "porque a razão pela qual as tropas estão em território afegão é para acabar com a Al Qaeda, e isso não mudou".

Carney, no entanto, disse que os últimos episódios ocorridos no Afeganistão foram "trágicos e terríveis" e que eles serão discutidos na cúpula da Otan em Chicago, que será realizada em maio.

"O objetivo dos EUA é eliminar Al Qaeda e estabilizar a situação no Afeganistão para que os terroristas não possam continuar em seu território. E seguiremos trabalhando nisso", insistiu o porta-voz.

Carney lembrou que as políticas do presidente americano, Barack Obama, sobre o Afeganistão "sempre foram muito cuidadosas" e continuam destinadas a conseguir que as autoridades afegãs possam garantir a segurança do país.

"Os terroristas atacaram os EUA em 11 de setembro e essa luta continua. O presidente está totalmente comprometido para garantir que a Al Qaeda não volte a ser uma ameaça para os EUA nem para seus cidadãos. Mas também está comprometido com o processo de reconciliação afegão", especificou o porta-voz.

No domingo, um soldado americano abriu fogo contra casas de vários civis afegãos na província de Kandahar, causando a morte de 16 pessoas, um incidente que agravou o mal-estar causado pela presença das tropas americanas no país.

Recentemente, soldados americanos queimaram exemplares do Alcorão, provocando vários episódios de violência no Afeganistão.

Obama transmitiu no domingo seus pêsames às famílias dos mortos e condenou o ataque, mas as autoridades afegãs não estão satisfeitas com o governo dos EUA.

A Casa Branca informou que Obama conversou por telefone com o presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e prometeu que os Estados Unidos farão todo o possível para investigar o ocorrido.

Karzai, no entanto, classificou hoje o massacre como um fato "inesquecível". A retirada das tropas americanas do país asiático começou em 2011 e continuará de maneira gradativa até ser completada em 2014.

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