Militares e partidos formam conselho nacional de transição em Guiné-Bissau

Bissau, 15 abr (EFE).- Os militares golpistas de Guiné-Bissau e os partidos políticos decidiram criar neste domingo um conselho nacional de transição, cuja composição e mandato serão examinados somente nesta segunda-feira.

"As partes envolvidas vão realizar uma reunião para analisar a composição do Governo de união nacional de Guiné-Bissau", afirmou neste domingo Fernando Vaz, o porta-voz dos partidos.

A junta militar, que tomou o poder na última quinta-feira, e os principais partidos políticos iniciaram no último sábado uma rodada de negociações para dar início ao processo de transição, uma passagem prévia à convocação de novas eleições gerais para devolver o poder aos civis.

Na última sexta-feira, a Junta militar anunciou a formação de um Governo de união nacional, mas sem a participação do presidente interino, Raimundo Pereira, e do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, ambos detidos em um lugar desconhecido, assim como o chefe do Estado-Maior do Exército, o tenente-general Antonio Enjae.

A reunião prevista para esta segunda-feira também abordará a composição do Governo de união nacional, um tema que apresenta profundas divergências entre os militares e os políticos.

Segundo fontes próximas à reunião, as principais divergências são relacionadas com a exigência dos militares de controlar os ministérios de Defesa, Interior e Finanças no Governo de união nacional, um fato que é tido como inaceitável pelos partidos políticos.

O governante Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e alguns grupos aliados não devem participar da reunião, já que os mesmos exigem o retorno da legalidade e a realização do segundo turno, que estava marcada para o próximo dia 29.

Segundo Vaz, os militares golpistas e os partidos políticos decidiram a criação de uma comissão diplomática para se reunir com a missão de mediação enviada pela Comunidade Econômica dos Estados de África Ocidental (Cedeao), que, por sua vez, deve chegar nesta segunda-feira a Bissau.

Além da diplomática, os militares e os políticos criaram uma comissão social encarregada de analisar os problemas de provisão de água e energia no país, que se agravaram muito desde o início da crise.

Por outro lado, uma manifestação, que seria realizada neste domingo em Bissau por organizações da sociedade civil, acabou sendo reprimida pelas forças de defesa e de segurança. Segundo fontes da organização, um manifestante ficou gravemente ferido e teve que ser transferida para um hospital da capital. EFE nm/fk

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