Egito prepara eleição histórica de um presidente democrático
Cairo, 22 mai (EFE).- Os cidadãos egípcios terão nesta quarta e quinta-feira a oportunidade de votar no primeiro turno de uma eleição presidencial histórica, fruto da primeira democracia do país, em um processo que significará a abertura de uma nova fase política no país, com a esperada saída da Junta Militar do poder.
Os militares já se mobilizaram em torno dos colégios eleitorais para garantir que as eleições sejam "limpas e transparentes", tal como se comprometeu nesta terça-feira o Conselho Supremo das Forças Armadas.
Cerca de 50 milhões de cidadãos estão habilitados para comparecer às urnas, num processo que será controlado por 12.509 juízes e supervisionado por 9.534 membros de organizações da sociedade civil locais e 243 de três grupos estrangeiros, inclusive o Centro Carter - ONG fundada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter.
A Junta Militar egípcia, máxima autoridade provisória no país até que abandone o poder antes de 30 de junho, indicou nesta terça-feira que suas tropas estão preparadas para garantir a segurança das eleições presidenciais e advertiu contra aqueles que não respeitam os resultados.
Em entrevista coletiva no Cairo, o general da cúpula militar Mohammed al-Assar afirmou que o Exército está disposto para enfrentar "todas as eventualidades" que possam surgir. Segundo ele, a apuração dos votos será realizada nos mesmos colégios de "forma transparente".
Ao ser perguntado pela reação do Exército se alguma das partes rejeitar os resultados, Assar respondeu que as Forças Armadas "agirão com firmeza" contra qualquer pessoa que tentar prejudicar a ordem pública.
O ambiente eleitoral se respira nas ruas empapeladas de propaganda dos candidatos do Cairo, onde as eleições dominam as conversas nos cafés, restaurantes, táxis e escritórios.
O cansaço e o fastio que prevaleceram nos últimos meses frente aos obstáculos da transição política pós-revolução e dos distúrbios recorrentes deram lugar a um clima de excitação coletiva ante a agora iminente votação.
"E você, em quem vai votar?", é a pergunta mais frequente entre os egípcios nesses dias, uma questão que saltou das ruas aos fóruns online através das redes sociais Facebook e Twitter, que se transformaram em cafés virtuais usados e abusados pelos internautas para trocar opiniões.
A concorrência entre os candidatos se apresenta muito acirrada, sem que até o momento seja possível especular os prováveis nomes que avançarão ao segundo turno.
Por um lado, estão os candidatos que se apresentam como laicos, entre quais estão um dos favoritos, o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa; o ex-primeiro-ministro Ahmed Shafiq - opção dos nostálgicos do regime de Hosni Mubarak -; e o nasserista Hamdeen Sabahi, preferido pelos revolucionários.
E por outro lado, estão os postulantes favoráveis ao islamismo político, entre os quais se encontram outros dois candidatos com chances de chegar à Presidência: o moderado Abdel Moneim Abul Futuh e o candidato do movimento Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi.
Todas as opções estão abertas, e alguns dos muitos eleitores até indecisos só devem tomar a decisão no próprio colégio eleitoral. Mas se há algo em que a maioria está de acordo é que a Junta Militar, que assumiu o poder após a renúncia de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, precisa deixar a política egípcia.
Durante este tempo, houve recorrentes manifestações nas sextas-feiras na praça Tahrir - local-símbolo da revolução de 2011 - para pedir a saída imediata do Conselho Supremo das Forças Armadas.
Enquanto isso, os militares repetiram que só deixariam o poder quando o Egito já tivesse um presidente, mas seus vínculos com o ex-presidente Mubarak e a repressão usada para abafar os protestos em algumas ocasiões semearam a desconfiança popular quanto às pretensões da Junta.
Em um desses episódios rocambolescos que viraram quase rotina entre os egípcios, os partidos permanecem em desacordo sobre as prerrogativas do futuro presidente. Diante desse impasse, a Junta Militar ameaçou que ela mesma iria decidi-las.
Em princípio, o Conselho Supremo das Forças Armadas tinha estabelecido até domingo como prazo para que as legendas pactuassem quais seriam os poderes do chefe de Estado, ou, caso contrário, anunciariam a promulgação de uma declaração constitucional de forma unilateral.
O prazo expirou e ninguém se pronunciou até o momento, mas, como o mais provável é que nenhum candidato obtenha a maioria absoluta no primeiro turno, os partidos e a Junta Militar terão mais algum tempo - até o segundo turno, a ser realizado nos dias 16 e 17 de junho - para fixar as competências do futuro líder.
Os militares já se mobilizaram em torno dos colégios eleitorais para garantir que as eleições sejam "limpas e transparentes", tal como se comprometeu nesta terça-feira o Conselho Supremo das Forças Armadas.
Cerca de 50 milhões de cidadãos estão habilitados para comparecer às urnas, num processo que será controlado por 12.509 juízes e supervisionado por 9.534 membros de organizações da sociedade civil locais e 243 de três grupos estrangeiros, inclusive o Centro Carter - ONG fundada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter.
A Junta Militar egípcia, máxima autoridade provisória no país até que abandone o poder antes de 30 de junho, indicou nesta terça-feira que suas tropas estão preparadas para garantir a segurança das eleições presidenciais e advertiu contra aqueles que não respeitam os resultados.
Em entrevista coletiva no Cairo, o general da cúpula militar Mohammed al-Assar afirmou que o Exército está disposto para enfrentar "todas as eventualidades" que possam surgir. Segundo ele, a apuração dos votos será realizada nos mesmos colégios de "forma transparente".
Ao ser perguntado pela reação do Exército se alguma das partes rejeitar os resultados, Assar respondeu que as Forças Armadas "agirão com firmeza" contra qualquer pessoa que tentar prejudicar a ordem pública.
O ambiente eleitoral se respira nas ruas empapeladas de propaganda dos candidatos do Cairo, onde as eleições dominam as conversas nos cafés, restaurantes, táxis e escritórios.
O cansaço e o fastio que prevaleceram nos últimos meses frente aos obstáculos da transição política pós-revolução e dos distúrbios recorrentes deram lugar a um clima de excitação coletiva ante a agora iminente votação.
"E você, em quem vai votar?", é a pergunta mais frequente entre os egípcios nesses dias, uma questão que saltou das ruas aos fóruns online através das redes sociais Facebook e Twitter, que se transformaram em cafés virtuais usados e abusados pelos internautas para trocar opiniões.
A concorrência entre os candidatos se apresenta muito acirrada, sem que até o momento seja possível especular os prováveis nomes que avançarão ao segundo turno.
Por um lado, estão os candidatos que se apresentam como laicos, entre quais estão um dos favoritos, o ex-secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa; o ex-primeiro-ministro Ahmed Shafiq - opção dos nostálgicos do regime de Hosni Mubarak -; e o nasserista Hamdeen Sabahi, preferido pelos revolucionários.
E por outro lado, estão os postulantes favoráveis ao islamismo político, entre os quais se encontram outros dois candidatos com chances de chegar à Presidência: o moderado Abdel Moneim Abul Futuh e o candidato do movimento Irmandade Muçulmana, Mohammed Mursi.
Todas as opções estão abertas, e alguns dos muitos eleitores até indecisos só devem tomar a decisão no próprio colégio eleitoral. Mas se há algo em que a maioria está de acordo é que a Junta Militar, que assumiu o poder após a renúncia de Hosni Mubarak em 11 de fevereiro de 2011, precisa deixar a política egípcia.
Durante este tempo, houve recorrentes manifestações nas sextas-feiras na praça Tahrir - local-símbolo da revolução de 2011 - para pedir a saída imediata do Conselho Supremo das Forças Armadas.
Enquanto isso, os militares repetiram que só deixariam o poder quando o Egito já tivesse um presidente, mas seus vínculos com o ex-presidente Mubarak e a repressão usada para abafar os protestos em algumas ocasiões semearam a desconfiança popular quanto às pretensões da Junta.
Em um desses episódios rocambolescos que viraram quase rotina entre os egípcios, os partidos permanecem em desacordo sobre as prerrogativas do futuro presidente. Diante desse impasse, a Junta Militar ameaçou que ela mesma iria decidi-las.
Em princípio, o Conselho Supremo das Forças Armadas tinha estabelecido até domingo como prazo para que as legendas pactuassem quais seriam os poderes do chefe de Estado, ou, caso contrário, anunciariam a promulgação de uma declaração constitucional de forma unilateral.
O prazo expirou e ninguém se pronunciou até o momento, mas, como o mais provável é que nenhum candidato obtenha a maioria absoluta no primeiro turno, os partidos e a Junta Militar terão mais algum tempo - até o segundo turno, a ser realizado nos dias 16 e 17 de junho - para fixar as competências do futuro líder.