Correa vê contradição em postura britânica em casos Assange e Pinochet
Quito, 22 ago (EFE).- O presidente do Equador, Rafael Correa, comparou nesta quarta-feira a posição do Reino Unido no caso de Julian Assange com a que o país teve quando negou, em 2000, a extradição de Agusto Pinochet à Espanha e opinou que há "contradições" e "duplo padrão".
"Enquanto a extradição de um criminoso do nível de Augusto Pinochet, foi negada por motivos humanitários, dizem que têm a obrigação de extraditar Julián Assange" à Suécia, disse Correa em um encontro com a imprensa estrangeira.
Correa lamentou que "nem sequer" foi dada a garantia de que o fundador do Wikileaks não será extraditado "para um terceiro país, "falemos claro, Estados Unidos, onde não há garantias de um processo justo e onde existe pena de morte e prisão perpétua por crimes políticos".
"Então, com todo o respeito à Grã-Bretanha, sim, acho que existe uma clara contradição e um claro duplo padrão", declarou o chefe de Estado, ao apontar que não conhece em detalhes o direito inglês e que em temas de concessão de extradições "existe uma grande dose de discrição" embora, no final, a decisão seja do governante.
Foi justamente o hoje ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, atualmente na equipe de defesa de Assange, que ditou em 1998 o processo do ex-ditador chileno Pinochet, que por esse motivo foi detido em Londres e requerido em extradição pela Espanha por crimes de lesa-humanidade.
Em março de 2000 o governo britânico negou a extradição de Pinochet e lhe concedeu a liberdade.
O fundador do Wikileaks, que se refugiou na embaixada do Equador em Londres em 19 de junho, recebeu asilo diplomático do Equador na quinta-feira passada mas não pode sair da embaixada por não ter um salvo-conduto do Reino Unido, que insiste em extraditá-lo para a Suécia.
Na Suécia, Assange, responsável pela divulgação de milhares de documentos secretos, especialmente dos Estados Unidos, é requerido pela justiça para dar depoimentos sobre supostos abusos sexuais, que ele nega.
Consultado sobre a possibilidade de o Congresso dos Estados Unidos negar a extensão das preferências tarifárias (ATPDEA, na sigla em inglês) pela concessão do asilo a Assange, Correa disse que isso seria uma contradição, pois os Estados Unidos "dizem que não têm nada a ver" com o caso Assange.
"Que façam o que lhes der vontade, o Equador não vende sua soberania", disse Correa ao evidenciar o que considera "duplo moral" pois a ATPDEA, que vence em julho de 2013, foi implementada como compensação aos países andinos pela luta contra o narcotráfico, um âmbito no qual o Equador "é um dos países mais bem-sucedidos", assegurou.
"Fiquem com suas preferências tarifárias e se quiserem alguma contribuição do Equador para um curso de ética e de capacitação em Direitos Humanos, contem com esses recursos", disse o chefe de Estado.
"Enquanto a extradição de um criminoso do nível de Augusto Pinochet, foi negada por motivos humanitários, dizem que têm a obrigação de extraditar Julián Assange" à Suécia, disse Correa em um encontro com a imprensa estrangeira.
Correa lamentou que "nem sequer" foi dada a garantia de que o fundador do Wikileaks não será extraditado "para um terceiro país, "falemos claro, Estados Unidos, onde não há garantias de um processo justo e onde existe pena de morte e prisão perpétua por crimes políticos".
"Então, com todo o respeito à Grã-Bretanha, sim, acho que existe uma clara contradição e um claro duplo padrão", declarou o chefe de Estado, ao apontar que não conhece em detalhes o direito inglês e que em temas de concessão de extradições "existe uma grande dose de discrição" embora, no final, a decisão seja do governante.
Foi justamente o hoje ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, atualmente na equipe de defesa de Assange, que ditou em 1998 o processo do ex-ditador chileno Pinochet, que por esse motivo foi detido em Londres e requerido em extradição pela Espanha por crimes de lesa-humanidade.
Em março de 2000 o governo britânico negou a extradição de Pinochet e lhe concedeu a liberdade.
O fundador do Wikileaks, que se refugiou na embaixada do Equador em Londres em 19 de junho, recebeu asilo diplomático do Equador na quinta-feira passada mas não pode sair da embaixada por não ter um salvo-conduto do Reino Unido, que insiste em extraditá-lo para a Suécia.
Na Suécia, Assange, responsável pela divulgação de milhares de documentos secretos, especialmente dos Estados Unidos, é requerido pela justiça para dar depoimentos sobre supostos abusos sexuais, que ele nega.
Consultado sobre a possibilidade de o Congresso dos Estados Unidos negar a extensão das preferências tarifárias (ATPDEA, na sigla em inglês) pela concessão do asilo a Assange, Correa disse que isso seria uma contradição, pois os Estados Unidos "dizem que não têm nada a ver" com o caso Assange.
"Que façam o que lhes der vontade, o Equador não vende sua soberania", disse Correa ao evidenciar o que considera "duplo moral" pois a ATPDEA, que vence em julho de 2013, foi implementada como compensação aos países andinos pela luta contra o narcotráfico, um âmbito no qual o Equador "é um dos países mais bem-sucedidos", assegurou.
"Fiquem com suas preferências tarifárias e se quiserem alguma contribuição do Equador para um curso de ética e de capacitação em Direitos Humanos, contem com esses recursos", disse o chefe de Estado.