Israel convocará número limitado de reservistas diante da tensão na Síria

Jerusalém, 28 ago (EFE).- O gabinete de segurança de Israel autorizou nesta quarta-feira o exército a convocar um número limitado de soldados na reserva diante do aumento da tensão na Síria, informaram à Agência Efe fontes oficiais israelenses.

As fontes explicaram que os reservistas serão chamados a se apresentar em suas bases para realizar missões específicas e acrescentaram que não se trata de uma convocação geral de tropas.

Os reservistas convocados pertencem a unidades responsáveis pela defesa na Força Aérea e no Comando da Retaguarda, encarregada da proteção civil em situações de conflito, segundo o jornal "Ha'aretz".

Consultado pela Efe, o exército israelense evitou confirmar as informações sobre a convocação às fileiras das tropas.

O ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, manifestou hoje que Israel se prepara para uma possível resposta da Síria e seus aliados em caso de sofrer um iminente ataque por parte dos Estados Unidos.

"Estamos nos preparando e planejando, mas não entrando em pânico", disse Yaalon durante uma conferência de caráter econômico realizada em Tel Aviv.

De acordo com Yaalon, "o Oriente Médio sofrerá instabilidade crônica em um futuro próximo. No entanto, nossas fronteiras são estáveis, apesar de incidentes ocasionais. E nossas respostas deixam claras nossas linhas vermelhas".

Por sua vez, o ex-ministro de Interior Eli Yishai, que preside a Subcomissão de Preparação da Retaguarda do Parlamento, declarou ao "Canal 2" de televisão israelense: "Parece que os EUA vão fazer algo e não podemos nos permitir não estar preparados".

Yishai presidiu hoje uma reunião de dito subcomissão, convocado com caráter de urgência para valorar a preparação do "frente interior" perante um possível ataque sírio.

O gabinete de segurança, integrado pelos seis ministros mais importantes do Executivo, aprovou também aumentar a defesa aérea no norte do país.

Os israelenses se apressaram hoje para comprar máscaras de gás, diante da crescente possibilidade de um ataque dos Estados Unidos à Síria e o temor a uma represália por parte de Damasco contra seu país.

A prova mais palpável dessa inquietação é que a venda dessas máscaras quadruplicou nos últimos dias, após as informações sobre o suposto uso de armas químicas no país vizinho.

O Comando da Retaguarda informou no início da semana que apenas 60% da população contava com elas.

Altos funcionários da Casa Branca informaram à imprensa que os primeiros ataques com mísseis na Síria podem começar amanhã, quinta-feira.

A cúpula militar israelense considera, em todo caso, pouco provável que a Síria decida atacar Israel em resposta a uma ação dos Estados Unidos, segundo especialistas citados pela imprensa local. EFE

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