ONU anuncia acordo com israelenses e palestinos para reconstruir Gaza

Em Islamabad

Nações Unidas, 16 set (EFE).- A ONU anunciou nesta terça-feira um acordo de três lados com Israel e a Autoridade Nacional Palestina para a reconstrução de Gaza após a recente ofensiva militar israelense.

O pacto permitirá que os trabalhos necessários na Faixa de Gaza sejam realizados e garantirá, ao mesmo tempo, que os materiais que entrarem no território não sejam usados para outros fins, explicou ao Conselho de Segurança o enviado especial das Nações Unidas para o processo de paz no Oriente Médio, Robert Serry.

A ONU será a encarregada de vigiar se o uso desses materiais se limita ao âmbito civil, acrescentou Serry.

O responsável das Nações Unidas afirmou que "este mecanismo temporário" deverá ser iniciado o mais rápido possível. Além disso, assegurou que será um "passo importante" para se acabar com as restrições impostas por Israel e um "sinal de esperança para a população de Gaza".

"Gaza deve se abrir agora para a reconstrução e a recuperação, ao mesmo tempo que as preocupações de segurança legítimas sobre o uso apropriado dos materiais devem ser respondidas", afirmou Serry, que agradeceu a israelenses e palestinos pelo compromisso assumido.

Nos últimos meses, Israel denunciou que muitos materiais de construção levados para Gaza foram utilizados pelo Hamas para construir túneis subterrâneos com fins bélicos.

Serry, que visitou a Faixa de Gaza na semana passada, disse hoje ao Conselho de Segurança que viu no território "níveis verdadeiramente impactantes de destruição em infraestrutura, hospitais e escolas" e bairros totalmente danificados.

Entre outros dados, indicou que 18 mil imóveis foram destruídos ou danificados durante a ofensiva israelense, deixando 100 mil pessoas sem lar.

Calcula-se que o custo da reconstrução em Gaza será de pelo menos de US$ 4 bilhões mas pode chegar a US$ 12 bilhões, segundo o coordenador da Assistência ao Povo Palestino do Organismo da ONU para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), Mahmoud Elkhafif.

Durante a ofensiva "Limite Protetor", iniciada em 8 de julho e que se estendeu por 50 dias, Israel bombardeou Gaza provocando a morte de 2.140 palestinos e deixando mais de 11 mil feridos, dois terços deles civis, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza. EFE

mvs/dk

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