Miami, 23 out (EFE).- A Suprema Corte dos Estados Unidos rejeitou nesta terça-feira (23) o último recurso de urgência interposto pela defesa de um réu que deve ser executado na Flórida, apesar de sofrer de esquizofrenia paranóica e acreditar ser o "príncipe de Deus".

Assim, a execução de John Ferguson, que estava prevista para as 18h locais (meia-noite no horário de Brasília), se mantém programada, segundo confirmou um porta-voz do Departamento de Prisões da Flórida, que não soube explicar os motivos do atraso da execução, uma vez que já se sabe a decisão do Supremo.

O porta-voz detalhou que o réu, de 64 anos, não recebeu visitas e como última refeição pediu um sanduíche da cantina da prisão de Raiford, além de chá doce para beber.

Sobre John Errol Ferguson pesam oito penas de morte, cinco penas de prisão perpétua, duas penas de 30 anos de prisão, quatro de 15 anos e uma a cinco anos.

Ferguson, 64, está a 34 anos no corredor da morte. O governador da Flórida, Rick Scott, estabeleceu sua execução com injeção letal para o último dia 16 de outubro, mas foi adiada pelos recursos interpostos pela defesa, que alega que o preso não tem capacidade mental para entender sua condenação.

A defesa do réu argumenta que a Suprema Corte dos Estados Unidos estabeleceu em 1986 que é inconstitucional executar um réu que não tenha capacidade para entender sua sentença.

Recentemente um grupo de psiquiatras avaliou o réu a pedido da defesa e determinou que, por mais que o prisioneiro acredite ser o "príncipe de Deus" e que ressuscitará, também entende que será executado e os motivos pelos quais foi condenado a morrer.

Ferguson foi condenado pelo assassinato de seis pessoas em Carol City em julho de 1977 e de outras duas em 1978 em Hialeah, cidades do condado de Miami-Dade.

A Flórida executou 72 réus desde que a pena de morte foi restabelecida no estado em 1976, segundo dados do Departamento de Prisões.