Ucrânia envia nota de protesto a Moscou por entrada de comboios militares

Kiev, 11 nov (EFE).- A Ucrânia enviou nesta terça-feira uma nota de protesto a Moscou contra a "agressão russa" no leste ucraniano, o que foi motivado pela entrada de comboios militares com armamento pesado procedente da Rússia.

"Hoje, a chancelaria ucraniana enviou uma nota de protesto ao Ministério das Relações Exteriores russo relacionada aos contínuos casos de agressão da Rússia contra a Ucrânia", afirmou Yevgueni Perebiynis, porta-voz da pasta.

O funcionário explicou que a nota inclui dados concretos sobre a participação de militares russos ao lado de milicianos rebeldes nas ações contra a Ucrânia nas regiões de Donetsk e Lugansk.

Na nota oficial de protesto, Kiev exige que Moscou interrompa as agressões e retire suas tropas de território da Ucrânia.

A Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) informou sobre a entrada nesta manhã na cidade de Donetsk, principal bastião pró-Rússia, de um comboio com 43 caminhões militares sem distintivo com plataformas de lançamento de mísseis e canhões.

"A três quilômetros ao leste do centro de Donetsk se observou um comboio com 43 caminhões militares de cor verde sem sinais distintivos dirigindo-se ao centro da cidade", afirmou a OSCE em um comunicado.

Segundo os observadores internacionais, cinco dos caminhões transportavam plataformas de lançamento de mísseis e os outros levavam peças de artilharia de 120 milímetros.

"Há um risco de continuação da escalada da violência na zona de conflito", disse o porta-voz da missão da OSCE na Ucrânia, o canadense Michael Bociurkiw, em entrevista coletiva em Kiev.

Bociurkiw afirmou que, "apesar da existência do protocolo e do memorando de Minsk, nunca aconteceu um cessar-fogo". O porta-voz denunciou a contínua a presença de comboios militares sem distintivos na região.

Kiev afirmou que desde a semana passada comboios com armamento pesado e tropas estão entrando em território ucraniano através de estradas e ferrovias que passam por setores da fronteira controlados pelos rebeldes.

Por sua vez, o porta-voz da OSCE reconheceu que a organização não pode aumentar sua presença na zona de conflito, pois faltam automóveis blindados e não é possível garantir a segurança de seus observadores.

O presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, expressaram hoje em uma conversa telefônica sua preocupação pela entrada na Ucrânia de armamento pesado procedente da Rússia e o descumprimento dos acordos de paz de Minsk por parte rebeldes pró-Rússia.

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