Nova Délhi/Islamabad, 15 fev (EFE).- Os Exércitos da Índia e do Paquistão se acusaram mutuamente nesta sexta-feira de disparar contra posições do outro na Caxemira, no primeiro incidente nesta região em disputa desde a retomada do cessar-fogo após os ataques do mês passado.

Segundo fontes militares de ambos os lados consultadas pela Agência Efe, os choques ocorreram nas últimas horas de ontem na zona indiana de Krishna Ghati e na paquistanesa de Handrot, na chamada Linha de Controle, e não causaram vítimas fatais.

Um porta-voz militar indiano, N. Attaria, assegurou que suas tropas foram as primeiras a serem alvo de "fogo de armas automáticas pesadas" por parte do lado paquistanês.

"Os disparos duraram uma hora e meia. Nossas forças responderam ao ataque", ressaltou.

Por outro lado, um porta-voz do comando do Paquistão atribuiu ao Exército do país vizinho o começo das hostilidades: "A Índia recorreu a fogo não provocado. Não houve vítimas".

O comando paquistanês acrescentou que nesse mesmo dia um soldado do país se perdera na zona de Ratta, também na Caxemira, onde cruzou sem querer a Linha de Controle em direção a território indiano.

"Foi estabelecido contato com as autoridades indianas para o retorno do soldado. Esses incidentes também ocorreram no passado e se resolveram", afirmou o porta-voz paquistanês.

Em janeiro passado houve vários enfrentamentos armados na Caxemira, que terminaram com o saldo de cinco soldados mortos: dois indianos e três paquistaneses.

Após dez dias de tensão e contatos diplomáticos, no dia 16 desse mês os dois Exércitos pactuaram a retomada do cessar-fogo, um precário acordo vigente desde 2003.

Aos pés do Himalaia, a Caxemira é a única região da Índia com maioria muçulmana e por isso o Paquistão reivindica sua soberania desde a partilha do subcontinente, realizada em 1947 sob critérios religiosos.