Parlamento tunisiano dá sinal verde ao novo governo de Ali Laridi

De Túnis

O Parlamento tunisiano deu sinal verde nesta quarta-feira (13) ao programa e ao governo apresentado pelo islamita Ali Laridi do partido Al-Nahda, com o apoio de 139 dos 197 deputados presentes na ANC (Assembleia Nacional Constituinte).

Ali Laridi, que em 22 de fevereiro recebeu a incumbência de constituir um novo gabinete, havia apresentado na sexta-feira passada ao presidente tunisiano sua nova equipe, cujos principais postos estão ocupados por personalidades independentes.

O primeiro-ministro anterior, Hamadi Jabali, também do islamita Al-Nahda, renunciou em consequência da crise política que eclodiu no país após o assassinato em 6 de fevereiro do ativista de esquerda Chukri Bel Aid.

Na votação, que aconteceu após dois dias de discussões, 45 legisladores se mostraram contra e 13 se abstiveram.

O governo contava a priori com o apoio do Al-Nahda, principal partido da Assembleia e o de seus dois parceiros de governo, o Congresso Pela República (CPR) e o Takatol. Entre os três somam 138 dos 217 legisladores, mais que suficiente para levar adiante a nova equipe, que precisava da confiança de apenas 109 congressistas.

No início da sessão de confiança, que começou ontem, Laridi apresentou as quatro prioridades de sua equipe cuja missão durará até as próximas eleições, previstas em princípio para o fim de 2013.

A missão do governo "terminará no máximo no final deste ano", disse Laridi perante os legisladores, antes de acrescentar que os quatro principais eixos do programa girarão em torno da política, a segurança, os assuntos sociais e a economia.

"A primeira prioridade é dar visibilidade à ação política para preparar o terreno para a organização das próximas eleições presidenciais e legislativas, em cooperação com a ANC", disse.

Neste sentido, Laridi pediu aos deputados que acelerem "o ritmo para a aprovação da lei eleitoral e os projetos de lei para a criação das instâncias encarregas de organizar as eleições, os recursos e a justiça transitória".

A segunda prioridade será o "restabelecimento da ordem, a luta contra o crime e a violência em todas suas formas".

Na esfera econômica, o novo chefe do Executivo especificou que "a luta pelo emprego, o desenvolvimento econômico e a luta contra a alta dos preços" são os principais pontos de seu governo.

No plano social, Laridi situou a "continuação das reformas, especialmente as relacionadas com a luta anticorrupção, a finalização do processo de anistia e a indenização das vítimas e os feridos" dos protestos que em 2011 forçaram a renúncia do presidente Zin el Abidín Ben Ali.

A equipe de Laridi, composta por 27 ministros, conta com quatro personalidades independentes à frente dos ministérios das Relações Exteriores, Interior, Defesa e Justiça, o que era uma das principais reivindicações da oposição.

No total, o gabinete é integrado por 12 independentes ou tecnocratas, nove membros do Al-Nahda e seis políticos do CPR e do Takatol.

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