Começa julgamento dE supostos agressores sexuais da praça Tahrir
Imane Rachidi.
Cairo, 25 jun (EFE).- O Tribunal Penal do Cairo realizou nesta quarta-feira a primeira sessão do julgamento de 12 homens acusados de agredir sexualmente várias mulheres na praça Tahrir durante as celebrações da posse do presidente Abdul Fatah al Sisi no começo de junho.
Os processados, de entre 16 e 49 anos, negaram as acusações de estupro, assédio, uso de armas brancas, violência e roubo, entre outros, pelos ataques contra várias mulheres nessa praça e seus arredores durante os dias 3 e 8 de junho.
"Um rapaz me disse que não fosse à praça porque podiam me atacar e que esperasse um pouco, mas de repente, ele começou a me tocar e vários homens me rodearam naquele momento", explicou à Agência Efe uma das vítimas, mãe de quatro filhos, que pediu o anonimato.
Ela era uma das centenas de mulheres que foram à praça Tahrir para comemorar a posse de Sisi, após o anúncio dos resultados oficiais das eleições presidenciais realizadas no Egito em maio passado.
Sisi, após saber destes casos, ordenou dar prioridade à luta contra o ataque às mulheres depois que seu antecessor no cargo, Adly Mansour, decretou um endurecimento das penas contra aqueles que cometam assédio sexual nas ruas do país.
A vítima disse que ficou quase nua em uma rua contígua com a praça enquanto vários homens a tocavam "por todo o corpo, pela frente e por trás", e faziam gestos que ela qualificou de "indecentes e insinuantes".
Pediu um veredicto "rápido, justo e sem precedentes" que possa pôr fim a esta praga no Egito, enquanto seu advogado, Nasha Aga, pediu pelo menos 15 anos de prisão para o agressor de seu cliente.
Um total de dez mulheres, embora nem todas estavam presentes hoje no tribunal, apresentaram denúncias por esta série de atos, pelos quais foram abertos cinco processos diferentes.
Em um vídeo publicado na internet dias depois destes episódios, pode-se observar como alguns policiais tentam tirar uma menina depois de ela ter sido desnudada e atacada por uma multidão nessa praça.
Hatem Said, advogado das irmãs Ikram e Naglat Ahadar, que foram vítimas de outro violento caso de assédio no dia 3 de junho, mostrou sua esperança de que este julgamento se resolva rápido.
"Um grupo de rapazes as rodeou, as jogaram no chão e começaram a tocar por todo o corpo. Naglat, de 19 anos, sofreu uma forte violação porque um rapaz lhe introduziu um dedo na vagina e lhe causou grandes danos, enquanto outro homem apagou um charuto debaixo de seu olho", relatou à Efe Said.
Ikram, que recebeu visita no hospital de Sisi, continua no hospital e terá que permanecer internada por mais três semanas, segundo seu advogado.
Os 12 acusados, que enfrentam uma pena máxima de prisão perpétua, são em sua maioria jovens, e entre eles há inclusive um menor.
A Procuradoria Geral, antes de enviar o caso ao juiz, escutou 52 testemunhas, e acusou um deles como agressor após ser identificado por algumas das vítimas como parte do grupo que a rodeou e atacou na praça Tahrir.
Segundo as investigações, os processados são "criminosos" que vão com frequência à praça Tahrir em todos os momentos de comemoração para aproveitar a multidão e atacar sexualmente.
Na parte de fora do tribunal, familiares dos acusados pediam entre lágrimas a libertação de seus filhos ou irmãos, assegurando que não tinham cometido tal delitos e que foram detidos de forma aleatória.
Os casos de assédio sexual dispararam no Egito desde a revolução do dia 25 de janeiro de 2011, especialmente em grandes concentrações, manifestações e comemorações.
Cairo, 25 jun (EFE).- O Tribunal Penal do Cairo realizou nesta quarta-feira a primeira sessão do julgamento de 12 homens acusados de agredir sexualmente várias mulheres na praça Tahrir durante as celebrações da posse do presidente Abdul Fatah al Sisi no começo de junho.
Os processados, de entre 16 e 49 anos, negaram as acusações de estupro, assédio, uso de armas brancas, violência e roubo, entre outros, pelos ataques contra várias mulheres nessa praça e seus arredores durante os dias 3 e 8 de junho.
"Um rapaz me disse que não fosse à praça porque podiam me atacar e que esperasse um pouco, mas de repente, ele começou a me tocar e vários homens me rodearam naquele momento", explicou à Agência Efe uma das vítimas, mãe de quatro filhos, que pediu o anonimato.
Ela era uma das centenas de mulheres que foram à praça Tahrir para comemorar a posse de Sisi, após o anúncio dos resultados oficiais das eleições presidenciais realizadas no Egito em maio passado.
Sisi, após saber destes casos, ordenou dar prioridade à luta contra o ataque às mulheres depois que seu antecessor no cargo, Adly Mansour, decretou um endurecimento das penas contra aqueles que cometam assédio sexual nas ruas do país.
A vítima disse que ficou quase nua em uma rua contígua com a praça enquanto vários homens a tocavam "por todo o corpo, pela frente e por trás", e faziam gestos que ela qualificou de "indecentes e insinuantes".
Pediu um veredicto "rápido, justo e sem precedentes" que possa pôr fim a esta praga no Egito, enquanto seu advogado, Nasha Aga, pediu pelo menos 15 anos de prisão para o agressor de seu cliente.
Um total de dez mulheres, embora nem todas estavam presentes hoje no tribunal, apresentaram denúncias por esta série de atos, pelos quais foram abertos cinco processos diferentes.
Em um vídeo publicado na internet dias depois destes episódios, pode-se observar como alguns policiais tentam tirar uma menina depois de ela ter sido desnudada e atacada por uma multidão nessa praça.
Hatem Said, advogado das irmãs Ikram e Naglat Ahadar, que foram vítimas de outro violento caso de assédio no dia 3 de junho, mostrou sua esperança de que este julgamento se resolva rápido.
"Um grupo de rapazes as rodeou, as jogaram no chão e começaram a tocar por todo o corpo. Naglat, de 19 anos, sofreu uma forte violação porque um rapaz lhe introduziu um dedo na vagina e lhe causou grandes danos, enquanto outro homem apagou um charuto debaixo de seu olho", relatou à Efe Said.
Ikram, que recebeu visita no hospital de Sisi, continua no hospital e terá que permanecer internada por mais três semanas, segundo seu advogado.
Os 12 acusados, que enfrentam uma pena máxima de prisão perpétua, são em sua maioria jovens, e entre eles há inclusive um menor.
A Procuradoria Geral, antes de enviar o caso ao juiz, escutou 52 testemunhas, e acusou um deles como agressor após ser identificado por algumas das vítimas como parte do grupo que a rodeou e atacou na praça Tahrir.
Segundo as investigações, os processados são "criminosos" que vão com frequência à praça Tahrir em todos os momentos de comemoração para aproveitar a multidão e atacar sexualmente.
Na parte de fora do tribunal, familiares dos acusados pediam entre lágrimas a libertação de seus filhos ou irmãos, assegurando que não tinham cometido tal delitos e que foram detidos de forma aleatória.
Os casos de assédio sexual dispararam no Egito desde a revolução do dia 25 de janeiro de 2011, especialmente em grandes concentrações, manifestações e comemorações.
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