Primeiro-ministro de Portugal anuncia ao país que não renunciará

Lisboa, 2 jul (EFE).- O chefe do Executivo português, o conservador Pedro Passos Coelho, anunciou nesta terça-feira ao país que não renuncia nem aceita, pelo menos por enquanto, a renúncia do ministro das Relações Exteriores, Paulo Portas, que garante sua maioria parlamentar.

Em discurso pela televisão, Passos Coelho ignorou os pedidos de renúncia da oposição, confirmou sua continuidade à frente do Executivo e ressaltou que "não abandonará seu país".

O dirigente conservador afirmou, além disso, que tentou "esclarecer" a posição do Centro Democrático Social Partido Popular (CDS-PP), cujo líder, Portas, anunciou hoje sua renúncia "irrevogável", insatisfeito com a substituição do ministro das Finanças, Vitor Gaspar, que renunciou ontem, por Maria Luís Albuquerque, que tomou posse hoje.

"Vivemos tempos nos quais não podemos nos assustar frente às adversidades", ressaltou o primeiro-ministro, que acrescentou: "Serei claro, não renuncio".

Pouco antes de sua mensagem ao país, os partidos da oposição de esquerda tinham pedido de novo a renúncia de todo o governo conservador, no poder desde as eleições de junho de 2011.

"Em uma democracia madura, um governo de coalizão com uma forte maioria de deputados não pode ser posto em questão, mas é por divergências de enorme gravidade", destacou Passos Coelho, que lançou várias críticas à atitude de Portas.

"Seria precipitado aceitar esse pedido de renúncia", acrescentou, ao informar que não transmitiu ao chefe do Estado luso, Aníbal Cavaco Silva, essa solicitação.

O primeiro-ministro português se declarou "surpreendido" pelo anúncio de Portas, que qualificou de "impensável" e de "ameaça de instabilidade política" que traz graves riscos nas atuais circunstâncias de Portugal, pendente de aprovar novas medidas de austeridade para cumprir as exigências do resgate.

Em sua opinião, uma crise de governo neste momento poria em questão os "tímidos sinais de melhora" registrados nos últimos meses e poderia tornar inúteis "os sacrifícios" assumidos pelos cidadãos.

O primeiro-ministro assegurou que não permitirá um novo "colapso econômico, político e social" em seu país e se mostrou convencido que é possível concluir o programa de ajuste estipulado com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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