Insatisfeita com explicações sobre espionagem, Dilma cancela visita aos EUA
Brasília, 17 set (EFE).- A presidente Dilma Rousseff decidiu "adiar" a visita de Estado que faria a Washington em outubro devido às denúncias de que foi vítima da espionagem americana, informou nesta terça-feira por meio de nota oficial o Palácio do Planalto.
A decisão foi tomada de comum acordo com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A nota afirma claramente que a decisão se deveu à espionagem à ela, as empresas e cidadãos brasileiros.
"As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos", diz o comunicado.
A nota é muito clara ao demonstrar a insatisfação com a posição tomada pelos EUA em relação à espionagem. "Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington - e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação - não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada"
Segundo a nota, a decisão foi tomada de comum acordo entre os países. "Os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada".
"Uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos", condiciona o comunicado.
O anúncio oficial sobre o cancelamento da visita foi feito no dia seguinte ao telefonema entre Dilma e Obama. A conversa durou cerca de vinte minutos e foi qualificada de "cordial" por porta-vozes da presidência brasileira, que não divulgaram o conteúdo.
Os documentos sobre a espionagem à presidente foram vazados pelos ex-analista da Agência Nacional de Segurança (ASN) dos EUA, Edward Snowden.
Até agora, pelo menos publicamente, os Estados Unidos não desmentiram os documentos, que sustentam que agentes de inteligência vigiavam - ou ainda vigiam - as comunicações de Dilma com a maioria de seus colaboradores mais próximos.
Outros documentos secretos entregues por Snowden ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "Guardian", que vive no Rio de Janeiro, sugerem que os Estados Unidos também espionaram a Petrobrás.
Devido às primeiras denúncias de espionagem, o Brasil e seus parceiros do Mercosul já tinham denunciado o caso nas Nações Unidas e exigido a adoção de normas globais que protejam a segurança dos cidadãos.
No entanto, os documentos que indicam a espionagem à Dilma aumentaram o mal-estar e levaram ao cancelamento do que seria a primeira visita de Estado a Washington de um presidente brasileiro desde 1995, quando Fernando Henrique Cardoso foi recebido com essa honra pelo então presidente Bill Clinton.
A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, que chegou ao país ontem, foi convocada pelo Ministério das Relações Exteriores para ser informada diretamente sobre a decisão de Dilma, explicaram fontes oficiais.
A decisão foi tomada de comum acordo com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A nota afirma claramente que a decisão se deveu à espionagem à ela, as empresas e cidadãos brasileiros.
"As práticas ilegais de interceptação das comunicações e dados de cidadãos, empresas e membros do governo brasileiro constituem fato grave, atentatório à soberania nacional e aos direitos individuais, e incompatível com a convivência democrática entre países amigos", diz o comunicado.
A nota é muito clara ao demonstrar a insatisfação com a posição tomada pelos EUA em relação à espionagem. "Tendo em conta a proximidade da programada visita de Estado a Washington - e na ausência de tempestiva apuração do ocorrido, com as correspondentes explicações e o compromisso de cessar as atividades de interceptação - não estão dadas as condições para a realização da visita na data anteriormente acordada"
Segundo a nota, a decisão foi tomada de comum acordo entre os países. "Os dois presidentes decidiram adiar a visita de Estado, pois os resultados não devem ficar condicionados a um tema cuja solução satisfatória para o Brasil ainda não foi alcançada".
"Uma vez resolvida a questão de maneira adequada, a visita de Estado ocorra no mais breve prazo possível, impulsionando a construção de nossa parceria estratégica a patamares ainda mais altos", condiciona o comunicado.
O anúncio oficial sobre o cancelamento da visita foi feito no dia seguinte ao telefonema entre Dilma e Obama. A conversa durou cerca de vinte minutos e foi qualificada de "cordial" por porta-vozes da presidência brasileira, que não divulgaram o conteúdo.
Os documentos sobre a espionagem à presidente foram vazados pelos ex-analista da Agência Nacional de Segurança (ASN) dos EUA, Edward Snowden.
Até agora, pelo menos publicamente, os Estados Unidos não desmentiram os documentos, que sustentam que agentes de inteligência vigiavam - ou ainda vigiam - as comunicações de Dilma com a maioria de seus colaboradores mais próximos.
Outros documentos secretos entregues por Snowden ao jornalista americano Glenn Greenwald, colunista do jornal britânico "Guardian", que vive no Rio de Janeiro, sugerem que os Estados Unidos também espionaram a Petrobrás.
Devido às primeiras denúncias de espionagem, o Brasil e seus parceiros do Mercosul já tinham denunciado o caso nas Nações Unidas e exigido a adoção de normas globais que protejam a segurança dos cidadãos.
No entanto, os documentos que indicam a espionagem à Dilma aumentaram o mal-estar e levaram ao cancelamento do que seria a primeira visita de Estado a Washington de um presidente brasileiro desde 1995, quando Fernando Henrique Cardoso foi recebido com essa honra pelo então presidente Bill Clinton.
A nova embaixadora dos Estados Unidos no Brasil, Liliana Ayalde, que chegou ao país ontem, foi convocada pelo Ministério das Relações Exteriores para ser informada diretamente sobre a decisão de Dilma, explicaram fontes oficiais.
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