Twitter se transforma no principal meio de defesa de Fujimori


Lima, 13 out (EFE).- A rede social Twitter se transformou no principal meio de comunicação do ex-presidente peruano Alberto Fujimori (1990-2000), condenado a 25 anos de prisão e que esta semana será submetido a um novo julgamento pela compra da linha editorial dos jornais sensacionalistas.

Desde que Fujimori abriu sua conta no Facebook e no Twitter, em 19 de setembro, chamou grande atenção dos meios de comunicação e dos cidadãos, a ponto de já ter 10.897 seguidores.

A abertura destas contas que, segundo a imprensa local, são na realidade manuseadas por jovens informáticos que recebem suas mensagens por escrito ou telefone, permitiu na prática ao ex-governante burlar a proibição de dar entrevistas e deixou quase no esquecimento as cartas manuscritas que enviava com o título de "Memórias desde minha clausura".

Em três semanas, o ex-governante preso utilizou o Twitter para divulgar mensagens de todo tipo, desde críticas ao atual Governo de Ollanta Humala, até comentários pela má atuação da seleção de futebol nas eliminatórias ao Mundial do Brasil 2014 e felicitações pela escolha de Lima como sede dos Jogos Pan-americanos do 2019.

Mas nos últimos dias, sua conta se transformou no palco de anúncios importantes sobre o processo que será aberto na próxima quinta-feira e que levaram a atualizar a polêmica sobre a liberdade que tem para se expressar por esse meio, apesar de estar preso por graves delitos de contra a humanidade e corrupção.

O ex-governante, que cumpre sua pena em um quartel policial de Lima, anunciou na quinta-feira pelo Twitter que irá ao início do julgamento, mas também disse que recusará duas juízas que integram o tribunal porque têm "preconceitos" contra si.

"Irei ao julgamento. Desta vez quero assegurar que será um processo limpo. Por isso primeiro pedirei recomposição da sala", assinalou nesse momento.

Em uma nova mensagem divulgada no sábado, Fujimori acrescentou que também recusará uma terceira juíza que integra a sala, com o qual o processo não poderá continuar até que a Corte Suprema tome uma decisão sobre a composição final do tribunal.

O ex-mandatário será o último processado no caso, pelo qual em 2005 foram condenadas 29 pessoas, entre elas a oito anos de prisão o ex-assessor Vladimiro Montesinos, e os ex-generais Elesván Belo e José Villanueva, pelos delitos de peculato (mal uso de fundos públicos) e formação de quadrilha.

Também foram sentenciados a cinco anos de prisão os proprietários de alguns jornais.

Estas pessoas receberam milhares de dólares entregues por Montesinos para atacar e difamar os rivais políticos de Fujimori durante a campanha para as eleições presidenciais de 2000.

EFE.

dub/ff

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