Snowden quer pedir asilo ao Brasil
Brasília, 17 dez (EFE).- O ex-analista da Agência Nacional de Segurança (NSA) dos EUA Edward Snowden tem a intenção de pedir asilo permanente ao Brasil, apesar do país já ter negado anteriormente, segundo uma carta obtida e publicada nesta terça-feira pelo jornal Folha de S.Paulo.
Após Snowden ter revelado que a presidente Dilma Rousseff, vários de seus ministros e até mesmo a Petrobras foram monitorados pelos Estados Unidos, o Brasil encabeçou diversas iniciativas globais para regular a espionagem através da internet.
Em uma "carta ao povo brasileiro", publicada hoje pela Folha de S.Paulo, Snowden diz que "emergiu das sombras da NSA" para "compartilhar com o mundo" as provas de "que alguns governos estão montando um sistema de vigilância mundial para rastrear secretamente como vivemos, com quem conversamos e o que dizemos".
Afirmou também que decidiu denunciar essas práticas convencido de que "os cidadãos merecem entender o sistema no qual vivem" e que a "reação de certos países" diante de suas denúncias, entre os quais cita o Brasil, "foi inspiradora".
Na carta obtida pelo jornal, Snowden se refere à forma como o Brasil foi afetado pela espionagem americana.
"A NSA e outras agências de espionagem nos dizem que, pelo bem de nossa própria 'segurança' - em nome da 'segurança' de Dilma, em nome da 'segurança' da Petrobras -, revogaram nosso direito de privacidade e invadiram nossas vidas e fizeram sem pedir permissão à população de nenhum país".
O ex-técnico da CIA acrescentou também que "hoje, se você carrega um celular em São Paulo, a NSA pode rastrear onde você se encontra, e faz isso 5 bilhões de vezes por dia com pessoas no mundo inteiro".
Snwoden reiterou sua disposição de "ajudar quando isso for apropriado e legal", mas afirmou que "o governo dos Estados Unidos trabalha arduamente para limitar" sua "capacidade de fazê-lo".
O técnico em informática disse também que as "manobras" dos Estados Unidos "chegaram ao ponto de obrigar a aterrissar na Europa avião do presidente da Bolívia, Evo Morales", sob a suspeita de que Snowden stava a bordo.
Segundo o ex-analista da NSA, "até que algum país" lhe conceda asilo permanente "o governo dos EUA vai continuar interferindo" em sua "capacidade de falar" e denunciar.
O jornalista Glenn Greenwald, ex-colunista do jornal britânico "The Guardian" e um dos "contatos" de Snowden, publicou muitos dos documentos revelados pelo antigo empregado da NSA e mora no Rio de Janeiro.
"Se o governo brasileiro agradece as revelações, seria muito lógico protegê-lo", declarou Greenwald a Folha de S.Paulo.
Ao obter refúgio temporário na Rússia, em junho deste ano, Snowden pediu asilou a uma dezena de países, entre eles o Brasil, mas o governo de Dilma se limitou a comunicar que "não tinha intenção de responder", o que em termos diplomatas equivale a uma recusa.
Dois meses depois, documentos entregues por Snowden a Greenwald demonstraram que até as comunicações pessoais de Dilma eram espionadas, o que levou a presidente a cancelar uma visita de Estado que faria à Washington em outubro.
As relações entre Brasil e Estados Unidos esfriaram desde então e Dilma decidiu promover um debate na ONU com o objetivo de estabeler normas globais que impeçam a espionagem pela internet.
Além disso, a governante brasileira convocou uma conferência global para março do próximo ano em São Paulo, a fim de que o assunto seja debatido por chefes de Estado, empresários, acadêmicos e movimentos sociais.
Após Snowden ter revelado que a presidente Dilma Rousseff, vários de seus ministros e até mesmo a Petrobras foram monitorados pelos Estados Unidos, o Brasil encabeçou diversas iniciativas globais para regular a espionagem através da internet.
Em uma "carta ao povo brasileiro", publicada hoje pela Folha de S.Paulo, Snowden diz que "emergiu das sombras da NSA" para "compartilhar com o mundo" as provas de "que alguns governos estão montando um sistema de vigilância mundial para rastrear secretamente como vivemos, com quem conversamos e o que dizemos".
Afirmou também que decidiu denunciar essas práticas convencido de que "os cidadãos merecem entender o sistema no qual vivem" e que a "reação de certos países" diante de suas denúncias, entre os quais cita o Brasil, "foi inspiradora".
Na carta obtida pelo jornal, Snowden se refere à forma como o Brasil foi afetado pela espionagem americana.
"A NSA e outras agências de espionagem nos dizem que, pelo bem de nossa própria 'segurança' - em nome da 'segurança' de Dilma, em nome da 'segurança' da Petrobras -, revogaram nosso direito de privacidade e invadiram nossas vidas e fizeram sem pedir permissão à população de nenhum país".
O ex-técnico da CIA acrescentou também que "hoje, se você carrega um celular em São Paulo, a NSA pode rastrear onde você se encontra, e faz isso 5 bilhões de vezes por dia com pessoas no mundo inteiro".
Snwoden reiterou sua disposição de "ajudar quando isso for apropriado e legal", mas afirmou que "o governo dos Estados Unidos trabalha arduamente para limitar" sua "capacidade de fazê-lo".
O técnico em informática disse também que as "manobras" dos Estados Unidos "chegaram ao ponto de obrigar a aterrissar na Europa avião do presidente da Bolívia, Evo Morales", sob a suspeita de que Snowden stava a bordo.
Segundo o ex-analista da NSA, "até que algum país" lhe conceda asilo permanente "o governo dos EUA vai continuar interferindo" em sua "capacidade de falar" e denunciar.
O jornalista Glenn Greenwald, ex-colunista do jornal britânico "The Guardian" e um dos "contatos" de Snowden, publicou muitos dos documentos revelados pelo antigo empregado da NSA e mora no Rio de Janeiro.
"Se o governo brasileiro agradece as revelações, seria muito lógico protegê-lo", declarou Greenwald a Folha de S.Paulo.
Ao obter refúgio temporário na Rússia, em junho deste ano, Snowden pediu asilou a uma dezena de países, entre eles o Brasil, mas o governo de Dilma se limitou a comunicar que "não tinha intenção de responder", o que em termos diplomatas equivale a uma recusa.
Dois meses depois, documentos entregues por Snowden a Greenwald demonstraram que até as comunicações pessoais de Dilma eram espionadas, o que levou a presidente a cancelar uma visita de Estado que faria à Washington em outubro.
As relações entre Brasil e Estados Unidos esfriaram desde então e Dilma decidiu promover um debate na ONU com o objetivo de estabeler normas globais que impeçam a espionagem pela internet.
Além disso, a governante brasileira convocou uma conferência global para março do próximo ano em São Paulo, a fim de que o assunto seja debatido por chefes de Estado, empresários, acadêmicos e movimentos sociais.