Comércio mundial de armas cresceu 14% nos últimos cinco anos
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Han Jae-Ho/Reuters
Caças A-10 Thunderbolt, da Força Aérea americana, decolam da base de Osan, na Coreia do Sul. Os Estados Unidos mantêm a posição de maiores exportadores de armas mundiais
O comércio mundial de armas convencionais cresceu 14% em 2009-2013 em relação à meia década anterior, de acordo com um relatório divulgado neste domingo (16) pelo Instituto Internacional de Estudos para a Paz de Estocolmo (SIPRI).
Os Estados Unidos se mantiveram como o primeiro exportador mundial, enquanto a Índia continuou a frente do ranking de importações.
Os cinco principais exportadores - EUA, Rússia, Alemanha, China e França - somaram 74% das vendas mundiais de armas entre 2009 e 2013, e só os dois primeiros chegaram aos 56% do volume.
As exportações americanas, 29% do total, foram distribuídas em pelo menos 90 países, e Ásia e Oceania foram os primeiros destinatários.
O aumento foi de 28% no caso da Rússia, que vendeu mais da metade de suas armas para Índia, China e Argélia.
Tanto Alemanha como França reduziram suas vendas em 24% e 30% na última meia década, respectivamente, enquanto a China subiu para a quarta posição após aumentar em 212% suas exportações, dirigidas fundamentalmente para Paquistão, Bangladesh e Mianmar.
A Índia dobrou sua participação no volume mundial de importação de armas, passando de 7% para 14% e triplicando quase a de China e Paquistão, países que a seguem no ranking.
As compras indianas, 111% maiores que em 2004-2008, foram principalmente de armamento russo, enquanto o Paquistão, que aumentou em 119% suas compras, teve China e EUA como principais fornecedores.
"As provisões de armas chinesas, russas e americanas para o Sudeste asiático estão motivadas por considerações econômicas e políticas. Em particular, China e EUA parecem estar usando suas entregas de armas à Ásia para reforçar sua influência na região", assinalou no relatório Siemon Wezeman, investigador do SIPRI.
A Arábia Saudita retornou à lista pela primeira vez em uma década, subindo do 18º lugar para o top 5 de importadores mundiais, que juntos somam 32% das compras totais.
Vários estados árabes da área do Golfo Pérsico realizaram grandes investimentos em sistemas de longo alcance e de defesa aérea e antimísseis britânicos e americanos, destacou o relatório.
Quase a metade das importações mundiais na última meia década vem da região da Ásia e da Oceania, que lideraram a lista, à frente de Oriente Médio, Europa, América e África.
Os principais importadores no continente africano, onde aconteceu um aumento das operações da ordem de 53%, foram Argélia, Marrocos e Sudão.
Os Estados Unidos foram o principal importador na América, seguidos pela Venezuela.
O SIPRI ressaltou o aumento de 65% das importações de armas pelo Brasil, assim como as operações realizadas pela Colômbia, que recebeu armamento principalmente dos Estados Unidos e de Israel.
As importações de armas na Europa diminuíram 25% na última meia década em comparação com o período 2004-2008.
O SIPRI é uma instituição internacional dedicada à pesquisa de conflitos, armamento, controle de armas e desarmamento, criada em 1966 e sediada em Estocolmo.