Indiana cede às críticas e muda lei que discriminava homossexuais
A Câmara de representantes de Indiana (EUA) anunciou nesta quinta-feira (2) que fará mudanças na polêmica lei de liberdade religiosa do Estado, que gerou muitas críticas por permitir a discriminação contra homossexuais.
O presidente da Câmara Baixa estadual, o republicano Brian Bosma, quis deixar "muito claro" que a lei não pode ter margem para "permitir a discriminação".
O governador de Indiana, o republicano Mike Pence, aprovou na semana passada uma lei que dava carta branca aos comércios do Estado para proibir a entrada de casais homossexuais em nome da "liberdade religiosa".
A legislação causou uma grande polêmica e gerou críticas não somente de grupos defensores dos direitos dos homossexuais, mas também de empresários, políticos republicanos e democratas e, inclusive, da Casa Branca.
Bosma não precisou as mudanças que serão aplicadas à lei.
"A mensagem hoje é clara. Indiana está aberta aos negócios. Damos as boas-vindas a todo o mundo. Não discriminamos ninguém", insistiu o legislador.
Já nesta quarta-feira, o próprio governador de Indiana pediu ao Legislativo do Estado que avalie as mudanças que devem ser feitas na lei de liberdade religiosa.
Pence assegurou que a legislação foi injustamente criticada e erroneamente representada pelos meios de comunicação e assegurou que não ampara a discriminação de gays ou lésbicas.
A possibilidade da lei permitir a negação de serviços a clientes e consumidores homossexuais suscitou críticas de empresários do estado pelo temor de perder investimentos e negócios.
A Casa Branca indicou nesta quinta-feira que a controversa lei de liberdade religiosa de Indiana é discriminatória e vai contra os interesses dos empresários.
Em 30 de março, o executivo-chefe da Apple, Tim Cook, também criticou a lei de Indiana, assim como outras similares que estão em processo legislativo em vários Estados com governadores conservadores e que, na sua opinião, podem ser "muito perigosas".
Outro estado governado pelo Partido Republicano, Arkansas, se viu salpicado por uma polêmica similar, depois que a Câmara dos Representantes estadual aprovou nesta semana uma lei de liberdade religiosa parecida com a de Indiana.
No entanto, o governador de Arkansas, o republicano Asa Hutchinson, se negou nesta quarta-feira a ratificar a lei e pediu aos legisladores do Estado que modifiquem o texto para garantir que não seja permitida a negação de serviços aos homossexuais.
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