Rússia pede nova investigação sobre queda de avião na Ucrânia
A Rússia anunciou nesta quarta-feira (14) que pedirá a reabertura da investigação técnica sobre a queda do Boeing malaio no leste da Ucrânia, já que o relatório holandês não buscava a verdade, mas apoiar a versão que responsabiliza os rebeldes pró-Rússia.
"Temos sérias dúvidas de que o autêntico objetivo das investigações holandesas era estabelecer as verdadeiras razões da catástrofe", disse hoje a porta-voz das Relações Exteriores, Maria Zajarova.
O vice-presidente da Rosaviatsia, a Agência Federal de Transporte Aéreo, Oleg Storchevoi, disse em entrevista coletiva que o relatório holandês tem muitas deficiências, o qualificou de "insatisfatório" e garantiu que o organismo "rejeita categoricamente" suas conclusões.
"Solicitaremos a reabertura da investigação (técnica)", disse Storchevoi, que, no entanto, admitiu que as normas internacionais permitem excluir a Rússia da investigação, já que o avião não foi derrubado em seu território e nem havia cidadãos russos a bordo.
Storchevoi acrescentou que a Rússia ofereceu todo tipo de informação, inclusive classificada, que não foi levada em conta pelos investigadores.
"Pelo visto, tinham a tarefa de ajustar suas conclusões a uma versão já pré-estabelecida", disse Storchevoi, que criticou duramente a metodologia usada pelo Conselho de Segurança da Holanda.
O alto cargo indicou que a parte holandesa fez seus cálculos a partir do lugar desde onde supostamente foi lançado o míssil, quando deveria ter feito o contrário: desde o momento em que foi derrubado o avião e desde aí estabelecer a trajetória e a origem do foguete.
Segundo o relatório holandês, o Boeing malaio foi alcançado por um míssil Buk de fabricação russa desde uma zona do leste da Ucrânia controlada pelas milícias pró-russas.
"Não temos dados conclusivos que confirmam que foi um míssil Buk. Nós continuaremos com as investigações", disse Storchevoi.
Storchevoi reiterou a tese de Moscou de que a causa principal da queda do voo MH17, que tirou a vida de 298 pessoas, foi a decisão da Ucrânia de não fechar seu espaço aéreo em uma zona de conflito armado.
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