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Venda de armas bateu recorde na "Black Friday" nos EUA, revela FBI

Em Washington

03/12/2015 00h19

As armas de fogo bateram recordes de venda durante os descontos da "Black Friday" nos Estados Unidos na última sexta-feira (3), quando o FBI, a polícia federal americana, efetuou um número recorde de revisões de antecedentes criminais, disse à Agência Efe um porta-voz da instituição.

O FBI realizou 185.345 verificações de antecedentes criminais de possíveis compradores, que aproveitaram as promoções da "Black Friday" para adquirir armas de fogo ao invés de brinquedos e presentes de natal, como é tradição no principal dia de descontos no comércio dos EUA.

Assim, a verificação de antecedentes criminais - uma condição indispensável para se comprar armas em alguns estados do país - aumentou em 5% com relação à "Black Friday" do ano passado, quando o FBI efetuou 175.754 revisões de possíveis compradores.

Os números registrados este ano superam o recorde de 2012, quando foram analisados os históricos criminais de 177.170 pessoas, indicou o porta-voz do FBI Stephen Fischer.

Com o objetivo de evitar os massacres com armas de fogo, legisladores e grupos que combatem a violência armada reivindicam um sistema de verificação de antecedentes criminais mais rigoroso para impedir que as armas cheguem a criminosos e pessoas com problemas de saúde mental.

Hoje, um tiroteio contra um centro de assistência para portadores de necessidades especiais em San Bernardino, na Califórnia, resultou na morte de 14 pessoas e deixou outras 14 feridas, mas as autoridades locais advertiram que esses números são preliminares.

Este tiroteio na Califórnia é o último episódio da violência armada que assola os Estados Unidos e contra a qual o presidente Barack Obama tentou lutar após o massacre de 2012 na escola Sandy Hook, em Newtown, Connecticut, onde 20 crianças e seis mulheres foram assassinadas a tiros.

Após o massacre de Newtown, Obama assinou 23 decretos presidenciais e o Congresso realizou debates ferozes para aumentar o controle sobre a venda de armas.

No entanto, os legisladores sequer conseguiram aprovar a medida que gerava mais consenso: um sistema de verificação de antecedentes para impedir que as armas chegassem a criminosos e pessoas com problemas de saúde mental.

Nos EUA, o horror dos massacres não parece afetar os defensores de rifles e pistolas. De fato, segundo dados da empresa de consultoria Gallup, o número de americanos que defende maiores controles para o comércio e o porte de armas caiu dramaticamente nos últimos 24 anos, passando de 79% em 1990 para 47% em 2014.