Hashim Thaçi, o ex-guerrilheiro que se tornou presidente do Kosovo
Belgrado, 26 fev (EFE).- O ex-guerrilheiro Hashim Thaçi chegou nesta sexta-feira à presidência do Kosovo com 47 anos, após já ter sido primeiro-ministro e titular das Relações Exteriores do país mais jovem da Europa.
O atual ministro das Relações Exteriores é o líder do Partido Democrático (KDP) e foi eleito hoje pelo parlamento, com maioria simples, apesar do boicote da oposição.
Thaçi, que foi candidato por um acordo dos dois maiores partidos kosovares, o KDP e a Liga Democrática (LDK), recebeu o apoio de 71 deputados em um parlamento de 120 cadeiras.
Para impedir sua eleição, a oposição ultranacionalista organizou grandes protestos em Pristina que hoje derivaram em confrontos com a polícia.
Os opositores consideram que a eleição de Thaçi só aprofundará a atual crise política no Kosovo.
Este historiador foi o líder político do Exército de Libertação do Kosovo (UCK) durante o conflito armado entre essa guerrilha albano-kosovar e as forças armadas sérvias em 1998 e 1999, que acabou com a intervenção da Otan e o estabelecimento de um protetorado da ONU até 2008.
Em 1997 o então comandante rebelde, conhecido pelo nome de guerra Gjarperi (Serpente), foi condenado à revelia por um tribunal sérvio a dez anos de prisão por terrorismo.
Em 1999 criou o KDP, mas perdeu todas as eleições para o histórico líder kosovar Ibrahim Rugova, que liderou um movimento de resistência pacífica contra o regime sérvio nos anos 90 e se transformou no primeiro presidente do país, até sua morte em 2006.
O KDP aglutina antigos guerrilheiros do UCK e, ainda na oposição, foi influente porque manteve o controle sobre os veteranos combatentes, o que favoreceu a estabilidade.
Esse longo período na oposição moderou o nacionalismo de Thaçi, que se tornou primeiro-ministro após vencer nas legislativas de novembro de 2007 e revalidou o cargo em 2010.
Sua popularidade alcançou seu apogeu em 17 de fevereiro de 2008, quando leu no parlamento a declaração de independência unilateral da Sérvia.
Apesar de ter participado da luta armada contra Belgrado, defendeu os sérvios que ainda vivem no Kosovo e não duvidou em denunciar os ataques contra essa minoria.
Os admiradores de Thaçi costumam compará-lo com o norte-irlandês Gerry Adams, que foi líder do braço político do IRA (Exército Republicano Irlandês), pelo paralelismo de abrir mão da luta armada e buscar soluções políticas.
No entanto, sua imagem ficou manchada por um relatório de 2010 do Conselho da Europa que o vincula a outros antigos guerrilheiros envolvidos com atividades criminais, inclusive com o tráfico de órgãos de prisioneiros sérvios, acusações que Hashem Thaçi sempre rejeitou.
As promessas de prosperidade não se materializaram no Kosovo independente, um dos territórios mais pobres da Europa, com um salário médio de 300 euros (R$ 1.290) e com um terço da população na pobreza.
Também foram insuficientes as medidas contra a corrupção, com escândalos que afetaram ministros e colaboradores próximos de Thaçi, o que também afetou sua imagem.
No plano diplomático, Thaçi selou em abril de 2013 um histórico acordo de normalização com a Sérvia, apoiado pela União Europeia (UE) e que ambas capitais desejavam para se aproximar do bloco comunitário.
Para seus simpatizantes, Thaçi, que além de albanês fala alemão e inglês, é a única figura de peso na política kosovar, com uma voz respeitada nos círculos internacionais.
O atual ministro das Relações Exteriores é o líder do Partido Democrático (KDP) e foi eleito hoje pelo parlamento, com maioria simples, apesar do boicote da oposição.
Thaçi, que foi candidato por um acordo dos dois maiores partidos kosovares, o KDP e a Liga Democrática (LDK), recebeu o apoio de 71 deputados em um parlamento de 120 cadeiras.
Para impedir sua eleição, a oposição ultranacionalista organizou grandes protestos em Pristina que hoje derivaram em confrontos com a polícia.
Os opositores consideram que a eleição de Thaçi só aprofundará a atual crise política no Kosovo.
Este historiador foi o líder político do Exército de Libertação do Kosovo (UCK) durante o conflito armado entre essa guerrilha albano-kosovar e as forças armadas sérvias em 1998 e 1999, que acabou com a intervenção da Otan e o estabelecimento de um protetorado da ONU até 2008.
Em 1997 o então comandante rebelde, conhecido pelo nome de guerra Gjarperi (Serpente), foi condenado à revelia por um tribunal sérvio a dez anos de prisão por terrorismo.
Em 1999 criou o KDP, mas perdeu todas as eleições para o histórico líder kosovar Ibrahim Rugova, que liderou um movimento de resistência pacífica contra o regime sérvio nos anos 90 e se transformou no primeiro presidente do país, até sua morte em 2006.
O KDP aglutina antigos guerrilheiros do UCK e, ainda na oposição, foi influente porque manteve o controle sobre os veteranos combatentes, o que favoreceu a estabilidade.
Esse longo período na oposição moderou o nacionalismo de Thaçi, que se tornou primeiro-ministro após vencer nas legislativas de novembro de 2007 e revalidou o cargo em 2010.
Sua popularidade alcançou seu apogeu em 17 de fevereiro de 2008, quando leu no parlamento a declaração de independência unilateral da Sérvia.
Apesar de ter participado da luta armada contra Belgrado, defendeu os sérvios que ainda vivem no Kosovo e não duvidou em denunciar os ataques contra essa minoria.
Os admiradores de Thaçi costumam compará-lo com o norte-irlandês Gerry Adams, que foi líder do braço político do IRA (Exército Republicano Irlandês), pelo paralelismo de abrir mão da luta armada e buscar soluções políticas.
No entanto, sua imagem ficou manchada por um relatório de 2010 do Conselho da Europa que o vincula a outros antigos guerrilheiros envolvidos com atividades criminais, inclusive com o tráfico de órgãos de prisioneiros sérvios, acusações que Hashem Thaçi sempre rejeitou.
As promessas de prosperidade não se materializaram no Kosovo independente, um dos territórios mais pobres da Europa, com um salário médio de 300 euros (R$ 1.290) e com um terço da população na pobreza.
Também foram insuficientes as medidas contra a corrupção, com escândalos que afetaram ministros e colaboradores próximos de Thaçi, o que também afetou sua imagem.
No plano diplomático, Thaçi selou em abril de 2013 um histórico acordo de normalização com a Sérvia, apoiado pela União Europeia (UE) e que ambas capitais desejavam para se aproximar do bloco comunitário.
Para seus simpatizantes, Thaçi, que além de albanês fala alemão e inglês, é a única figura de peso na política kosovar, com uma voz respeitada nos círculos internacionais.
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