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Morales ratifica ministros e anuncia debate interno sobre candidatos em 2018

26/02/2016 01h31

La Paz, 25 fev (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta quinta-feira que todos os seus ministros foram confirmados em seus cargos e anunciou que o debate interno sobre os candidatos de seu partido nas eleições gerais de 2019 será feito em 2018.

O governante disse em entrevista coletiva que as decisões foram tomadas na reunião realizada com seu gabinete de ministros, governadores governistas e executivos das empresas estatais.

A reunião aconteceu nos arredores de La Paz para avaliar a derrota do governo no referendo de domingo, no qual a maioria dos bolivianos rejeitou a tentativa de Morales e de seu vice-presidente Álvaro García de concorrer à reeleição em 2019.

Além disso, os políticos analisaram no encontro a gestão que será iniciada na economia, com um aumento no investimento público para este ano de até US$ 1,5 bilhão sobre os US$ 8,2 bilhões previstos inicialmente, segundo Morales.

"Para que o investimento avance rapidamente, quero informar ao povo boliviano que não vai haver nenhuma mudança de ministros ou ministras, todos são de confiança do presidente e (foram) ratificados em seus cargos", disse o governante na noite desta quinta-feira.

Além disso, Morales anunciou a decisão de que o debate interno sobre quem serão os próximos candidatos de seu partido, o Movimento Ao Socialismo (MAS), será realizado em 2018.

O presidente disse que, após a derrota eleitoral de domingo, recebeu muitas manifestações de solidariedade, mas que seus partidários também falaram em três ou quatro nomes de potenciais candidatos para substitui-lo, o que interpretou como uma tentativa de divisão.

No entanto, a oposição e analistas alertaram sobre a possibilidade de o governo boliviano tentar usar outros instrumentos legais para habilitar Morales como candidato, com o propósito de que o presidente busque o quarto mandato, até 2025.

Ao ser questionado sobre essa possibilidade, Morales disse em tom de piada que seria uma alegria que se propusesse outra iniciativa nesse sentido, mas depois evitou fazer mais comentários e acusou a imprensa de tentar levá-lo a um confronto no MAS.

"Dissemos, com a experiência de outros partidos, aqui não se debate até 2018 o tema das candidaturas", ressaltou o presidente.

Para Morales, "a direita" está promovendo esse debate no MAS com o propósito de provocar uma briga pela candidatura.

O presidente boliviano também insistiu que a vitória do "Não" no referendo se deu por causa de uma "guerra suja" com contornos racistas e pelas mentiras promovidas pelo "império", em alusão aos Estados Unidos.

Morales disse, no entanto, que seu governo respeitará as redes sociais, porque lá se "exerce um direito à comunicação", mas analisará uma forma para evitar que essas plataformas sejam utilizadas de forma anônima para causar prejuízo com acusações, difamações e ameaças.