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Rússia diz que sunitas e curdos sírios aderiram ao cessar-fogo

26/02/2016 09h36

Moscou, 26 fev (EFE).- A Rússia anunciou nesta sexta-feira que os curdos sírios e vários grupos sunitas contrários ao regime sírio de Bashar al Assad aderiram ao cessar-fogo que entra em vigor a partir desta meia-noite

"Já se somaram vários destacamentos da oposição síria no leste do país, incluídos grupos sunitas que já entraram em contato com os militares russos", disse Sergei Lavrov, ministro de Relações Exteriores da Rússia em entrevista coletiva.

Lavrov destacou que muitos grupos rebeldes aderiram ao cessar-fogo dentro do prazo previsto, que começou a valer ao meio-dia de hoje, sexta-feira, hora de Damasco (9h39 em Brasília).

"O governo sírio já tinha feito. Estou convencido que se comportarão da mesma forma aqueles que estão na Síria de armas na mão à convite das autoridades sírias", afirmou.

Ele se referia às milícias que apoiam o regime sírio, como as unidades militares enviadas pelo Irã.

Lavrov explicou que o acordo de cessar-fogo não contém prazos, é indefinido, em resposta aos comentários de alguns grupos que estão disposto a respeitar a trégua durante duas semanas.

"A iniciativa russo-americano não contempla nenhuma ressalva" a respeito, ressaltou.

O chefe da diplomacia russa considerou que "o sucesso do acordo de cessar-fogo dependerá da capacidade da comunidade internacional de prevenir a entrada na Síria de terroristas e guerrilheiros estrangeiros, e do contrabando de petróleo e outras mercadorias" que financiam as atividades do Estado Islâmico.

"Isto requer estabelecer um estrito controle sobre as fronteiras exteriores da Síria", destacou.

Ao mesmo tempo, criticou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por dizer que a guerra na Síria não terminará enquanto Assad continuar no poder.

"Isto contradiz totalmente as resoluções que os EUA assinaram no Conselho de Segurança da ONU. Elas dizem que o terrorismo não pode ter justificativa", apontou.

Além disso, também considerou inadmissível qualquer conversa sobre uma possível operação terrestre na Síria e o estabelecimento de uma zona de exclusão aérea após a assinatura do recente acordo de cessar-fogo.