Rumor de abertura da fronteira da Macedônia provoca tensão entre refugiados
Atenas, 27 mar (EFE).- O acampamento de Idomeni viveu neste domingo novas horas de tensão por causa de um rumor sobre a abertura da fronteira entre Grécia e Macedônia, o que fez com que centenas de refugiados se amontoassem na divisa entre os dois países.
"Ouvimos que irão abrir a fronteira hoje e viemos atravessá-la. Nos disseram que a Cruz Vermelha e mais de 500 jornalistas de todo o mundo estariam aqui", disse à agência de notícias grega "Ampe" um jovem sírio que chegou a Idomeni na madrugada.
Os policiais demoraram horas para acalmar a situação. Megafones foram usados para transmitir mensagens em árabe e farsi que a fronteira não seria aberta e para alertar que quem tentasse cruzar a divisa entre Grécia e Macedônia colocaria a vida em risco.
Além disso, as autoridades interromperam o tráfego nas estradas de acesso ao acampamento, o que atrasou a chegada do comboio humanitário com alimentos e produtos de primeira necessidade que veio da Itália através da campanha solidária "#overthefortress".
Ninguém sabe de onde saiu o rumor e muitas foram as especulações espalhadas nas redes sociais. Alguns falavam da possibilidade de ativistas ou voluntários terem propagado a falsa informação para forçar a Europa a se posicionar sobre o assunto. Outros diziam que a origem estava em declarações do primeiro-ministro do estado federado de Turíngia, na Alemanha, Bodo Ramelow, que afirmou em entrevista que a região era capaz de receber mais 2 mil refugiados.
"Todos os dias há novos rumores. Estamos em um entorno onde é fácil que eles se propaguem porque não há muitas informações. O problema mais grave no acampamento é essa falta de informações válidas", explicou à Agência Efe o porta-voz da organização Médicos Sem Fronteiras em Idomeni, Jonas Hagensen.
O governo da Macedônia distribui há várias semanas folhetos em árabe, farsi e pashtun nos quais destaca que as fronteiras não serão mais reabertas e pede aos refugiados que cooperem.
Na última sexta-feira, as autoridades lançaram, além disso, em colaboração com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) uma campanha para fazer com que os mais de 11 mil refugiados que estão no acampamento sejam levados aos centros de amparo habilitados na região.
Usando alto-falantes, a polícia e membros do Acnur informam em vários idiomas para onde os imigrantes serão levados caso aceitem a proposta. Desde a sexta-feira, cerca de 700 refugiados embarcaram em 31 ônibus rumo aos centros de amparo.
No entanto, rumores como o de hoje põe em risco esse tipo de campanha, já que provocam dúvidas nos indecisos e ainda tem um efeito de "convocação" aos muitos que já deixaram o acampamento.
Na falta de informações, muitas pessoas buscam se aconselhar, tanto sobre a abertura das fronteiras como sobre outros centros de amparo, com os funcionários de ONGs como a Médico Sem Fronteiras.
"Querem saber se é melhor ir ou ficar. Se vão abrir as fronteiras, se serão enviados de volta à Turquia. Mas nós não podemos dar conselhos, só tentamos melhorar a situação nos acampamentos e dizer que, se eles quiserem, também podem ir aos centros de amparo oferecidos pelo governo", explicou Hagensen.
Situações como a ocorrida ontem no recém-criado centro de amparo de Veria, que fica a cerca de 100 quilômetros de Idomeni, não servem para encorajar os refugiados. Um grupo de aldeões se reuniu em frente ao local para dar "boas-vindas" aos cerca de 50 imigrantes que chegaram com o primeiro ônibus que saiu de Idomeni.
Eles foram recebidos aos gritos de "jihadistas" e "Grécia para os gregos". Os manifestantes, entre eles membros do partido neonazista "Amanhecer Dourado", jogaram cabeças de porco, símbolo da impureza no Islã, contra os refugiados.
"Ouvimos que irão abrir a fronteira hoje e viemos atravessá-la. Nos disseram que a Cruz Vermelha e mais de 500 jornalistas de todo o mundo estariam aqui", disse à agência de notícias grega "Ampe" um jovem sírio que chegou a Idomeni na madrugada.
Os policiais demoraram horas para acalmar a situação. Megafones foram usados para transmitir mensagens em árabe e farsi que a fronteira não seria aberta e para alertar que quem tentasse cruzar a divisa entre Grécia e Macedônia colocaria a vida em risco.
Além disso, as autoridades interromperam o tráfego nas estradas de acesso ao acampamento, o que atrasou a chegada do comboio humanitário com alimentos e produtos de primeira necessidade que veio da Itália através da campanha solidária "#overthefortress".
Ninguém sabe de onde saiu o rumor e muitas foram as especulações espalhadas nas redes sociais. Alguns falavam da possibilidade de ativistas ou voluntários terem propagado a falsa informação para forçar a Europa a se posicionar sobre o assunto. Outros diziam que a origem estava em declarações do primeiro-ministro do estado federado de Turíngia, na Alemanha, Bodo Ramelow, que afirmou em entrevista que a região era capaz de receber mais 2 mil refugiados.
"Todos os dias há novos rumores. Estamos em um entorno onde é fácil que eles se propaguem porque não há muitas informações. O problema mais grave no acampamento é essa falta de informações válidas", explicou à Agência Efe o porta-voz da organização Médicos Sem Fronteiras em Idomeni, Jonas Hagensen.
O governo da Macedônia distribui há várias semanas folhetos em árabe, farsi e pashtun nos quais destaca que as fronteiras não serão mais reabertas e pede aos refugiados que cooperem.
Na última sexta-feira, as autoridades lançaram, além disso, em colaboração com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) uma campanha para fazer com que os mais de 11 mil refugiados que estão no acampamento sejam levados aos centros de amparo habilitados na região.
Usando alto-falantes, a polícia e membros do Acnur informam em vários idiomas para onde os imigrantes serão levados caso aceitem a proposta. Desde a sexta-feira, cerca de 700 refugiados embarcaram em 31 ônibus rumo aos centros de amparo.
No entanto, rumores como o de hoje põe em risco esse tipo de campanha, já que provocam dúvidas nos indecisos e ainda tem um efeito de "convocação" aos muitos que já deixaram o acampamento.
Na falta de informações, muitas pessoas buscam se aconselhar, tanto sobre a abertura das fronteiras como sobre outros centros de amparo, com os funcionários de ONGs como a Médico Sem Fronteiras.
"Querem saber se é melhor ir ou ficar. Se vão abrir as fronteiras, se serão enviados de volta à Turquia. Mas nós não podemos dar conselhos, só tentamos melhorar a situação nos acampamentos e dizer que, se eles quiserem, também podem ir aos centros de amparo oferecidos pelo governo", explicou Hagensen.
Situações como a ocorrida ontem no recém-criado centro de amparo de Veria, que fica a cerca de 100 quilômetros de Idomeni, não servem para encorajar os refugiados. Um grupo de aldeões se reuniu em frente ao local para dar "boas-vindas" aos cerca de 50 imigrantes que chegaram com o primeiro ônibus que saiu de Idomeni.
Eles foram recebidos aos gritos de "jihadistas" e "Grécia para os gregos". Os manifestantes, entre eles membros do partido neonazista "Amanhecer Dourado", jogaram cabeças de porco, símbolo da impureza no Islã, contra os refugiados.
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